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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

SESSÃO ABERTA COM UM GOLPE DE MALHETE

SESSÃO ABERTA COM UM GOLPE DE MALHETE
(republicação)

Questão que faz o Respeitável Irmão Antonio Raia, sem declinar o nome da Loja, Oriente de Recife, Estado de Pernambuco. antonio_raia@hotmail.com

É que mais uma vez me deparei, com, como direi? Aberrações? Achismos? Falta de conhecimentos? Etc. Pois bem, em uma SESSÃO MAGNA DE INICIAÇÃO de uma Loja aqui no Recife a abertura e fechamento foram feitas por um GOLPE DE MALHETE. Pelo que sei só em SESSÃO DE ELEITORAL é que por ser uma reunião específica de eleição, se abre e se fecha com golpes de malhetes (por não se abrir e fechar o Livro da Lei, e os Irmãos não estarem vestidos maçonicamente). Além disso, o Tronco de Beneficência, também correu de forma errada: No percurso não se fez a estrela de David, foi feito pelo Mestre de Cerimônias no Ocidente e no Oriente feito pelo Irmão 1º Diácono, após levado ao Irmão Tesoureiro para fazer a contagem e ficar sob malhete. Pode ser feito assim? Quanto ao Tronco posso utilizar o Manual de Dinâmica Ritualística (Edição 2004) junto com o Ritual de Aprendiz. E quanto a Abertura e fechamento, só tenho o Código Eleitoral. Teria mais alguma Instrução para apresentar aos "SÁBIOS"? Quem teria autoridade suficiente para abrir e fechar com um golpe de Malhete? Veneráveis? Grão-mestres? E sob qual justificativa?

CONSIDERAÇÕES:

Estas seguem abordando o Rito Escocês Antigo e Aceito – GOB.

O que me relata o Irmão é uma verdadeira aberração, por conta de que o Orador da Loja está sendo conivente com um ato ilícito e que desrespeita um Ritual legalmente aprovado.

Sessão Maçônica aberta e fechada com um golpe de malhete não é Sessão Maçônica! Uma Sessão seja ela magna ou ordinária (econômica) deve seguir rigorosamente o Ritual vigente. O Venerável Mestre não tem prerrogativa alguma para cometer esse despautério. Aliás, jamais e em tempo algum o Orador deveria declarar essa sessão justa e perfeita, já que ela ocorreu de forma contrária às Leis.

Também não está previsto de forma alguma essa “estória” de deixar o Tronco sob malhete, pois para a lisura da sessão o produto deve ser conferido e anunciado aos presentes. Temos lutado contra esses costumes rançosos de tal maneira que fossem extirpados dos rituais - mais uma vez o Orador da Loja
está sendo conivente com uma atitude ilegal.

Salvo assuntos verdadeiramente comprovados nos contraditórios por erro de impressão ou contrários às leis constitucionais e do RGF, o que não é o caso do aqui comentado, descreve a página 12, segundo parágrafo do Ritual de Aprendiz - R⸫E⸫A⸫A⸫ em vigência no GOB: “Nos trabalhos litúrgicos, em qualquer Sessão, é proibida a inclusão de cerimônias, palavras, expressões, atos, procedimentos ou permissões que aqui não constem ou não estejam previstos, assim como é vedada a exclusão de cerimônias, palavras, expressões, atos, procedimentos ou permissões que aqui constem ou estejam previstos, sendo que a transgressão destas advertências configura ilícito maçônico severo e como tal será tratado”.

Como bem diz o texto, as atitudes tomadas conforme vossos relatos configuram-se como no mínimo “ilícito maçônico”.

A circulação do Troco e das Propostas e Informações são formais e para tanto basta seguir a orientação explicitada no mesmo Ritual acima citado na sua página 42.

Em tempo - os Manuais de Dinâmica estão suspensos até segunda ordem pelo Soberano Grão-Mestre. O GOB está preparando um que visa igualar as práticas em todas as Lojas da federação.

Ainda a respeito da circulação da bolsa para coleta do Tronco, a questão não é “Estrela de David”, todavia os cargos de importância considerados tradicionalmente na Maçonaria. Essa correlação com a dita “estrela” é costume ultrapassado ao mesmo tempo em que carece de um bom exercício de imaginação para se hipoteticamente imaginar que o percurso percorrido corresponda a uma estrela que verdadeiramente é composta por dois triângulos equiláteros sobrepostos, estando um com o ápice para cima e o outro com o ápice para baixo. Pela disposição dos seis primeiros cargos abordados no Rito Escocês Antigo e Aceito (que é de origem francesa), jamais teríamos dois triângulos equiláteros (três lados iguais, cujos ângulos internos correspondem a 60 graus cada um – veja o Delta). Além do mais, a “Estrela de David”, ou “Magsen David”, ou ainda “Blazing Star” é alegoria simbólica da Maçonaria Inglesa. A do Rito Escocês (origem francesa) é o Pentagrama, ou a Estrela de Cinco Pontas (hominal).

Na sua colocação sobre Sessão Eleitoral o Capítulo X, Artigo 108, parágrafos e incisos que seguem do Regulamento Geral da Federação determinam o que é “Das Sessões e Da Ordem dos Trabalhos”. Nesse sentido, também é preciso ficar atento para que uma instrução do Tribunal Eleitoral Maçônico não interfira na prática ritualística, pois no Ritual do 3º Grau, Mestre Maçom, R⸫E⸫A⸫A⸫ em vigor no GOB, página 147 determina o procedimento de uma Sessão Extraordinária que, dentre outras, trata de eleições de Grão-Mestre Geral, de Grão-Mestre Adjunto, de Grão-Mestre Estadual e de Grão-Mestre do Distrito Federal e seus adjuntos (RGF, § 4º, Sessões extraordinárias, I). Há que se observar então que nesse ínterim a Sessão, além de ritualística, em hipótese alguma é aberta com um golpe de malhete. O dito “golpe” é dado por ocasião da abertura da Ordem do Dia.

Por fim, existem alguns elementos que se contradizem nos rituais, às vezes por mero erro de impressão ou da falta de atenção no momento da digitação, principalmente com o advento da informática e o costume “copiar e colar”.

Esses casos estão sendo analisados e corrigidos um a um nos três rituais. Ao se deparar com elementos dessa natureza, compete um procedimento de bom senso, estando esse longe de qualquer desrespeito ao ritual ou ilícito maçônico. Agora, alterações como as aqui relatadas e que foram objeto dessas considerações, pelo próprio bom senso dá para se notar que não é nenhum erro de impressão, senão práticas contraditórias e, sobretudo desrespeitosas e contra a Lei, já que um Ritual em vigência está amparado por um Decreto emanado do Soberano Grão Mestre Geral e competentemente publicado em Boletim do Grande Oriente do Brasil. Esse é um fato que não pode ser desconhecido pelo Venerável de uma Loja, muito menos ainda do Representante do Ministério Público Maçônico, o Orador (Guarda da Lei).

T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 670 Florianópolis(SC) – 27 de junho de 2012

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