(republicação)
Em 26/02/2018 o Respeitável Irmão Carlos Alberto C. Silva, Loja Lautaro, 2.642, REAA, GOSP-GOB, Oriente de São Paulo Capital, se referindo a uma resposta minha na qual aborda o uso a da palavra em Loja e o usuário se dirigindo à assembleia e não especialmente ao Venerável, apresenta solicitação para comentários a respeito.
USANDO A PALAVRA EM LOJA – A QUEM SE DIRIGIR?
Mais uma vez, quero agradecer sua resposta, sempre precisa e cheia de ensinamentos adicionais. Confesso que trouxe este tema à baila apenas por conta de uma consulta de um Irmão do quadro da minha Loja. Pessoalmente não acho a questão relevante a ponto de atrapalhar os trabalhos ritualísticos.
Fiz a consulta, pois não tinha encontrado ainda nada nos livros que tinha lido e olha que, sem falsa modéstia, já li muitos. Ainda tenho muitos outros para ler. Curiosamente, lendo um dos livros de Nicola Aslan, após o envio da consulta, encontrei uma referência ao tema que gostaria de compartilhar contigo e não com o objetivo de contrapor já que compartilho da sua posição, mas sim para mostrar que Aslan entende de forma diferente, mas não explica a razão como você o faz, o que me convence mais facilmente. Destaquei o texto a seguir:
"Durante o debate, os discursos deverão ser sempre dirigidos ao V∴ M∴ e jamais a um contraditor. Não se pode fazer uso da palavra várias vezes seguidas, salvo para informar sobre um detalhe importante que venha esclarecer a matéria tratada e facilitar a votação; porém, depois de ser concedida a permissão pelo V∴M∴". "Fonte: Ord-Liv-Comentários ao Ritual de Aprendiz-Nicola Aslan”.
Para contextualizar o parágrafo, Aslan fala sobre isso no contexto da discussão de propostas na "Ordem do Dia". Se um dia tiver tempo, comente o texto de Aslan. Pessoalmente, quando faço uso da palavra, após saudar as Luzes e presentes, dirijo-me a todos os presentes como você preconiza no que estamos mais uma vez alinhados e de pleno acordo.
CONSIDERAÇÕES:
Opiniões são opiniões. Respeitosamente discordo da posição de Aslan.
Quem usa da Palavra em Loja somente o faz mediante autorização de quem de direito. Autorizado, o usuário se dirige à assembleia, no caso, à Loja.
Veja, não existe justificativa e nem embasamento legal para que o usuário da palavra tenha que se dirigir exclusivamente ao Venerável Mestre. Penso que essa é uma afirmativa improcedente e sem nexo algum para a ocasião.
Quanto ao uso da palavra “várias vezes seguidas” como mencionado no texto do autor, é também algo que não ocorre por livre vontade, pois dependendo da questão e da situação haverá sempre um Vigilante ou o Venerável Mestre para autorizar ou não o uso da palavra, oportunidade em que ele avaliará a necessidade de concedê-la novamente.
Sem que haja necessidade de se “dourar a pílula”, o que o maçom carece mesmo é de se utilizar de objetividade e moderação. Assim, sabiamente o giro da palavra nas sessões ritualísticas tem sido um artifício para que não existam contraditos desnecessários e nenhum “bate-boca” na exposição, alegação e discussão de um assunto que, em sendo na Ordem do Dia, passará ainda por votação.
Em se tratando do uso da palavra, também é oportuno comentar que quando um usuário é autorizado a falar, ele, protocolarmente à Ordem, se dirige na forma de costume primeiramente às Luzes, Autoridades e demais Irmãos (portanto, à Loja toda), antes de expor o assunto que o levou a pedir a palavra. Assim, esse modo protocolar não é saudação maçônica, mas um artifício dialético utilizado pelo usuário da palavra para se dirigir à assembleia de maçons ali presentes e não especificamente ao Venerável Mestre como preconiza o nosso saudoso autor.
Note quão sutil é a ritualística maçônica autêntica.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br
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