(republicação)
Em 19/02/2018 o Respeitável Irmão André Ricardo Ferraz Roque, Loja Barão do Rio Branco, 03, REAA, GOEPE/COMAB, Oriente de Arcoverde, Estado de Pernambuco, solicita esclarecimentos.
SINAL DO COMPANHEIRO MAÇOM NO REAA
Gostaria que o Irmão se possível fizesse um comentário sobre a questão que apresentarei abaixo:
Quando fui elevado ao Grau de Companheiro me foi comunicado que o sinal de ordem do segundo grau seria feito com as duas mãos da forma que sabemos. Mas de certo tempo para cá a minha Potência (GOEPE/COMAB) vem nos orientando a fazer o sinal apenas com a mão direita. Gostaria de saber qual a forma correta de compor tal sinal.
De fato, a coragem do competente Irmão Antonio do Carmo Ferreira fez com que se adotasse o procedimento correto no Sinal de Companheiro do REAA∴, pelo menos na COMAB em Pernambuco, isto é, eliminando esse movimento enxertado feito com a mão esquerda, o que não é original no escocesismo.
A utilização do antebraço e mão esquerdos é prática de outra vertente maçônica que infelizmente foi adotada no REAA∴ em França por obra e graça de místico Oswald Wirth.
Tenho dito. Cada gesto que envolve um Sinal tem que estar de acordo com a estrutura doutrinária do Rito, o que não faz sentido nesse caso em se tratando do rito abordado. O original Sinal do Companheiro no escocesismo é feito apenas com a mão direita em alusão à pena simbólica.
Desafortunadamente a maioria dos rituais, principalmente no Brasil, ensina de modo equivocado o Sinal quando também utiliza a mão esquerda. O pior nesse caso é que não há para ela explicação convincente em se tratando do Rito Escocês, mas mesmo assim acabou se tornando um gesto consuetudinário, provavelmente pelo excesso do uso. Afinal, diz-se que um erro repetido muitas vezes acaba sendo considerado correto.
A utilização do membro superior esquerdo nesse Sinal é apanágio da vertente inglesa de Maçonaria, isso porque existe para ele continuidade preparatória para o Sinal de H∴ que é haurido da Lenda do Terceiro Grau.
Já no REAA∴ o procedimento é diferente e não existe relação direta do Sinal de Companheiro com o Sinal de H∴ (Sinal de Adm∴ no REAA∴).
Em síntese, o Sinal de Companheiro no Craft inglês (conhecido como Rito de York) é uma preparação para o Sinal de H∴, mas não o é no REAA∴ que, por ser oriundo da Maçonaria francesa (deísta), admite outra interpretação doutrinária.
Sem se aperceber desse importante detalhe, muitos ritualistas não levaram em consideração essa diferença e acabaram incluindo uma prática (inventada por Wirth) que, além de ser uma anomalia no escocesismo é ainda um enxerto grosseiro que tenta imitar prática de outro rito.
Tradicionalmente o Sinal correto do Segundo Grau no REAA∴ é feito mesmo apenas com a mão direita, embora a grande maioria dos rituais em vigência mencione a utilização das duas mãos para fazê-lo.
Assim, devo mencionar que rituais em vigência, mesmo que equivocados, devem ser rigorosamente cumpridos, entretanto isso não nos retira o direito de apontar o engano para que talvez um dia eles sejam rigorosamente corrigidos e façam sentido.
Parabéns ao GOEPE que corajosamente se livrou dessa contradição.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
http://pedro-juk.blogspot.com.br
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br
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