O ÁLCOOL E A LOJA: UMA MISTURA ACEITÁVEL OU PERIGOSA?
LucianoRodrigues
No Brasil, seja no momento do ágape ou nas festividades, até o momento, nunca observei uma loja que faça restrição ao consumo de álcool em suas dependências. Eu, que gosto bastante de beber cerveja, mas por morar longe de minha loja e depender do carro para o deslocamento até a minha residência, prefiro não beber pois como sabemos, é contra lei consumir bebidas alcoólicas e dirigir.
Sabemos que o consumo excessivo de álcool provoca diversos efeitos na região cerebral, tal como alterações nas áreas responsáveis pela memória e déficit cognitivo. Dados da Associação Brasileira de Estudos de Álcool e Outras Drogas (ABEAD), por ano, 32 mil pessoas morrem em decorrência da bebida alcoólica. O álcool também está por trás de 60% das mortes no trânsito e 72% dos homicídios. Além do álcool contribuir para casos de afogamentos, quedas, suicídios, entre outros.
Á partir deste interessante ponto, iniciei uma pesquisa para entender como outros países encaram o tema “O álcool e a loja”.
A história do álcool na Maçonaria pode ser vista a partir dos primórdios, coexistindo pacificamente. Quando a Grande Loja de Londres foi formada em 1717, as primeiras lojas reuniram-se em tabernas, incluindo aquelas que finalmente formaram a UGLE.
Lojas americanas continuaram a tradição de reunião em tabernas incluindo a primeira Grande Loja de Maçons na América, em Boston, formada no Bunch of Grapes Tavern. Muitas lojas participam de lojas de mesa ou festividades que envolvem brindes.

Após uma década de contrabando, a 21ª Emenda foi ratificada, revogando a 18ª Emenda, embora ainda foi dado aos Estados, o direito de restringir o transporte de bebidas alcoólicas, caso eles assim desejassem.
Nos Estados Unidos, ainda existem muitos condados e municípios secos, incluindo 46 condados completamente secos no Texas. Há também exemplos modernos da Temperança incluindo o Mothers Against Drunk Driving (MADD) e da International Organisation of Good Templars. O álcool ainda é altamente regulado e modernas leis estaduais definem o nível do consumo através dos esforços do MADD.
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A Fonte de temperança em Tompkins Square Park, Nex York City |
Em alguns estados americanos, a loja para fornecer bebidas nas festividades, deve tirar uma licença de evento que serve somente para um dia. A Califórnia é um exemplo desta prática.
No Canadá, Escócia, França, Inglaterra e Suécia não é permitido o consumo de bebidas no espaço da loja, enquanto a loja estiver aberta no templo. Após o término da sessão, é permitido o consumo na área da loja, mas os irmãos não podem adentrar ao templo com bebidas. Nos países islâmicos, não é permitido o consumo de álcool nas dependências das lojas maçônicas.
Eu acredito que não há nada de errado com álcool ser consumido nos ágapes e festividades, desde que a conduta não leva a embriaguez excessiva. Nós buscamos uma ordem moral mais elevada, mas devemos lembrar do nosso passado, um passado que incluiu reunião em tabernas.
É pela fragilidade dos homens em não conhecer os seus limites, que leva o álcool a ser um problema.
Bibliografia:
- Link do estudo realizado pelo site Paul M. Bressel – http://www.bessel.org/liquor.htm
- Relatos de diversos irmãos dos países citados no texto.
Fonte: http://www.oprumodehiram.com.br
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