Ir∴ Valdemar Sansão
Trabalhamos em Loja com o objetivo definido da construção da Sociedade Humana.
Temos como alvo neste trabalho desenvolver comentários sobre o estudo da LOJA MAÇÔNICA – sua forma, seu interior, sua representação simbólica, sua sustentação, seu teto, piso, - para ampliar os conhecimentos administrados pela 5ª. (Quinta) e parte da 2ª (segunda) Instrução do Ritual do Aprendiz Maçom (1° Grau).
Chama-se Loja o local em que uma sociedade maçônica realiza suas Sessões e, por extensão, qualquer corporação maçônica (na realidade, prefere-se falar em Templo, para designar o local de reunião, que é LOJA, a corporação maçônica, quando os seus membros reúnem-se num Templo; ao final de uma Sessão, a Loja é considerada fechada ou “coberta”, mas o Templo continua aberto, inclusive para outras Lojas.
Loja provém de Ioga, que em sânscrito significa mundo ou o universo. Efetivamente o Templo Maçônico é uma reprodução, em ponto pequeno, do planeta, com sua abóboda azul, com seu sol, sua lua e suas constelações de astros que contam incessantemente a grandeza do Arquiteto incriado.
A universalidade da Instituição Maçônica, seu cosmopolitismo, sua moral e salutares princípios, eternamente belos como a criação, estão representados de maneira compreensível na Loja, cujos atributos e símbolos, falam sem cessar da alma humana, do idioma da razão, do dever e do cumprimento exato de sua missão sobre a terra. Só o ar livre, a luz do Sol que nos da vida entre as angústias tenebrosas da noite, pode representar o Templo Maçônico. Só em sítio consagrado a representar a majestade do infinito cabem perfeitamente os homens de boa vontade, agrupados para fazer sacrifícios de todo o gênero em prol de seus semelhantes.
É a Loja o retiro silencioso dos homens de boa vontade, o Templo augusto da caridade, onde se cultiva a fraternidade sinônima de amor sem condições, perdão sem restrições e da educação cívica, onde se congregam os espíritos honrados para elaborarem a redenção dos povos e o progresso da humanidade em todas as suas manifestações. Onde se afastam as lendas que nos ocultam a verdade, olvidam as preocupações, que se calam os receios, se perdoam os agravos, se consolam os muitos sofrimentos e se avivam as esperanças. Ali se caminha sem curvas, se dedica uma recordação a todo o grande, derrama-se uma lágrima por todo o prazer legítimo, envia-se um prêmio ou um aplauso a toda ação nobre. Neste lugar se trabalha buscando o pão da ciência, o prazer da caridade, o apoio desinteressado e o carinho fraternal. Também ali se conciliam desencontradas idéias, interesses opostos, contrárias crenças, suavizando as asperezas da vida com o bálsamo da temperança. Este lugar, portanto, não pode ser a casa do homem, a igreja de mera religião errônea, um cassino ou teatro, nada mesquinho. Ali está o mundo, laboratório permanente do bem, de meditação e de elevação espiritual. Daí a ausência do luxo. Tanto assim que seus Ornamentos, Paramentos e Jóias são simples. Porém ricos em significado e nas suas expressões.
A Loja é um centro de solidariedade, onde todos sofrem as aflições e comemoram o justo regozijo de cada um. A Loja é livre, que ajuda a libertar; é igual, onde todos realmente se igualam. O Pavimento Mosaico encerra uma grande lição. Nos ensina que não devemos olhar as “diversidades de cores e raças, o antagonismo das religiões e os princípios que regem os diferentes povos” e nos conclama a viver em perfeita fraternidade.
Na Loja se educam os caracteres, se aviva a inteligência e se cultiva o espírito, onde todos juntos aprendem a compreender os desígnios do Grande Arquiteto do Universo. É ela aonde vamos todas as semanas, ouvir idéias e ouvir críticas às nossas idéias em busca da paz da alma, onde cada Irmão chora quando quiser e sorri com os olhos, o coração franqueado à compreensão e à razão predispostas ao diálogo. Onde se pode divergir e, assim, convergir no mesmo ideal. É a escola misteriosa que conduz aos Céus, sem nuvem em toda a grandeza infinita. Ama-se a Loja porque ela é o símbolo da pátria. Ama-se a pátria porque ela é um pedaço desse todo harmonioso que se chama Humanidade.
Loja é o mundo. O Maçom é o homem em toda plenitude: a família, a honra, a ciência, a liberdade; todas as grandes concepções, todos os amores e todas as esperanças. Na Loja está Deus, que nos ensina a solidariedade mais pura e fraternal com os que praticam o bem e sofrem os espinhos da vida, a dar e não a pedir, sem justa necessidade.
Na Loja Maçônica ideal não prevalece apenas a vontade de alguns. A maioria respeita as convicções da minoria. Não é uma Loja de maçons perfeitos, pois esses são os que nunca erram, porque jamais acertam; nunca odeiam, porque jamais amam. Nela há erros e acertos, há equívocos, contradições e, até mesmo, ilusões. Cada Irmão perdoa os defeitos alheios, na mesma medida em que lhes são desculpados os próprios senões.
Todos a freqüentam pelo puro prazer de vir. Pode ser de pequenas dimensões, uma Oficina humilde, mas de grandes obras, onde um dia, possa fazer de meus filhos, de meus netos, meus Irmãos.
A Loja Regular não pode funcionar sem a presença, no mínimo, de sete irmãos. Uma Loja regular é aquela que, sendo justa e perfeita, obedece a uma Potência maçônica e que pratica, rigorosamente, todos os princípios básicos da Maçonaria. Sete é o número que simboliza a harmonia, a justiça e a prudência.
Além da forma, extensão e orientação próprias, ela deve conter ornamentos (pavimento de mosaico, estrela flamígera, borda dentilada), o Mobiliário (Volume da Ciência Sagrada, Esquadro e Compasso), e as Jóias que são:
a) – as fixas: a prancheta da Loja, a Pedra Bruta e a Pedra Polida;
b) - as móveis: o Esquadro, o Nível e o Prumo.
São necessários, no mínimo, sete Oficiais para se proceder a abertura dos trabalhos da Loja. Dizem os antigos rituais que três Maçons formam uma Loja simples; cinco, uma Loja justa, e sete, uma Loja perfeita, ou seja, para que uma Loja seja justa e perfeita, é preciso que três a governem, cinco a componham e sete a completem. Neste caso, os três da Loja simples são o Venerável e os dois Vigilantes; os cinco da Loja justa são os três precedentes e mais dois Mestres, e afinal uma Loja perfeita compreende mais um Companheiro e um Aprendiz. Só pode trabalhar a Loja que é “justa, perfeita e regular”. É justa se tem o Mobiliário devidamente colocado sobre o Altar; perfeita, se estão presentes sete ou mais membros, e regular, se possui a Carta Constitutiva outorgada por uma Potência regularmente investida de autoridade maçônica.
Oficinas azuis (ou simbólicas) são as Lojas que agrupam os Maçons do 1° ao 3° grau.
Loja-Mãe ou Mater. Loja onde um maçom recebeu sua Iniciação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário