A Jóia do Guarda do Templo são
duas Espadas Cruzadas.
Ao ser juramentado como Guarda do
Templo, o Mestre Instalador diz estas palavras: “Cabe lembrar‐vos que estas
Espadas Cruzadas indicam que só deveis dar ingresso em nosso Templo àqueles que
têm direito a tomar parte em nossos trabalhos. Simbolicamente os ferros
cruzados, em guarda para o combate, nos ensina a nos pormos em defesa contra os
maus pensamentos e a ordenarmos moralmente as nossas ações”.
A Espada é, também, um
instrumento do Guarda do Templo. A Espada tem na Maçonaria um simbolismo
vastíssimo. É a arma da Vigilância, por meio da qual o Iniciado procura
defender‐se de toda intromissão violenta do mundo Profano nos Augustos
Mistérios da Maçonaria. Para os Maçons a Espada é um simbolismo de proteção
contra o mundo profano, um símbolo de consciência, um símbolo de honra e de
igualdade.
Armado de Espada o Guarda do
Templo fica no interior do Templo, à direita de quem entra, ao lado da porta
cuja guarda lhe é confiada e que deve manter fechada a chave. Por esse motivo é
que, em determinadas Potências, é também chamado Cobridor Interno.
Representando o traço de união entre o mundo externo e a Loja, só ele pode
abrir ou fechar a porta.
Ainda citando Nicola Aslan
(Comunitários ao Ritual de Aprendiz): “Em certas Obediências francesas, este
cargo é confiado ao Ex‐Venerável que passa do Oriente ao Ocidente, das funções
mais elevadas às mais humildes, dando a todos os Irmãos, o exemplo da modéstia
e da dedicação”.
Contudo, é preciso que fique bem
claro que, em Maçonaria, não existem cargos brilhantes ou humildes; todos têm
igual importância uma vez que a Loja não funcionará se eles não forem
preenchidos. O que se pode dizer é que há carga de maior ou menor
responsabilidade.
Longe de ser o mais humilde, o
cargo de Guarda do Templo é um dos mais importantes da Loja, mas como o
Venerável que sai torna‐se o Conselheiro do Venerável que assume, este cargo
bem poderia ser, sem nenhum desdouro, ocupado pelo ex‐Venerável Imediato,
depois da eleição do novo Venerável Mestre, se não for designado para uma
função onde seus talentos se tornarem mais necessários em benefício da Loja.
A prova da grande importância
deste cargo, se verifica na Maçonaria Inglesa. Lá as Lojas elegem apenas o
Venerável, o Tesoureiro e o Guarda do Templo, por considerarem tais cargos os
de maior responsabilidade, devendo por isso merecer o voto de todos os Irmãos
da Loja. O Venerável Mestre é que nomeia os ocupantes de todos os outros
cargos, inclusive, os Vigilantes.
Ignorando‐se tais detalhes, um
grande número de Lojas, quando falta o titular e alguns Mestres, para completar
o número necessário exigido, para início dos trabalhos, não hesita em confiar
este Cargo a um Aprendiz ou Companheiro, inexperiente, o que é uma lástima, uma
heresia.
O Irmão Guarda do Templo não
deverá deixar ninguém entrar no Templo a não ser Irmãos convenientemente
revestidos de Avental e indumentária.
Nicola Aslan afirma ainda que:
“Em hipótese alguma, e insistimos nesse particular ritualístico, o Guarda do
Templo poderá afastar‐se do seu lugar junto à porta do Templo, cuja guarda lhe
foi confiada. Quando estiver sentado, há de segurar sempre a Espada na mão;
estando a Oficina de pé e à ordem, ele deverá segurar a Espada com a mão
direita apoiando‐se sobre o ombro esquerdo formando, assim, uma esquadria. Essa
é sua maneira peculiar de ficar à ordem, durante o cerimonial”.
Como vai ficando patente que cada
cargo em Loja, precisa ser esclarecido e usado com a devida responsabilidade,
cada um possui caracteres próprios e dinâmica própria. Só um estudo aprofundado
das obras desses grandes pesquisadores – Nicola Aslan, Theobaldo Varoli Filho e
José Castellani, poderá dar aos Irmãos a cultura necessária para o bom
desenvolvimento da ritualística de suas Oficinas.
O Guarda do Templo ou Cobridor
Interno, no Rito Escocês, senta‐se no Ocidente, junto à porta do Templo e ao
lado direito de quem entra (mais propriamente, senta‐se a Sudoeste). O Guarda
do Templo Externo ou Cobridor (que a maior parte das Lojas, estranhamente, não
possui), por outro lado, fica no átrio, durante toda a cerimônia de abertura
dos trabalhos e, depois, entra e senta‐se no Ocidente, só que à esquerda de
quem entra (a Noroeste). Desta maneira, o Guarda do Templo faz parte da Coluna
do 2º Vigilante, enquanto que o Cobridor integrará a Coluna do 1º Vigilante.
Realmente, a palavra ao Guarda do
Templo é concedida pelo 2º Vigilante, quando ela passa pela Coluna do Sul; da
mesma maneira, ele recebe ordens e instruções desse Vigilante. A exceção, no
caso, é, exatamente, a abertura dos trabalhos, quando o 1º Vigilante ordena,
diretamente, que o Guarda do Templo, ou Cobridor Interno, verifique se o Templo
está coberto.
Para essa verificação, o Guarda
do Templo bate três vezes na porta, com o punho de seu alfanje (ou Espada),
bateria que é respondida na parte externa da porta, pelo Cobridor.
Existem algumas diferenças, em
relação aos demais Ritos praticados no Brasil:
No Rito Moderno, o Guarda do
Templo também tem lugar a Sudoeste, mas a Coluna do Sul, aí, é a do 1º Vigilante. Para a verificação da cobertura do Templo, o Venerável passa a ordem
ao 2º Vig∴, que a transmite ao 2º Experto (que se senta ao Norte, na Coluna
do 2º Vig∴); este por sua vez, fecha a porta do Templo e coloca a chave sobre
o Triângulo (mesa) do 2º Vigilante, dirigindo‐se, depois, ao Guarda do Templo e dizendo‐lhe para velar
pela guarda do Templo. O Guarda do Templo, dá, então, com o punho da Espada, na
porta, a bateria do Grau, embainha a Espada e, à ordem, comunica ao 2º Vig∴ e
este ao Venerável, que o Templo está coberto.
No Rito Brasileiro, a verificação
da cobertura do Templo é igual a do Rito Escocês, mas o lugar do Guarda do
Templo é a Noroeste, na Coluna do 1º Vigilante.
No Rito de York, o Guarda do
Templo Interno também tem seu lugar a Sudoeste (como no Rito Escocês), mas a
verificação da cobertura é feita pelo 2º Vigilante, através do Guarda do
Templo, que dá também as pancadas da bateria, na porta, respondidas
externamente, pelo Cobridor.
No Rito Schroeder não existe o
Guarda do Templo, sendo a verificação da cobertura do Templo, feita pelo 2º Diácono, que tem assento a Noroeste, à esquerda do 1º Vigilante (neste Rito, o
1º Vigilante fica no Ocidente, de frente para o Venerável Mestre). Por ordem do
1º Vigilante, o 2º Diácono dá a bateria do Grau, na porta, sendo esta, repetida
pelo Cobridor.
No Rito Adonhiramita, o Guarda do
Templo também tem assento a Sudoeste, mas a Coluna do Sul, aí, é a do 1º Vigilante (como no Rito Moderno). Todavia, quem faz a verificação da cobertura
do Templo é o 2º Experto, que fica sentado à direita do 1º Vigilante, no Sul.
Por ordem do Venerável Mestre, o 1º Vigilante manda o Experto verificar o
Templo se está coberto; este, armado de Espada, dirige‐se ao Vestíbulo e, após
as devidas verificações, volta, fecha a porta e comunica, ao 1º Vigilante, que
o Templo está devidamente coberto. Neste Rito, quem fica no átrio é o 1º
Experto (Irmão Terrível), enquanto que o Cobridor fica na Sala dos Passos
Perdidos.
A verificação de cobertura do
Templo é uma cerimônia ritualística imprescindível.
Muitas Lojas (a maioria),
infelizmente, não possuem o cargo de Cobridor, sob a alegação estapafúrdia de
que o Templo possui um zelador (ou um porteiro, nos edifícios com vários
Templos), que já vela pela segurança dos trabalhos. Isso é bobagem grossa, pois
leva ao pé da letra uma exigência simbólica; não se pode esquecer que o
Cobridor fica no átrio somente durante a abertura dos trabalhos, entrando,
depois, e ocupando o seu lugar em Loja.
Ou uma Loja funciona ritualisticamente
bem, com todos os seus Oficiais e todo o cerimonial apropriado às Sessões
ritualísticas, ou perde a sua qualificação maçônica, transformando‐se num
simples clube de amigos.
Fonte: Cargos em Loja – Assis
Carvalho – 5a Edição (retirado do site
http://br.geocities.com/sinarchia/guarda_do_templo_ou_cobridor_int.htm, em
15/06/2009).
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