Sou um Maçom" |
Tradução José Filardo
Postado por E C Ballard ஃ
Os maçons continuam a debater entre si o que pode ser feito para virar a maré do encolhimento do quadro, como se os números fossem sempre importantes. Na verdade, provavelmente é o caso de que os números são o que levou a Maçonaria à beira da aniquilação; não o encolhimento dos números, mas a expansão irracional do recrutamento, em primeiro lugar.
Muitos empreendimentos humanos sucumbiram devido ao seu próprio sucesso. No século XVIII, a Maçonaria era muito bem sucedida. Ele tinha uma aura de segredo que reconhecidamente perturbava os poderes temporais da época. Entretanto, ele atraiu pensadores e os educados, e estes muitas vezes eram membros bem sucedidos da sociedade. O que atraiu essas pessoas, porque mesmo então, nem todos eram homens, foram dois assuntos de grande interesse no Iluminismo. Estes dois temas eram o pensamento esotérico ou metafísico que ainda não tinha sido demonizado por aqueles que sustentavam opiniões materialistas dentro da comunidade científica em evolução e novas ideias sobre a humanidade e os direitos dos indivíduos. Este último também pode ser descrito por aquele tópico que é o maior tabu para os maçons – política.
Após a Revolução Francesa e a Revolução das antigas colônias britânicas na América do Norte, a próxima grande onda de atividade revolucionária ocorreu na América Latina. A primeira delas, e talvez a mais significativa em termos de amplitude de suas reivindicações por sufrágio universal, foi a do Haiti. Simon Bolívar, então, liderou uma revolução bem sucedida contra a Espanha, resultando em liberdade para a maior parte da América Latina. Todas essas revoluções compartilhavam algo significativo em comum; Maçons foram instrumentais, se não desenvolvendo, então discutindo e disseminando as ideias que levaram a estas revoluções, e muitos maçons participaram nelas. Embora alguns acadêmicos sejam rápidos em apontar que havia maçons entre aqueles que se opunham a estas revoluções, eu acho que a observação é um pouco hipócrita, por mais verdadeira que possa ser.
Tudo isso deixou tanto maçons quanto não maçons igualmente, com um problema com a chegada do século XIX. Tomando os EUA como um exemplo, os líderes da revolução fizeram um excelente ponto de propaganda sobre tributação inglesa como uma causa da revolução; no entanto, já em 1791, os revolucionários agora transformados em líderes de governo, usaram força militar para reprimir o que veio a ser conhecido como a “Rebelião do Whiskey” no oeste da Pensilvânia. Um número não pequeno daqueles que tinham liderado esta “rebelião”, um protesto contra o que era amplamente percebido como um imposto injusto eram veteranos do exército colonial sob Washington.
Não demorou muito para que o significado da Maçonaria se tornasse visível para todos. Por um lado, isso levou a um maior interesse pela adesão, mas por outro lado, também levou à desconfiança na Maçonaria. O primeiro “terceiro partido” a se desenvolver na nova nação foi o partido Antimaçônico em 1828. Tais forças, e as atividades decididamente não maçônicas que ficaram conhecidas como o Caso Morgan em 1826, que em última análise levou à fundação do partido Anti-maçônico, levou a um declínio na popularidade maçônica durante décadas. Poder-se- ia muito bem argumentar que o próprio Caso Morgan indicava que algo tinha dado muito errado na Maçonaria, nos primeiros anos do século XIX.
E na verdade, tinha. George Bernard Shaw afirmou que “a Democracia substitui a nomeação por poucos corruptos pela eleição por muitos incompetentes.” A Maçonaria estava em seu caminho para se tornar uma instituição democrática. Depois de se recuperar do desastre do Caso Morgan, a Maçonaria na América do Norte finalmente decidiu massificar-se, e isso teve sucesso além de seus sonhos mais extravagantes.
Não é um truque ruim para uma instituição que não anuncia. É claro que ela só conseguiu ter uma presença muito pública, mas funcionou. O problema era que, quando você começa a aceitar a grande massa como se ela estivesse em seu meio, você precisa adaptar sua mensagem para ser aceitável por seu novo público.
O resultado líquido de tentativas bem sucedidas da GLUI em reescrever a história maçônica e o abraço do trabalhador e valores vitorianos pela América do Norte, foi que o interesse por ideias iluministas radicais de praticamente qualquer tipo desapareceu. O que restou foi um clube masculino privado. Até mesmo a beneficência foi repaginada. Os Maçons já não enfatizavam atos pessoais de beneficência, mas doações a instituições de caridade, tornando o que antes era um ato de caráter, uma caracterização de bons sentimentos com os outros. Eu não estou argumentando que Hospital de Shriner não é uma coisa boa, simplesmente observando como a instituição perdeu de vista o seu ethosoriginal.
E isso é o que tem levado as grandes instituições maçônicas dominantes, quer na América do Norte, quer na Inglaterra, a um impasse insolúvel. Isto também é verdade na Europa Continental, mas em grau muito menor. Vejamos, embora possa não haver nada de errado com os clubes masculinos, ou, mais geralmente associações civis (se vocês deixar as senhoras entrar, você tem que chamá-los de outra coisa), em nossa sociedade moderna são simplesmente anacronismos. Você pode negar isso até que a vaca tussa, e, aparentemente, um dos princípios modernos da Maçonaria é a negação, mas isso não se sustenta quando você olha para a faixa etária média de todas as Grandes Lojas no país.
Obviamente, eu acho que a Maçonaria tem futuro, e eu não me importaria que a Maçonaria em geral fosse uma parte desse futuro. Eu não tenho certeza que seja excessivamente realista, no entanto. A razão nada tem a ver com o fato de que a Maçonaria em geral adapta sua mensagem, muda suas táticas, ou mesmo abraça – suspiro – engajamento político, mulheres, ou esoterismo, embora eu ache que, no futuro, haverá muito mais de todos os três na Maçonaria dos EUA. Eu digo que a razão nada tem a ver com nenhuma dessas coisas, ou se a Maçonaria em geral abraça a mudança, ou a rejeita.
A Maçonaria Tradicional nos Estados Unidos tem um tesouro maravilhoso, mas esse tesouro é também o albatroz em volta de seu pescoço. (referindo-se ao poema “The Rime of the Ancient Mariner” em que um marinheiro que atira em um albatroz pacífico é forçado a usar a carcaça do pássaro ao redor do pescoço como punição. Ela possui um embaraço de riquezas em suas joias arquitetônicas.
No auge do que eu penso ter sido uma expansão irracional, alimentada por grandes listas de membros e listas de bancos ainda maiores, os maçons nos Estados Unidos ergueram templos poderosos para suas Lojas e Grandes Lojas. Muitos destes representam um legado arquitetônico de valor inestimável, não só para a Maçonaria, mas para a própria nação. Infelizmente, estes edifícios não são mais, hoje, as âncoras de uma instituição orgulhosa e em crescimento, mas estão amarrados aos tornozelos dessas obediências maçônicas que os possuem. As águas estão subindo, e as âncoras estão arrastando os velhos rapazes rapidamente para o fundo. Também não há nenhuma maneira fácil de se livrar deles. Alguns podem ser reutilizados, mas os maiores, e alguns deles são bem grandes, como eu acho que todos os quem leem este blogue estão cientes, não podem ser reaproveitado ou vendidos com sucesso, porque eles são gigantes que ninguém pode pagar nesses dias.
Eu já disse isso antes, e vou dizer de novo, o futuro está em, não, não no plástico, mas no pequeno. A Bauhaus estava certa, menos é mais.
No entanto, penso que para ganhar sangue novo, a Maçonaria precisa ter mais do que uma garantia de liberdade da dívida insuportável a oferecer. Ela tem que se tornar novamente relevante. E, em minha opinião, o que a Maçonaria pode fazer para fazer isso é reviver exatamente o que tinha no século XVIII.
Fonte: hedgemason.blogspot.com.br
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