Em 14/05/2019 o Respeitável Irmão Wellington Sampaio, Loja Paz e Progresso III, nº 1, REAA, GLMEAL (CMSB), Oriente de Maceió, Estado das Alagoas, solicita esclarecimento para o que segue:
OLHO ONIVIDENTE
Gostaria de sua ajuda, se possível. Teria o irmão alguma informação sobre quando foi inserido o símbolo do Olho da Providência no REAA?
Em se tratando do simbolismo do REAA, o Olho Onividente dentro do Delta não é o símbolo mais apropriado para esse rito, pois embora de origem francesa (deísta), ele possui, por razões históricas, profundas influências anglo-saxônicas (teísta) que fora adquirida desde a criação do seu primeiro ritual simbólico em 1804 na França por maçons oriundos dos Estados Unidos da América do Norte, praticante das Lojas Azuis norte-americanas.
Na realidade, o símbolo mais apropriado para o Rito no interior do Delta seria o Tetragrama hebraico relativo ao nome inefável de Deus, ou mesmo dele, apenas a letra IÔD como símbolo da unidade, do princípio da Criação. O Olho se adequa melhor aos ritos ditos racionalistas, como por exemplo, o Rito Moderno, ou Francês.
Contudo, desde o século XIX época da sua provável adoção no simbolismo do REAA, há uma duplicidade de opção desse símbolo, onde muitos rituais, ao longo da sua evolução trouxeram o Tetragrama (ou apenas a letra IÔD), enquanto que muitos outros, o Olho – embora este junto com o Delta também represente o Criador. Há que se destacar a influência hebraica no conteúdo simbólico e doutrinário do REAA, o que consolida o Tetragrama no interior do Delta Radiante.
No que diz respeito ao Olho Onividente, em alguns ritos ele tem a conotação da divindade e a orientação do Iniciado. Certamente que esse conceito fora retirado dos mitos solares da Antiguidade, a exemplo dos persas onde o Olho era a representação de Ormuz (o Sol), símbolo da Luz. Graças a isso é que muitas civilizações tomaram o Olho como símbolo do discernimento e da sabedoria.
É com esse viés que ele deve ser interpretado na Maçonaria, sendo parte do simbolismo que envolve o Grande Arquiteto do Universo. Em síntese o Olho Onividente (Olho que Tudo Vê) é o emblema da onisciência e onipresença do Criador.
Assim, levando-se em conta que os ritos maçônicos afloraram a partir dos meados do século XVIII, é muito provável que genericamente é dessa época a consolidação desse símbolo na Ordem. Eu particularmente não tenho uma data precisa.
Atualmente, existem rituais que o mencionam junto (dentro) ao Delta Radiante, enquanto que outros mencionam apenas o Delta, pelo que, no seu interior, dependendo da concepção, deísta ou teísta do rito, pode aparecer o Olho Onividente ou o Tetragrama (IÔD, HÉ, VAV, HÉ), ou ainda apenas a letra IÔD - destaque-se que a escrita hebraica vai da direita para a esquerda.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br - 17/08/2019
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