A Maçonaria possui formalidades ritualísticas que não podem ser alteradas. Modificadas seriam consideradas ilegais, pois não reúnem condições necessárias para sua validade.
Fraternidade – designa a união, a amizade, o afeto de Irmão para Irmão; o amor que deve unir todos os membros da espécie humana; a união ou convivência como a de Irmãos; a boa amizade, a harmonia. A Maçonaria é uma fraternidade, uma associação fraternal, onde existe a união e a convivência como a de Irmãos. Assim, o principal dever de um Maçom, em relação aos seus Irmãos em Maçonaria, é a amizade, o afeto, a união, o carinho, ou seja, tudo aquilo que a verdadeira fraternidade exige.
O mesmo dever se aplica em relação a toda a humanidade, pois o amor ao próximo é um dos basilares preceitos maçônicos.
Ritualística - É tudo aquilo que é relativo ao Ritual, ao Rito, ou ao Ritualista. Não pode ser confundido com ritualismo, que é o sistema dos que se apegam a Ritos. Ritualística Maçônica é o modo como se processa a sessão, a começar pela entrada no Templo.
Encerramento - Os trabalhos maçônicos encerram-se de forma ritualística; o início dos trabalhos exige atos litúrgicos precisos, uma vez que adentrar no templo é ato relevante; a retirada constitui o retorno do homem místico para a vida comum, profana. O encerramento é feito com muito respeito, os maçons retirando-se em silêncio, mantendo as alfaias e aventais. O maçom ao sair do Templo. Leva consigo as benesses hauridas durante a sessão, considerando recarregadas as suas baterias, pronto a enfrentar as dificuldades que o mundo profano impõe. Todos devemos nos conscientizar que o encerramento dos trabalhos implica a saída de um templo e não de um local comum de reuniões; a sacralidade de um templo nos acompanha e, por isso, seremos os iluminados.
Traje – designa o vestuário dos maçons, que deve ser decente e limpo e que não comporta camisa esporte ou falta de paletó. Todavia, pode ser usado um balandrau negro e talar (que desce até o calcanhar), uma vestimenta que pode ser usada, sob o AVENTAL, porém somente nas Sessões Econômicas. Nas Sessões Magnas, o traje é o preto. Muito se tem discutido sobre o traje do Maçom, injustificadamente, pois traje maçônico mesmo é o Avental, sem o qual o Obreiro está nu.
Perguntas – (a) Por que somente o Guarda do Templo pode tocar na porta?
Como Guarda, é do seu mister assim fazê-lo, isto dentro das suas funções rituais específicas, porém, numa abstração alegórica, diríamos que em se tendo o nosso interior como Templo, a nossa consciência é a sua porta. Somente ela, poderia abri-la ou fechá-la.
(b) Por que o Guarda do Templo não circula na Loja?
Primeiro porque no Templo de cal e pedra, são dois os guardas e não um; o externo e o interno. Segundo, sua função é específica. Ritualisticamente dentro dela, está impedido de circular, a não ser que seja por outro substituído. No entanto, ainda por abstração, a resposta anterior também pode ser aplicada a esta “Nós somos O Tudo e o Todo”, na parte interna ou externa do nosso corpo, e, em sendo um Templo nós somos também o seu Guarda.
(c) O que é um templo coberto?
É quando nada, absolutamente nada perturba o andamento dos trabalhos ritualísticos tanto no plano visível quanto no invisível, onde no primeiro, as indiscrições profanas não existem e no segundo, suas mentes estão voltadas ao próprio interior. Ante a respeitabilidade dos nossos trabalhos, estes, quedam-se direcionados no sentido do bem. Em sendo assim, estamos a coberto. Pode-se afirmar intuindo: o homem também é um Templo quando tem a pureza na sua alma. Assim estará absolutamente coberto das indiscrições profanas.
Em família - é uma expressão que significa na intimidade, sem cerimônias, sem formalidades. A Maçonaria, por ser uma associação de pessoas com os mesmos interesses e por ser uma fraternidade, é considerada uma grande família: a família maçônica.
A expressão “em família”, maçonicamente, serve para designar as Sessões em que, em caráter excepcional, são abolidas as formalidades ritualísticas, principalmente no uso da palavra que não depende da normal e formal tramitação; isso é feito, geralmente, quando a Loja tem, para discutir, assuntos estritamente internos, ou controversos, em que haja necessidade de dinamização dos debates, para que o assunto fique plenamente esclarecido. O procedimento não é muito correto, pois, no interior do Templo, não se dispensam formalidades ritualísticas; o ideal seria discutir esses assuntos fora do templo, mas longe de olhos profanos (no átrio, ou na Sala dos Passos Perdidos).
Existe, também, a entrada no Templo em família, ou seja, a entrada de um grupo de Obreiros, sem as devidas formalidades; isso deve, também, ser utilizado excepcionalmente, pois não é correto ingressar no Templo sem os procedimentos exigidos pelos Rituais.
Falar em Loja – é um direito do Maçom, para defender seus pontos de vista, apresentar propostas, fazer preleções e discursos; o pedido da palavra e a autorização para falar, todavia, envolvem certas formalidades ritualísticas, sendo necessário obedecer a uma certa ordem (Coluna do Sul, Coluna do Norte, Oriente) que só poderá ser postergada com autorização do Venerável Mestre e anuência do Orador. (Simbolicamente e apenas simbolicamente), o Aprendiz tem que se limitar apenas a ouvir, já que representa uma criança que não sabe falar; o Aprendiz também pode falar, embora haja restrição a respeito de determinados assuntos.
Triangulo – antes de tudo, voltemos nossa atenção para o triângulo, Símbolo da perfeição. Duas das pontas do triângulo representam a lei da dualidade. O terceiro ponto, também considerado o lugar de materialização é a criação e a perfeição. Ragon diz que os três pontos do triângulo significam passado, presente e futuro. Os três ângulos significam ainda força, sabedoria e beleza, atributos de Deus. Eles significam também sal, enxofre e mercúrio, princípios da obra de Deus. Os três ângulos simbolizam ainda os três reinos da natureza, império do Criador e as três fases da eterna transformação; nascimento, vida e morte, revolução que Deus governa sem ser governado. O triângulo é o emblema da Divindade.
Em Maçonaria, os Operativos adotaram o Triângulo como Símbolo da Santa Trindade, Símbolo este que permaneceu entre os Especulativos.
Abraço - entre os Maçons, quando do encontro, além do aperto de mão caloroso, há o fraternal tríplice abraço. Porque chamaria muita atenção, esse abraço tríplice é dado apenas nas dependências da Loja. Trata-se de um cerimonial místico, culminando pelas “pancadas” dadas nas costas. É uma postura dinâmica com reflexos espirituais, relembrando o significado da trilogia, os juramentos feitos e recordando que, após a cerimônia de Iniciação, recebeu do Venerável Mestre o seu primeiro tríplice abraço.
Entre os dois Irmãos há uma permuta de energias, de extremoso amor fraterno, de sentir o “corpo a corpo” benéfico, simbolizando a união de todos os maçons que se encontram em suas respectivas Lojas.
Decano – designa o que é o mais velho, o mais antigo, de uma classe ou corporação (originalmente, era aplicado ao oficial romano inferior, que comandava dez soldados).
Em Maçonaria, o termo é usado em dois sentidos; tanto indica o mais velho em idade civil, como o mais velho em idade maçônica ( ou seja, o mais antigo Maçom presente a uma reunião, mesmo que não seja o mais velho em idade civil). A figura do decano é prevista na legislação maçônica, dentro de uma escala hierárquica que lhe permite assumir a presidência de um corpo maçônico, incluindo a Loja, na ausência daqueles que, estatutariamente, deveriam assumi-la; é claro que, nesse caso, o decano é aquele de maior idade maçônica e não civil, pois há necessidade de que seja experiente.
Pé Esquerdo – na maior parte dos Ritos Maçônicos, o Obr∴, ao entrar no T∴, começa a marcha, em qualquer dos Graus, pelo pé esquerdo: “Todos romperão a marcha com o pé esquerdo (adentrando ao T com passos naturais)” - Ritual de Apr∴ Maçom (GLESP- Pg.11 ).
A entrada no Oriente, para qualquer Obreiro, é sempre feita pela esquerda de quem entra (a Nordeste), enquanto que a saída é feita pela esquerda de quem sai ( a Sudeste). O acesso ao Trono também é feito pela esquerda de quem a ele sobe, enquanto que a saída é feita pela esquerda de quem sai.
Fonte: JBNews - Informativo nº 249 - 04.05.2011
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