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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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terça-feira, 15 de outubro de 2024

PROCEDIMENTOS NO SEGUNDO GRAU

(republicação)
O Irmão Perílio Barbosa Leite da Silva, Companheiro da Loja Arte e Virtude, 1.376, REAA, GOB-MG, Oriente de Lajinha, Estado de Minas Gerais apresenta a seguinte questão: 
perilio.adv@gmail.com 

Praticamos o R∴E∴A∴A∴, e no ritual de Companheiro, no início dos trabalhos, em determinado momento, devemos ficar de pé e à Ordem e nos voltar para o Oriente, poderia me explicar a razão disso? Gostaria de saber também a pronuncia correta da Palavra de Passe de Companheiro, em minha Loja estão pronunciando "isqui∴", mas pelo que vi o correto seria "xib∴", qual realmente é a pronuncia correta?

CONSIDERAÇÕES:

Antes das considerações propriamente ditas cabe relatar primeiro a existência de uma anomalia no Ritual de Companheiro em vigência, cuja orientação no intuito de desconsidera-la tem sido assim comentada: 

Quando da verificação da abertura dos trabalhos pelos Vigilantes, considerar apenas que os Irmãos do Ocidente se voltem para o Oriente. Os ocupantes do Oriente apenas permanecem sentados, pois no Oriente não existe telhamento. Em não existindo telhamento nesse quadrante ninguém nele se vira para a parede Oriental. No próprio ritual de Companheiro, note que o Venerável ao mandar que os Irmãos tomem assento novamente ele profere: “sentai-vos” e não “sentemo-nos”. O procedimento correto no grau de Companheiro nesse particular é basicamente como exara o ritual de Mestre em vigência – só levantam e se posicionam de frente para o Oriente aqueles que ocupam lugar no Ocidente (Colunas do Norte e do Sul). 

Da questão propriamente dita – Irmãos voltados para o Oriente: 

Esse é um procedimento simbólico que vislumbra guardar o sigilo durante o telhamento. Nesse sentido o ato de telhar começa em cada Coluna a partir daquele que estiver posicionado no extremo do Ocidente (o mais próximo da porta de entrada). O ato implica em que os que estiverem posicionados à frente não possam ver o que se passa na retaguarda na medida em que o ato estiver sendo executado. Daí como a ação é executada apenas no Ocidente, essa prática não se aplica aos ocupantes do Oriente - o próprio Venerável, em qualquer Grau simbólico profere que é ele o responsável pelos do Oriente.

Há que se notar também que não são telhados no “Ocidente” os ocupantes de cargos, pois esses obrigatoriamente são exercidos por Mestres. Nesse caso eles ficam apenas em pé e voltados para o Oriente sem que sejam abordados pelo respectivo Vigilante. 

Da questão da Palavra de Passe: 

Essa alegoria fora retirada e adaptada para o Grau de Companheiro do Velho Testamento - Livro dos Profetas – Primeiros Profetas – Juízes, onde o general gleadita Jefté na guerra amonita determinara uma palavra de reconhecimento para os que atravessassem o Rio Jordão. Por defeito de pronuncia do dialeto os inimigos ao serem inquiridos a se identificar pela palavra não conseguiam pronunciar “Schib∴“ (com som de xis), senão “Sib∴”. 

Esse defeito vocálico os denunciava como inimigos custando-lhes a própria vida. O ecletismo maçônico então se valeu dessa passagem bíblica adaptando-a a passagem do Companheiro em direção à Câmara do Meio, donde figuradamente aqueles que não tivessem perfeitamente preparados no ofício, não poderiam alcançar o objetivo subindo a Escada em Caracol, cujo acesso era fiscalizado pelo Segundo Vigilante. 

Em linhas gerais a pronúncia errada indica a falta de preparo do Obreiro, enquanto que o sotaque correto denotaria a permissão de passagem – “Passe Schib∴”. 

A guisa de esclarecimento, essa prática é oriunda do Craft (sistema inglês) onde tal representação se torna bastante aparente na Tábua de Delinear (Painel da Loja) do Segundo Grau. 

Não obstante ao uso genérico nos ritos, independente da sua vertente, no “working” (inglês) intitula-se a mudança do primeiro para o segundo Grau como “Passagem” que, vencida essa etapa o Companheiro passa pelo cerimonial de Elevação (pela Escada em Caracol) quando atinge o Terceiro Grau – Iniciação, Passagem e Elevação. Na vertente francesa, donde provem o Rito Escocês Antigo e Aceito, embora a Palavra de Passe seja geralmente a mesma, por questão doutrinária do sistema latino (francês) os ciclos são identificados como Iniciação, Elevação e Exaltação. 

Finalizando: a pronúncia “isqui∴” é mera invenção. Dado ao fato de que quem assim porventura viesse pronunciar, no mínimo teria a sua passagem obstada pelo Segundo Vigilante – “isqui∴” para o caso não existe! 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com 
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.165 – Florianópolis(SC) – domingo, 10 de novembro de 2013

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