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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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domingo, 13 de outubro de 2024

PALAVRA SAGRADA DO APRENDIZ

(republicação)
O Respeitável Irmão Lélio Geraldo Lopes da Silva, Loja Estrela de Bragança, 3.375. REAA, GOSP-GOB, Oriente de Bragança Paulista, Estado de São Paulo apresenta a questão seguinte: professorlelio@ig.com.br 

A Palavra Sagrada do Aprendiz está sendo transmitida letra por letra e depois silabada, havendo uma discordância com o ritual, pág. 49. Já debatemos sobre o assunto, mas alguns Irmãos acham que está correto porque, nas páginas 165/166 - INSTRUÇÃO é ensinado que a palavra é dada letra por letra e depois silabada. E agora mano! Em minha opinião, a Palavra jamais poderá ser silabada, pois o Aprendiz só sabe soletrar. Gostaria se possível, que nos esclarecesse e nos orientasse.

CONSIDERAÇÕES:

A questão é quase sempre a perpetuação de erros hauridos de rituais ultrapassados e copiados por alguns sem o propósito acadêmico da história, achando estes que rituais antigos seguem a regra de confiabilidade como se idade fosse sinônimo de verdade – sugere-se aos mesmos, no mínimo o conhecimento do que é “documentação primária”. 

Tenho derramado rios e rios de tinta apontando esses erros crassos copiados paulatinamente e que têm gerado contradições e pior, idealizam explicações das mais estapafúrdias possíveis. 

Nesse particular já recebi muitas críticas pelos meus apontamentos, sendo que algumas desprovidas de qualquer mérito e oriundas de certos “articulistas” que se acham doutos por colecionarem rituais rançosos e ultrapassados, isso além das suas próprias opiniões pessoais - estejam elas certas ou erradas. 

Na revista A Trolha de outubro de 2.011 o Irmão pode conferir o que lá fora escrito para me contradizer e me atacar no que concerne à tradicional cor vermelha do avental do Rito Escocês. 

Dentre outros equívocos escritos e a moda de dar o tapa e esconder a mão, o texto referido ainda possui críticas a um Irmão que pela Lei da Natureza já se encontrava no Oriente Eterno – morto não pode mais se defender. 

Penso que por conjecturas desse naipe é que enfrentamos essa verdadeira colcha de retalhos que se tornou no Brasil o Rito Escocês Antigo e Aceito... 

Vamos aos fatos da Palavra Sagrada do Aprendiz. Por uma questão doutrinária do Rito Escocês que é filho espiritual da França, as três Palavras inerentes aos respectivos graus simbólicos preveem na alegoria do aperfeiçoamento os três ciclos da vida humana, daí o Aprendiz (infância) soletra, o Companheiro (juventude) a dá por sílabas e o Mestre (maturidade) pronuncia-a de maneira normal (sem soletrar e sem silabar). Esse é o fato verdadeiro. 

Ocorre que nas cópias desvairadas de rituais ultrapassados o erro vem se perpetuando. Muitos “entendidos” não se aperceberam que dividir a palavra do Aprendiz, ou parti-la ao meio é prática de outro costume, ou vertente maçônica que é a do Craft (inglês). 

Na prática Inglesa a representação simbólica da evolução do aprimoramento possui outro arcabouço doutrinário – diferente do latino. Indubitavelmente a grande maioria desses “copistas” nem mesmo sabem a existência dessas duas correntes principais da Maçonaria Universal. Sem entender dos fatos e dos afins, copiaram a moda inglesa que geralmente dá a Palavra de trás para frente ou partida ao meio e inseriram a prática em um Rito de outra vertente. 

A expressão “partida ao meio” acampou nos costumes latinos e transformaram uma Palavra que é transmitida apenas e tão somente soletrada em uma contradição. Ora se ela é dada somente soletrada, então que “estória” é essa de ao final os protagonistas a pronunciarem por sílabas? É óbvio que essa prática na vertente latina está irremediavelmente equivocada. O problema está sem se saber à razão dos procedimentos ritualísticos. Como geralmente a lei é a do menor esforço, o melhor mesmo é só se copiar o que vem sendo escrito, mesmo que a metodologia esteja completamente errada. 

Dizem que depois da tempestade vem a bonança. Nesse sentido existe uma “luz no fim do túnel”. Há poucos meses atrás e em conversa com o Soberano Grão-Mestre, ele mesmo abordou essa contradição. Como impreterivelmente nesse ano serão editados os provimentos que corrigem os três rituais, neles constará a correção dessa prática haurida dos costumes sustentados por contradições.

Devo salientar que não é só esse procedimento contraditório. Existem muitos outros que pretendemos enfrentar - ou a bobagem copiada, ou mesmo os seus defensores. Dado a esses acontecimentos é que vemos um belíssimo rito maçônico como é o caso do Rito Escocês Antigo e Aceito transformado em um verdadeiro mistifório. Nele existem enxertos de outros ritos, práticas contraditórias, etc. 

Arrumaram até uma entrega de luvas para as cunhadas e pior, pasme, inventaram até um sinal de socorro com as ditas. 

No Segundo Grau copiou-se do sistema inglês a “mãozinha” esquerda levantada, cujas aclarações ninguém sabe dar, salvo aquelas “explicações” ocultistas como se a Maçonaria fosse palco de crenças pessoais. 

Enfim, eu poderia aqui elencar um número imenso dessas práticas alienígenas tão ao gosto daqueles que “acham”, geralmente conhecidos nas nossas lides com “achistas” que quase sempre “acham bonito”. 

Finalizado. Mesmo contraditórios, um ritual em vigência deve ser rigorosamente observado, embora nos sejam de direito, dentro da Lei, lutar para que as coisas fiquem colocadas nos seus devidos lugares. 

T.F.A. 
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com 
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.164 – Florianópolis(SC) – sábado, 09 de novembro de 2013

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