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quarta-feira, 18 de novembro de 2020

ESQUADRO E OS RAMOS IGUAIS

ESQUADRO E OS RAMOS IGUAIS
(republicação)

Em 21/06/2016 o Respeitável Irmão Edvaldo Beserra de Souza, Loja Fênix, 3.908, Rito Adonhiramita, Grande Oriente de Pernambuco, Oriente de Recife, Estado de Pernambuco, formula a seguinte questão:
edvaldobsousa2@hotmail.com

Gostaria de saber se o esquadro que tem os dois ramos iguais tem algum rito específico. No ritual Adonhiramita consta que o mesmo tem um dos ramos maior que o outro e diz "ficando a sua parte mais curta posicionada para o lado do secretário". Está certo ou é invenção?

CONSIDERAÇÕES:

Eu já escrevi bastante sobre isso. As minhas convicções sempre foram norteadas para a verdadeira tradição maçônica, nunca para invencionices tão ao gosto da imaginação de alguns, mesmo que para esses, a despeito de certas formalidades doutrinárias, acabem se chocando com a razão que é o objetivo crucial da Sublime Instituição.

Assim, sem entrar no mérito doutrinário deste ou daquele Rito, volto a salientar que na Moderna Maçonaria, haurida dos antigos construtores medievais, o Esquadro que é um dos componentes das Três Grandes Luzes Emblemáticas ou das Três Luzes Maiores, dependendo da vertente maçônica, não possui ramos desiguais e nem graduação. Esse Esquadro, portanto, não possui cabo, já que ele quando colocado sobre o Livro da Lei se constitui num símbolo de moral e não num emblema alegórico do ofício (ramos iguais). Já o Esquadro operativo (com cabo e graduado), ou o de ofício, é simbolicamente aquele que vai apenso ao colar usado pelo Venerável Mestre, já que ele, o Venerável, é o representante maior do construtor no canteiro (Loja).

Assim a joia do Venerável é a que representa o Esquadro operativo – aquele usado pelo construtor como objeto de trabalho. Esse Esquadro (o da joia) possui cabo e graduação, pois representa o trabalho e a retidão dos cantos na construção, enquanto que o outro é o emblema da Lei moral, cujas facetas se vestem na alegoria conforme a sua posição em relação ao Compasso. Nesse sentido, o Esquadro que vai sobre o Livro da Lei denota profundas lições, não pelo comprimento ou graduação dos seus ramos, todavia pela Esquadria que ele representa. Daí este Esquadro simplesmente possuir ramos iguais (não há nele nenhum cabo), mesmo quando entrelaçado às hastes do Compasso, pois não importa o lado e qual parte deste ou daquele instrumento é a que fica por cima ou por baixo um do outro.

À bem da verdade, no que diz respeito às Luzes Emblemáticas, o lado que fica por cima ou por baixo é o que menos importa, porque sob aos olhos da razão, não existe nenhuma determinação para essa situação. O verdadeiro significado e a causa de ser, conforme o Grau de trabalho é a de que unidos os objetos por ora permaneçam um sobre o outro e por ora entrelaçados. Neles não existem lados maiores e lados menores.

É sabido, porém que a realidade é outra. Infelizmente, ao longo dos tempos, achistas e imaginosos, proselitistas e expositores dos seus próprios credos, acabaram por inserir essas ilações nos rituais. Dessa equação resultaram ideias particulares e descompromissadas com o verdadeiro objetivo da Maçonaria e que fazem surgir discussões das do tipo “o lado menor do Esquadro” ou “qual lado dele fica livre”.

De modo sincero, prático e objetivo penso que o importante é o resultado do trabalho. Pormenores que não alteram a essência... São apenas e tão somente pormenores. Discutir ramo maior ou menor do Esquadro sobre o Livro da Lei é algo tão sem sentido como se comemorar o Dia do Maçom brasileiro no dia 20 de agosto se nesse dia em 1822 nem sessão houve no Grande Oriente do Brasil.

Finalizando, é oportuno salientar que não vai aqui nenhum desrespeito a esse ou àquele Rito ou Ritual. Mesmo aqueles que sem explicação exaram lições desse tipo, se em vigência, devem seguramente ser obedecidos.

T.F.A. 
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.309 – Florianópolis (SC), quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

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