Ir⸫ Ademar Jardim Ferreira
A Maçonaria é a virtude personificada, não tem um só Símbolo que não seja a aplicação de alguma verdade transcendente, não possui um só mistério que não encubra a pratica de alguma virtude; a Paz Universal é o seu ideal; o Bem é o meio de ação; pela pratica da caridade pretende chegar à fraternização de todos os povos.
Uma associação de homens que se consideram Irmãos entre si e cujo fim é viverem em perfeita igualdade, inteiramente ligados por laços de recíproca estima e confiança, estimulando-se uns aos outros, na pratica das virtudes.
Um sistema de moral, velado por alegorias e ilustrados por símbolos. São insuficientes as palavras, por muitas que sejam, para se enaltecer uma entidade de princípios e fins tão nobres como e a Maçonaria, a qual, através de sua carta magna, ou seja, a Constituição do Grande Oriente de Minas Gerais, estabeleceu que a Ordem e uma instituição essencialmente filosófica, filantrópica, educativa e progressista por meio da pratica desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade, tendo por fins supremos, a LIBERDADE, IGUALDADE e FRATERNIDADE.
É bem verdade que alem destes princípios gerais, que norteiam os passos de tão decantada Instituição, existiam outros institutos correlatos que pautam a conduta, tanto em direito quanto em deveres dos membros filiados a Ordem.
Para efetuação de meu trabalho, minha imaginação foi despertada sobre a parte da nossa Constituição que regula os direitos e deveres individuais dos Maçons. Prega nossa Constituição, determinadas obrigações individuais, tais como o dever de freqüentar a Loja; quitar, com pontualidade, as contribuições impostas; reconhecer como Irmãos todos os Maçons regulares, dando-lhes justa ajuda e proteção e defendendo-os com risco da própria vida, contra injustiças; manter sempre no mundo profano, conduta digna e reta, praticando o bem e a tolerância e subordinando-se as leis, aos costumes e aos poderes constituídos do país. Através destes poucos deveres que pude observar que ostentar o titulo de Maçom não é uma barreira inexpugnável; o difícil é ser verdadeiramente um perfeito Maçom, não que esta dificuldade seja oriunda dos princípios maçônicos, mas sim da conduta individual de Maçons imperfeitos, os quais, mesmo convivendo com princípios tão nobres deixam escapar por entre dedos escorregadios a oportunidade de tentarem se igualar a tantos verdadeiros Maçons. Vir em Loja, com presença física ou pedir a algum Irmão que leve sua contribuição, quando podia leva-la pessoalmente, não significa que este Obreiro está cumprindo com o seu dever. Ou exemplificando mais simples, como está acontecendo nos nossos últimos dias ou meses, com uma quantidade de rifas que temos recebido para ajudar algumas pessoas desafortunadas, que estão necessitando de ajuda, ou seja, o Irmão adquire o bilhete da rifa quando e procurado por aquele que esta responsável em vender tais bilhetes e ele diz estar cumprindo, volto a dizer, com o seu dever. E a sua presença em Loja, para saber o que realmente esta acontecendo, como e que fica? Pergunta para aqueles que vem? Qual o assunto discutido? São simplesmente nove presenças no ano. E, realmente temos que mudar o nosso Regimento Interno que é tão arcaico como as idéias de alguns poucos Irmãos retrógrados, ou seja, não querem ficar a favor das mudanças verdadeiramente necessárias para que possamos ser mais bem vistos perante a sociedade e não simplesmente mais um MAÇOM.
Entendendo que os princípios maçônicos, alem da presença física ou monetária, exigem a presença espiritual do Obreiro, para que este, com espontaneidade, de tudo de si para beneficio na Ordem e assim conseqüentemente, da humanidade.
Vai mais alem os deveres de um Maçom: reconhecer como Irmãos todos os Maçons regulares e fazer prestação de auxilio, inclusive com risco de vida, se necessário. É de se observar que a pratica é bastante adversária do que prega nossa doutrina maçônica. Salvo contáveis exceções, nos mostra o trivial, são Irmãos digladiando entre si como verdadeiros antagonistas, quando deveriam estar mais do que nunca unidos sob a égide protetora da base filosófica da Maçonaria, a qual vem atravessando os séculos como uma pirâmide bem elaborada, pois seu alicerce foi muito bem construído para não abater em face da má conduta de alguns elementos integrantes de seu quadro.
Há Irmãos que passam por Irmãos ou por Cunhadas e que são incapazes de lhe dirigir um bom dia ou boa tarde ou, na pior das hipóteses, acionar buzina do seu automóvel no sentido de emitir um cumprimento. Desculpe se comigo aconteceu alguma vez, pois não e do meu feitio.
Estes elementos que não são Maçons perfeitos, só causam pena, pois convivendo com o bom e com o bem, nada querem aprender, são incapazes de ler um bom livro sobre Maçonaria ou pelo menos pedir emprestado àqueles que sabemos que os possuem, continuando cegos como profanos só contrariando a filosofia maçônica e seus Irmãos, que ficam com a alma chorosa por verem um ente querido se desgarrar do caminho do bem, para trilhar uma estrada negra que macula o alto nome de nossa Ordem, mesmo perante o mundo profano.
Com todos estes reveses que sabemos existir, nossa Ordem haverá de varar séculos a fio, pois, apesar de um numero reduzido, possuímos no quadro da maçonaria elementos da mais alta estirpe; de sentimentos nobres, os legítimos Maçons, que jamais permitirão que se prostre por terra o inestimável legado de nossos antepassados no tangente a Maçonaria, procurando cada vez mais, como verdadeiros generais armados de inteligência para defesa da Ordem, a defesa do tríduo da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, para colocar a Maçonaria em sua verdadeira posição de líder oculta da sociedade. Peço permissão aos Irmãos presentes e em especial ao Venerável Mestre, para que eu possa falar sobre o Avental e o Balandrau: O AVENTAL
Para freqüentar, no Templo, as Sessões da Loja, torna-se necessário e imperativo que ali se esteja "maçônicamente trajado". O traje do Maçom é o Avental. Sem ele, é impossível a qualquer Maçom tomar parte nos Trabalhos. Na Maçonaria Especulativa, o uso do Avental independe da posição ou cargo exercido pelo Maçom. Dentro da Loja, todos, sem nenhuma exceção, estão obrigados a estarem maçônicamente trajados, ou seja, revestidos de seu Avental. Insígnias, medalhas distintivas, podem ser dispensados. Nunca o Avental.
O BALANDRAU
O Balandrau não é um traje maçônico, como nos mostra o nosso Irmão escritor Boanerges Barbosa Castro, em sua obra maçônica, já na 2ª edição e denominada: Templo Maçônico e seu Simbolismo. Seu uso é relativamente moderno e atende a considerações de ordem exclusivamente praticas. O traje civil exigido para o comparecimento em Loja é terno preto, camisa branca e gravata, sendo esta ultima preta. A economia nem sempre permite ao Maçom de ganhos mais modestos arcar com despesas para a aquisição de uma roupa preta, que de modo geral é uma roupa cara. Outros Irmãos não toleram o uso da gravata e quando são obrigados a usa-la sentem um desconforto total. O Balandrau preto, fechado em todo o seu comprimento, desde o pescoço ate os joelhos, resolve todos estes problemas e foi por isso que as Lojas consentiram em permitir o seu uso que, por outro lado, não quebra a dignidade do cerimonial, conforme também determinam os nossos regimentos.
Há Irmãos que freqüentam nossa Loja e que comparecem em nossas reuniões mal trajados, ou seja, com camisas coloridas, com sapatos de todas as cores e às vezes até botina, também de cores diversas e nunca na cor preta, sem falar que usam o Balandrau todo aberto na frente deixando a mostra seu peito, como se ele estivesse fazendo parte do "clube das mulheres", que todos nos sabemos que existe por ai.
Desculpem mais uma vez se estou jogando a carapuça em algum Irmão, pois não é essa minha intenção. Isto é, no meu pequeno, modesto e parco conhecimento total desrespeito a nossa Sublime Ordem e aos demais Irmãos. Quero nesta oportunidade me dirigir aos Irmãos no sentido de solicitar uma prestação de maiores serviços ao alto nome da Maçonaria. Não se pode conceber que neste sagrado Templo onde se reúnem pessoas de tão vasto quilate de honestidade, compreensão e sabedoria, não partam idéias, não apresentem Trabalhos em Loja, que possam ser de grande ajuda para a Ordem e até mesmo para a sociedade profana. De tantas mentes sadias por certo haverá de brotar bons frutos, precisando somente de um pouco de boa vontade para não deixar nossas reuniões semanais se transformarem numa coisa rotineira e sem propósitos. Que sejam de escusas minhas palavras finais se foram bruscas, quando em verdade tive somente a intenção de louvar os excelsos ensinamentos da Maçonaria e agradecer a meus Irmãos tudo de bom que me foi deixado aprender nesta nobre instituição, que é a Maçonaria.
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