Ir∴ Valdemar Sansão
“Meu dever é falar, não quero ser cúmplice” (Emile Zola).
Comunicação oral – Oratória: a definição mais comum é “a arte de falar em público”. Neste artigo, consideraremos oratória como a habilidade de se expressar bem – de ser eloquente – diante de uma plateia, seja ela formada por uma ou por centenas de pessoas. Consideramos também que a oratória ocorre em uma situação mais formal, por exemplo, em uma palestra ou até mesmo em uma entrevista de emprego. Todos nós precisamos ter algumas habilidades, e uma delas é a da comunicação.
Comunicamo-nos por toda a vida e muitas vezes não nos preocupamos em melhorar essa ferramenta para que ela nos ajude a alcançar nossos objetivos.
O uso da palavra em loja – o Maçom deve falar bem, ou seja, medindo as suas palavras, falando com prudência. E, também, deve falar objetivamente, para não se estender muito, prejudicando o direito dos demais Obreiros, que desejarem fazer uso da palavra. Os Vigilantes pedem a palavra diretamente ao Venerável, através de um golpe de Malhete, sem necessidade de solicitação oral. O Venerável, para autorizar, dá um golpe de Malhete.
Durante os Trabalhos poderão falar sentados: as Luzes, os MM∴II∴, (desde que revestidos de suas insígnias e não ocupando cargos); o Orador ao fazer as conclusões e o Secretário ao ler o Balaústre e o Expediente. (Os demais Obreiros falarão sempre de pé, com o Sinal de Ordem).
Se algum Obreiro, depois da palavra ter passado por sua Coluna, desejar juntar um comentário ou esclarecimento, solicitará ao seu Vigilante que peça ao Venerável a autorização para que a palavra volte à sua tramitação. É totalmente errado pedir a palavra “pela ordem” para falar sobre o assunto que está sendo discutido, pois “pela ordem” significa questão de ordem, que só pode ser levantada caso a ordem da Sessão esteja sendo indevidamente alterada.
Quando qualquer Irmão é designado para leitura de uma Peça de Arquitetura – ou seja, um discurso, um poema, ou qualquer outro trabalho escrito sobre assuntos maçônicos; se esse irmão não tiver uma mínima preparação de técnicas de oratória, o resultado é um desastre. Cabe a cada um, individualmente, o desenvolvimento destas técnicas.
Técnicas de oratória – a) Pesquisas - O desenvolvimento da habilidade de “falar bem” é algo que deve respeitar o ritmo de cada um. No geral, há oradores que pesquisam tanto que não conseguem utilizar um décimo dos seus resultados em uma apresentação. O problema mesmo é quando eles tentam passar o maior número de dados possíveis em um tempo muito pequeno.
Assim, sua apresentação fica abarrotada de informação e, consequentemente, confusa.
b) Palestras – é exatamente a palavra que deve ser valorizada em uma apresentação. Torne o assunto fácil de ser entendido e digerido por qualquer pessoa, por mais leiga que seja.
1. Fale sobre aquilo que você conhece a fundo e sabe que conhece, ou seja: Preparasse.
2. Fale de algo que haja despertado seu interesse – fale daquilo que tem profundo desejo de comunicar a seus Irmãos.
3. Tenha um grande desejo de comunicar sua mensagem - Preocupe-se com a altura de sua voz. Faça anotações no seu texto, nas partes que deseja dar ênfase, chamar a atenção.
4. Nunca, nunca decore uma palestra palavra por palavra – se você decorar sua palestra, o mais provável é que esqueça no momento de apresentá-la.
5. Movimente-se enquanto fala. Valorize sempre a reação do seu público, e gesticule naturalmente, pois este é o único elemento indispensável e insubstituível para um bom desempenho. Isso dissipará sua tensão e aumentará sua convicção. Ajudará a prender a atenção da plateia para as suas ideias. Um orador estático rapidamente perde a atenção da plateia, e não conseguirá produzir sintonia à recepção da oratória.
6. Use sua voz em diferentes tonalidades. Varie a tonalidade de sua voz de acordo com o desenvolvimento do texto. Fale alto ou fale baixo de acordo com o andamento de sua apresentação. Discursos pronunciados em tom de voz único provocam sonolência e desinteresse da plateia.
7. Ensaie sua palestra conversando com os Irmãos, sobre o trabalho que está preparando. Peça-lhes sugestão. Este é um modo infinitamente mais efetivo de ensaiar uma palestra do que gesticular diante do espelho.
8. Não imite ninguém. Seja você mesmo. Você é algo novo neste mundo. Alegre-se. Assim aproveite sua individualidade. Sua conversação deve ser parte de sua própria pele. Deve sair de suas próprias experiências, convicções, personalidade e de sua própria maneira de viver. Ninguém sabe o que é que você pode fazer, até que você o faça.
9. Sempre que possível utilize os nomes de alguns de seus ouvintes. Esta regra é útil se usada com moderação. O nome de uma pessoa é para ela o som mais doce e importante do idioma. Ajuda a prender a atenção do grupo para suas próximas citações.
10. Fale com modéstia e não com presunção. A modéstia e a humildade inspiram confiança e benevolência. A pessoa que está segura de si mesmo e tem confiança, nunca sente a necessidade de impressionar os demais com sua capacidade. Só o fracassado e o indivíduo sem valor querem forçar-nos a reconhecer seus méritos.
11. Nunca fale com cara de poucos amigos e com tom de voz áspero. Lembremo-nos que a expressão de nossos rostos e o tom de nossa voz muitas vezes fala melhor e mais forte que nossas palavras.
12. Desfrute sua oratória enquanto fala. Se não desfrutarmos enquanto falamos, como vamos esperar que outros desfrutem ouvindo?
13. Não se desculpe nunca – Já disseram que quem nada faz nunca erra. Da mesma forma, se seu discurso for pequeno, fica mais difícil de ele se transformar em um mau discurso. Se seu público ficar cansado, ele perderá a concentração e simplesmente esquecer o que você está falando. O segredo para evitar que isso aconteça é sempre parar de falar antes que o público queira deixar de ouvir.
14. Recebamos bem as críticas (construtivas), em vez de aborrecermo-nos com elas. Aprenda a ouvir com cordialidade as vozes discordantes; reflita sobre elas. Procure tirar proveito das observações. Os elogios fáceis e despropositados não ajudam a construir um bom palestrante.
Recursos audiovisuais - mesmo que você defina sua apresentação de maneira adequada, sem o uso das técnicas modernas de recursos visuais, corre o risco de o público esquecer tudo o que foi dito. As transparências, apresentações multimídia e outros recursos são praticamente indispensáveis a uma palestra de boa qualidade. Esses são elementos que ajudam seu público a entender suas ideias e as conexões existentes entre elas, a acompanhar seu raciocínio e seus argumentos e, mais que qualquer outra coisa, a se lembrar do que você falou.
Os recursos audiovisuais são sem dúvida uma grande ferramenta, contanto que sejam utilizados com critério e competência. Caso contrário, podem se transformar em uma armadilha.
Faça uso dos recursos que puder e tenha consciência de que eles podem ajudar muito seu público a absorver as informações. Além disso, uma apresentação que utiliza recursos visuais efetivamente é mais persuasiva, mais profissional e mais interessante.
Encerrando – Não se esqueça de que quase todas as apresentações são seguidas por perguntas da plateia. Sempre agradeça por cada pergunta feita e procure destacar e valorizar cada pessoa que perguntar. Sempre que for formulada uma pergunta inteligente, diga coisas como: “sua pergunta é muito interessante”, ou “excelente pergunta”.
Repita sempre as perguntas realizadas. Muitas vezes você consegue ouvir a pergunta, mas alguns membros da plateia podem não ter a mesma sorte. Por isso, repita, mesmo que com palavras diferentes, a fim de garantir que todos entendam.
Ninguém sabe absolutamente tudo sobre algum assunto, e nós não somos exceção. Não tenha vergonha de assumir que não sabe responder com certeza a alguma pergunta. Em alguns casos você pode dizer que não está certo sobre a informação e que verificará com detalhes para responder mais precisamente em uma próxima ocasião. O importante é não mentir nem inventar.
Agradecendo por ter permitido compartilhar dessa experiência, com absoluta certeza todos seremos capazes se tentarmos com vontade. O caminho à frente não é tão difícil. Basta que o Grande Arquiteto do Universo assim queira, e Ele há de querer!
PS – O notável maçom Ir∴ WINSTON CHURCHILL costumava dizer que os pessimistas veem dificuldades em todas.
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