Ir∴ Marcos A. P. Noronha
O malhete, que é um martelo de madeira, representa na Maçonaria a autoridade, por isso é utilizado pelo Venerável Mestre, que é o Presidente da Loja e, por consequência, preside os trabalhos maçônicos, e também pelos Primeiro e Segundo Vigilantes, que são os Primeiro e Segundo Vice- Presidentes da Loja, respectivamente. Somente essas três Luzes da Loja fazem uso de malhete.
O malhete “é o símbolo da vontade ativa, da energia posta a serviço da inteligência esclarecida pelo coração”. É dessa forma que o malhete deve ser manejado, principalmente pelo Venerável Mestre: com solidez e segurança, mas com moderação, sem estrondos, para assim demonstrar equilíbrio, serenidade e responsabilidade. Pelo som dos malhetes, pode-se avaliar o grau de comprometimento com a Ordem daqueles que o manejam.
Não é demais recordar que a autoridade de uma Loja é exercida pelo Venerável Mestre e pelos Vigilantes, pois como prescrito no Landmark No 10, dos que foram compilados por Albert Gallatin Mackey, uma Loja será sempre dirigida por três Luzes.
O Irmão Pedro Juk, em uma resposta a uma questão que lhe fora apresentada, afirma que:
“Na mitologia nórdica o malhete era uma ferramenta que tinha por objetivo a elevação da força natural do ser humano. Por isto passou a ser o símbolo da força e do vigor. Com sua origem na Maçonaria Operativa, o malhete é na Loja um símbolo da força superior, da responsabilidade e da ordem do Venerável Mestre e dos Vigilantes. Ele representa a execução das leis, o manejo da ordem através do ritmo das batidas. Com a batida do malhete todas as reuniões são iniciadas e terminadas. À batida do malhete no Templo ou num trabalho maçônico, todo maçom terá que obedecer sem contestação.”
Se acontecer uma batida do Venerável Mestre, não prevista no Ritual, a informação, trazida por uma forma de se comunicar maçonicamente, quando a Loja está aberta, é a de que ele está solicitando a atenção dos Irmãos, principalmente, dos Vigilantes. Este pedido de atenção pode, também, acontecer se ele aumenta a intensidade (devendo, mesmo assim, atender ao quesito de serenidade e equilíbrio).
Salientamos que a Loja está aberta quando a Sessão teve início formal, o que ocorre no Rito Escocês Antigo e Aceito após a abertura do Livro da Lei e a leitura pelo Irmão Orador, na parte prescrita no Ritual do Grau da Sessão.
Quando o Venerável Mestre ou os Vigilantes estiverem fazendo o Sinal e, de acordo com o prescrito no Ritual, tiverem que bater com o malhete, devem completar o Sinal, dar a batida recomendada pelo Ritual, com a mão direita, e voltar novamente ao Sinal. É de bem ressaltar que não se deve bater o malhete, empunhando-o com a mão esquerda.
O nosso Irmão Pedro Juk afirma, ainda, que: “Com o Malhete não devem ser feitos sinais ou saudações maçônicas. O malhete deve estar sobre a mesa quando o titular se colocar no Sinal.”
Quando da Saudação Maçônica, o Venerável Mestre e os Vigilantes devem pousar o Malhete sobre a mesa e executarem a bateria maçônica com as mãos, dando a batida do Grau com a mão direita na esquerda que deve estar parada, na horizontal formando um ângulo de 90º com o braço e o antebraço. (Rito Escocês Antigo e Aceito).
Quando o Venerável Mestre, ou o 1º Vigilante, ou mesmo o 2º Vigilante, deixar ritualisticamente o seu lugar, de acordo com o Ritual, o malhete permanece sobre a mesa e estes lugares não serão ocupados por outro Irmão.
Recordamos que há uma situação em que os malhetes são batidos incessantemente: ocorre quando o Grão-Mestre entra no Templo até a chegada em seu lugar no Oriente, estando a Loja aberta.
Portanto, a título de conclusão, ressaltamos que as batidas com o malhete, efetuadas pelo Venerável Mestre, expressam como está sua preparação, vibracional e energética, para conduzir os trabalhos da Sessão. As batidas não podem ser tão vigorosas e fortes que indiquem um desequilíbrio emocional, nem tão pusilânimes que demonstrem falta de energia ou, ainda, falta de comprometimento com o trabalho que está conduzindo. Assim, as batidas de malhete, efetuadas pelo Venerável Mestre devem atender ao prescrito no Ritual, com a devida intensidade e vibração.
Fonte: Diálogo Maçônico nº 001
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