Ir.·. Jáedcr Antônio Naeeme Sobreira
Uma das situações, talvez a mais dolorosa para um homem, é quando ele se conscientiza de que é totalmenle desnecessário, seja no ambiente familiar, no trabalho, na comunidade ou, principalmente, para nós maçons, na nossa Instituição.
Os mçons tornam-se desnecessários:
Quando decorrido algum tempo de sua Iniciação ao primeiro grau da órdem, já demonstram desinteresse pelas sessões, faltando constantemente e, demonstrando não estarem comprometetidos com a Instituição, apesar de terem aceitado a Iniciação e lerem JURADO SOLENEMENTE.
Quando, durante as sessões, já "enturmados", ficam impacicntes com as instruções, com as palestras ou com a palavra dos lrmãos mais velhos, achando tudo uma chatice, uma bobagem que atrasa o ágape e a esticada noturna ao BAR.
Quando, ao tempo da apresentação de trabalho para aumento de salário, não têm a mínima idéia dos assuntos dentre os quai podem escolher os seus temas. Simplesmente copiam alguma coisa de um livro e apresentam-no, pensando que ninguém vai notar.
Quando, ainda companheiros, começam a participar de grupos para ajudar a eleger o novo Venerável e, não raro, já pensando seriamente, assim que chegarem a Mestres, começarem a trabalhar para obter o "poder'' na Loja.
Quando já como Mestres, recusam-se, a admitir que sabem quase nada a respeito da Ordem Maçônica. Acham que estudar e comparecer ao máximo de sessões do ano é coisa para os que aceitaram fazer parte da administração, para os companheiros e os aprendizes.
Quando Mestres, ao participarem das eleições como candidatos a algum cargo na Loja, principalmente para o de Venerável, e não forem eleitos, sumirem ou filiarem-se a outra Loja onde poderão ter a "honra" de serem cingidos com o avental de M∴ I∴, que consideram ser "muito mais vistoso do que o de um "simples" Mestre".
Quando já Mestres e até participando dos graus filosóficos não terem entendido ainda que o essencial para o verdadeiro maçom é o seu crescimento espiritual, a sua regeneração, a sua vitória sobre a vaidade e os vícios, a aceitação da humildade e o bem que possam fazer aos seus semelhantes, e que, a politica interna da Loja, a proteção mútua, principalmente na parte material, também tem lá seu valor, mas não é a ESSÊNCIA para o verdadeiro MAÇOM.
Quando, como Aprendiz, Companheiro ou Mestre, ainda não entenderem que a Loja necessita que suas mensalidades estejam rigorosamente em dia, para que possam enfrentar às despesas que ~são inevitáveis.
Quando, como Veneráveis Mestres, deixam o caos se abater sobre a Loja, não sendo firmes o suficiente para exercer sua autoridade; não tendo um calendário com programação pré-definida para um período; não cobrando de seus auxiliares a consecução das tarefas a eles determinadas, e não se importando com a educação maçônica, que é primordial para o aperfeiçoamento dos obreiros.
Quando, como Vigilantes, não entenderem que, juntamente com o Venerável Mestre, devem constituir uma unidade de pensamento, pois em todas as Lojas nas quais um ou os dois Vigilantes não se entendem entre si e principalmente não se entendem com o Venerável, o resultado da gestão é catastrófico.
Quando, como Guarda da Lei (Orador), nada sabem das leis e regulamentos da Potência e de sua própria Loja, e usam o cargo apenas para discursos ocos e intermináveis.
Quando, como Secretários, sonegam à Loja as informaoções dos boletins quinzenais, as correspondências dos Ministérios e, principalmente, os materiais do departamento de cultura, que visam dotar as Lojas de instruções e conhecimentos que normalmente não constam dos rituais, e são importantes para a formação do maçom.
Quando como Tesoureiros, não se mostram diligentes com os metais da Loja, não se esforçam para manter as mensalidades dos irmãos em dia e não se importam com os relatórios obrigatórios e as prestações de contas.
Quando, como Hospitaleiros, não estão atentos aos problemas de saude e dificuldades físicas, financeiras, ou sociais, dos irmãos da Loja. Quando constatamos que em grade numero de Lojas, com uma freqüência média de vinte Irmãos, se recolhe um tronco de beneficência de R$ 10,00 (dez reais) em media (significa que 10 irmãos contribuíram com RS 1,00 e 10 não conseguiram nem contribuir ... ).
Na prática, em condições originais, friamente, todos os 10 que não contribuíram são desnecessários, pois a benemerência é um dever declarado do maçom. Mas a benemerência é também do maçom que PODE mais, atendendo o maçom que agora não está podendo, por seu acidentais motivos de vida.
Quando, como Chanceleres, não dão importância aos natalícios dos lrrmãos, cunhadas, sobrinhos e de outras Lojas. Quando, em desacordo com as leis, adulteram as presenças, beneficiam irmãos que faltam e não merecem esse obséquio.
Quando a Instituição programa uma Sessão Magna Branca para homenagear alguém ou alguma entidade pública ou privada, constata-se a presença de um número irrisório de Irmãos, dando aos profanos uma visão negativa da Ordem, deixando constrangidos aqueles que se dedicaram e se esforçaram para realizar o evento à altura da Maçonaria. Todos esses Irmãos indiferentes, que não comparecem habitualmente a essas sessões, também são desnecessários à nossa Ordem.
Muito mais haveria para se dizer cm relação aos Irmãos desinteressados da nossa Sublime Instituição. Fiquemos por aqui e imploremos ao Grande Arquiteto do Universo que ilumine cada um de nós, pra que possamos agir na Maçonaria com o verdadeiro Espirito Maçônico e não com o espirito profano, e roguemos ainda, que em nenhuma circunstância, seja na família, no trabalho, na sociedade ou na Arte Real, tornemo-nos desnecessários, pois deve ser muito triste e frustrante para qualquer um sentir-se sem importância e sem utilidade no meio em que se vive.
Transcrito da revista O Delta
Fonte: Revista O Malhete nº 01
Nenhum comentário:
Postar um comentário