LADO DA ABORDAGEM E ANUNCIANDO AO VIGILANTE
Pratico atualmente ao Rito Adonhiramita, mas aqui em Belo Horizonte praticamos na maioria das vezes o REAA, então ficam algumas dúvidas onde vos pergunto para esclarecimentos:
1º) Nos quesitos, Condução do Mestre a ser Instalado (ato da Instalação), condução do Venerável para o início dos trabalhos, transmissão da Palavra, Saco de Propostas e Informações e Tronco de Beneficência, quando o ritual orienta pelo lado norte, esses não deveriam serem feitos pelo lado esquerdo do Venerável, (pelo lado da lua) uma vez que teoricamente o Oriente se inverte ao Ocidente?
2º) O Irmão retardatário, ou até mesmo qualquer Irmão em instrução, em que se faz a entrada ritualística, após a bateria do Grau na porta, o Cobridor faz o anúncio ao 2º Vigilante (uma vez que está na mesma coluna 'SUL'), ou realmente anuncia diretamente ao 1º Vigilante?
Na esperança de vossa paciência e compreensão, despeço-me no aguardo.
COMENTÁRIOS:
No tocante à abordagem e o trono, no REAA as Luzes da Loja são sempre abordadas pelo lado direito (pelo seu ombro direito). Essa condição visa apenas padronizar as abordagens no rito em questão. Em relação ao REAA e a abordagem pela direita ou esquerda, afirma-se que nada existe de iniciático ou esotérico neste mister.
Antes, é preciso separar uma coisa da outra. Assim, a condução do Venerável Mestre pelo Mestre Instalador na cerimônia de Instalação nada tem a ver com a liturgia de abordagem durante os trabalhos do simbolismo nas sessões das Lojas, até porque a Instalação, mesmo que consagrada no GOB, ela não é original no REAA. Embora as deturpações comuns na Maçonaria latina, primitivamente na França instalação significa apenas posse (o REAA é um rito de origem francesa).
É oportuno mencionar, que a prática de Instalação de Venerável foi inserida no GOB somente a partir de 1968 por Álvaro Palmeira e Moacyr Arbex Dinamarco, quando fora encomendado um ritual para esta finalidade ao Irmão Nicola Aslan, obreiro egresso das Grandes Lojas Estaduais, Obediência esta que implantou esse costume anglo-saxônico em ritos de origem francesa, aqui no Brasil, desde 1928.
Desse modo, avaliando a importância e a originalidade dos fatos, sob o ponto de vista ritualístico, a condução do Venerável Mestre recém-instalado pelo Sul do Altar, provavelmente foi apenas para facilitar a acomodação do Mestre Instalador que, depois de conduzir e instalar o novo Venerável Mestre na “cadeira da Loja, ocupará o assento à direita do trono. Como se pode notar, esta é apenas uma questão prática, observada a característica desta condução (reservada aos Mestres Instalados). Dessa forma, não dá para se comparar uma coisa com a outra.
No mais, eventuais outras abordagens que possam ocorrer pelo lado esquerdo do Venerável Mestre, também não são regras iniciáticas, porém acomodações para melhor fluência do ato ritualístico. É caso, por exemplo, da prova da taça sagrada na Iniciação, oportunidade em que o candidato é circunstancialmente retirado do Oriente em direção à coluna do Sul. Assim, a liturgia da prova, praticada pelo Sul do Altar, facilita essa retirada.
É bom que se diga que liturgia e ritualística da Instalação de Venerável Mestre não influencia o desenvolvimento ritualístico dos três graus do simbolismo.
Outro aspecto inerente à sua questão é de que no REAA não há absolutamente nenhuma inversão do Oriente em relação ao Ocidente, tal como circulação ou perambulação em infinito. Isto não é prática do REAA, porém de outro rito. À vista disso, no REAA, rigorosamente, em Loja aberta, ingressa-se no Oriente pelo lado nordeste (o do Orador) e dele se retira pelo lado sudeste (o do Secretário). Mais uma vez reitero que isso nada tem a ver como a condução do novo Venerável ao trono.
Nesse sentido, tanto o ritual do REAA, assim como o SOR, Sistema de Orientação Ritualística do GOB, estão corretos. Vale destacar que nos novos rituais que virão em 2024, os procedimentos relativos à esta questão continuarão sendo os mesmos, ou seja, as Luzes da Loja serão abordadas sempre pelo lado direito (ombro direito), exceto nas ocasiões em que o ritual determinar o contrário.
Em relação ao anúncio do Cobridor, a regra para o REAA é a seguinte: em procedimento de abertura (a Loja ainda não está declarada aberta) o Cobridor Interno se dirige inicialmente ao 1º Vigilante. Já em Loja declarada aberta, o Cobridor se dirige ao 2º Vigilante.
Concluindo, estas são algumas características do REAA, portanto não devem ser alteradas. Sabe-se que cada rito possui a sua própria construção doutrinária, portanto deve ser respeitada e não misturada com outros costumes.
T.F.A.
PEDRO JUK - SGOR/GOB
jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br
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