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domingo, 11 de julho de 2021

OS PATRIOTAS DA MAÇONARIA

OS PATRIOTAS DA MAÇONARIA
(Autor não informado)

No século XVII, era conhecida como iluminismo, assistiu o surgimento do mundo moderno tal como o conhecemos. Foi uma época de grande crescimento político e cultural na Europa e conseqüentemente na América.

Pensadores progressistas abraçavam o racionalismo, o método científico, a importância do indivíduo e a perfeição moral da humanidade. E se o iluminismo era a mensagem, a linguagem universal que a transmitia era a maçonaria. O idealismo do momento enquadrava-se perfeitamente na filosofia maçônica de tolerância, fraternidade e humanismo, e a seita tornou-se um importante veiculo para a disseminação desses valores.

Embora a fraternidade se mantivesse oficialmente apolítica, seus valores naturalmente conduziam seus membros para as crenças democráticas.

Nos EUA, onde muitos colonos encontravam-se irritados como domínio repressivo dos britânicos, os maçons atraíram homens dedicados e politicamente ativos. Já em 1732, Daniel Coxe (1º grão-mestre da colônia) propôs um plano para a confederação das colônias americanas; na década de 1760, a irmandade tinha entre seus membros lideres como George Washington, Benjamin Franklin, John Hancock e Paul Revere. Esses homens imaginavam uma nova sociedade baseada na fraternidade e na igualdade, talvez fosse inevitável que tivessem um papel fundamental na conquista da independência americana.

Os Maçons como índios

Muito antes de a revolução americana começar, bostonianos irados com o tratamento arrogante dispensado pela Inglaterra às colônias americanas, começaram reunir-se regularmente para expressar suas frustrações e planejar uma reação. Esses livres pensadores encontravam-se em tavernas e destilarias entre um agradável local chamado “Green Dragon”, norte de Boston, onde também se reunia a loja maçônica de St. Andrew.

Nem todos os membros da loja apoiavam a causa dos patriotas, mas seus lideres, inclusive Paul Revere, John Hancock e o Dr. Joseph Warren estavam comprometidos com os colonos e seus direitos. O estopim foi abrasado em 1773 quando os britânicos proibiram aos colonos americanos o comercio de chá.

Na noite de 16 dezembro de 1773, três navios ancoraram no Porto Boston. Samuel Adms (também maçônico) deu o sinal para que dezenas de homens disfarçados de índios Mohawks invadissem o porto e tomassem os navios, jogando ao mar 342 caixotes de chá. Embora não se conheça com certeza a identidade dos participantes, sabe-se que Paul Revere e outros maçons foram quem estabeleceram o motim.

Mais tarde, vários maçons reuniram-se no Green Dragon, para comemorar o feito e repetidamente cantar a frase: “Reuni-vos Mohawks. Sacai de vossos machados, e dizei ao re Jorge que não pagaremos impostos”.

Paul Revere
Mestre Artesão
Aos 25 anos, se junta à loja maçônica de St. Andrew, em Boston. Era quem fazia os medalhões para os rituais. 

À medida que os conflitos políticos foram subindo de tom, o jovem Revere tornou-se menos social e mais centrado no fervor patriótico. 

O Massacre de Boston em 1770 onde perdeu muitos amigos e o Motim do Chá ajudaram a inflamar suas paixões políticas, organizando-se em reuniões no Green Dragon Tavern.

A mais famosa contribuição de Revere, para a causa, foi a famosa cavalgada à noite, para a qual seu mestre maçônico Joseph Warren, “mandou buscar-lhe com grande pressa, para que imediatamente partisse para Lexington”. 

A missão consistia em avisar aos companheiros que os soldados britânicos estavam a caminho. Paul Revere viria a servir como Mestre da Loja de St. Andrew, e finalmente Grão-mestre de Massachusetts.

Dr. Joseph Warren
O 1º grande enfrentamento da revolução americana ocorreu em 17 de junho de 1775, em uma elevação fora de Boston, conhecida como Bunker Hill. Os Britânicos superavam os patriotas em quase dois por um, mas foram repelidos duas vezes. Na terceira investida venceram os americanos, mas ambos os exércitos perderam cerca de 1/3 de seus homens.

O Dr. Joseph Warren Grão-mestre da grande Loja de Massachusetts, que em 1774 expôs a doutrina de respostas às injustiças britânicas, foi atingido e morto na retirada de Bunker Hill, os britânicos enterraram seu corpo em uma cova comum, após tê-lo saqueado e despido. Quando o corpo pôde ser recuperado pelos irmãos maçônicos, foram elaborados os costumes funerários da irmandade.

A Conexão Francesa da Maçonaria

Os progressistas franceses, tal como os americanos abraçaram a filosofia da liberdade pessoal. As vozes mais importantes do iluminismo francês eram maçons, e a loja das Nove Irmãs, em Paris era bem conhecida. Entre seus membros estavam o escritor Voltaire, o artista Jean-Antoine Houdon e Benjamin Franklin, que apesar de americano havia sido admitido em 1778 em uma visita que fez a Paris em busca de apoio. Franklin foi calorosamente recebido pelos franceses e graças a este episódio conheceu o Marquês de Lafayette, que imediatamente zarpou com seu próprio navio para a América. Por volta de 1779, Franklin fez amizade com o capitão da Marinha Continental John Paul Jones. No 1º enfrentamento com a marinha britânica, Jones saiu vitorioso, e juntou-se aos maçons que patrocinaram a independência americana.


George Washington, maçom! 
Quando se juntou aos maçons em novembro de 1752, Washington tinha 20 anos apenas. 

Ascendeu rapidamente e acabou sendo eleito Grão-mestre da grande Loja da Virgínia, embora recusando o cargo. 

A maioria dos generais de Washington eram maçons, entre eles: Horatio, Gates, Henry, Knox, Putnam, o Barão Von Steuben e Lafayette. Washington escreveu: 

“as virtudes que enobrecem o gênero humano são ensinadas, nutridas e amparadas nos salões dos maçons, eles estimulam a vida doméstica e servem de modelo para os mais altos deveres do Estado”.

Maçons: Argamassa e Misticismo

Apenas nos EUA, cerca de 16 mil lojas receberam vários milhões de membros maçons e os principais cidadãos de muitas cidades consideravam um privilegio fazer parte de uma loja. De certo modo, na observância dos rituais ocultos, na profusão de símbolos e títulos honoríficos, e na linguagem cerimonial altissonante – a ordem maçônica continua ser a sociedade secreta que sempre foi por incontáveis séculos.

Com todo sucesso conquistado, logo denuncias surgiram de que a maçonaria era “obscura, infrutífera, desmoralizante, blasfema, homicida, anti-republicana e anticristã, contraria a glória de Deus e ao bem da humanidade”.

A afiliação na ordem despencou e dúzias de lojas suspenderam suas atividades.Durante a década de 1840 a controvérsia e o medo foram morrendo aos poucos, mas continuou sendo encarada como ameaça igreja e a coroa.

Ao longo de séculos, os maçons tem sido acusado por aqueles que enxergam maquinações por trás de cada acontecimento ou tendência mundial - como parcialmente responsáveis pela Revolução Francesa, a ascensão tanto do fascismo como do comunismo e até mesmo pelas brutais proezas de Jack o Estripador em Londres.

Já se falara de uma conspiração de sionistas e maçons, para apoderar-se do mundo no ano 2000, que parece não ter ocorrido, ou (...). Também se falara que a maçonaria controlava 80% da economia em países capitalistas e de 90% dos meios de informação.

Origem

O objeto de tão temerosa precaução tinha suas origens em uma espécie de sindicato de pedreiros na Inglaterra medieval. O termo “maçom-livre” aparece nos registros da cidade de Londres, em 1375. Referia-se aos pedreiros que tinham permissão para viajar pelo país, numa época em que o sistema feudal mantinha a maioria, senão quase todos os camponeses junto a terra. Os pedreiros reuniam-se em grandes grupos para trabalhar em projetos majestosos e gloriosos, mudando-se ao terminar um castelo ou uma catedral para o próximo edifício. Para a proteção, educação e ajuda mútua, os maçons se uniam em uma loja local, um edifício erguido no canteiro de obras, onde os trabalhadores se alimentavam e descansavam.

Desde o antigo Egito, os grandes edifícios de pedra eram monumentos ao poder, que celebravam a magia dos sacerdotes e o direito divino dos reis.

Para os estranhos, homens armados de cinzel, compassos, réguas, níveis e esquadros faziam os templos e monumentos crescerem no solo.

Contudo, os pedreiros tinham trabalhos exclusivos e atraentes, estavam cônscios de seu privilégio especial, e muito zelosos acerca dele. Em uma época sem patentes nem direitos autorais, eles guardavam zelosamente seus segredos bem como o próprio prestígio, pois era necessário garantir que todos aqueles que afirmassem conhecer as artes da construção, houvessem sido de fato, treinados adequadamente.

A preocupação era legítima, posto que os pedreiros andantes medievais encontravam-se com freqüência com estrangeiros, que às vezes afirmavam falsamente serem praticantes do ofício, em uma tentativa de arrancar segredos para afastar esses impostores, os pedreiros construíram um corpo cada vez maior de palavras em códigos, sinais de reconhecimento e apertos de mãos secretos.

Entendeu-se que poderia atrair pessoas de um elevado nível, que estavam dispostos a pagar dobrado pela iniciação. Começou as transformações históricas da maçonaria, de uma simples guinda de oficio para uma poderosa organização social.

Os maçons atraíram a nata da sociedade londrina: membros do clero e das classes superiores, filósofos, príncipes e livres-pensadores. Muitos candidatos à iniciação esperavam aprender antigos mistérios e a sabedoria oculta que achava-se, que os maçons possuíssem.

Entre 1737 a 1907, 16 príncipes passaram pelos elaborados rituais. Quatro deles tornaram-se reis. Paradoxalmente, a mensagem que atraia tantos era: “O valor de cada homem independentemente de sua condição social”.

O 1º livro de constituições maçônico foi redigido por um ministro da Igrejada Escócia, Dr. James Anderson, e publicado na Inglaterra em 1723. E impresso nos EUA e 1734 por Benjamin Franklin. O livro dizia: “Embora em tempos mais antigos, os maçons assumissem cada religião do país ou nação, fosse qual fosse, hoje é considerado oportuno apenas obrigá-los aquela religião em que todos os homens concordam, deixando suas opiniões particulares para si mesmos, isto é, serem homens bons e fieis, ou homens de honra e honestidade, qualquer que seja a denominação ou presunção que os distinga”.

Uma lenda romântica dizia que Adão fora o 1o maçom, e que o avental maçônico marcante do costume tradicional da seita, representava a folha de parreira. Também há quem remonta a linhagem da ordem aos construtores das pirâmides do Egito, passava deles para antigos cultos gregos tais como pitagóricos e eleusínios e finalmente cultos esotéricos medievais: gnoticos, cátaros, templários e rosa-cruzes.

Quando os maçons exploravam esses laços reais ou imaginários com grupos ocultos do passado, faziam uma busca mais ampla da verdade. O final do século XVII e o século XVIII assistiram o florescimento do Iluminismo, a radiosa época em que o dogma religioso inquestionável foi eclipsado pela crença na razão e na culminância humana. Os triunfos dessa crença na razão se davam as incontáveis descobertas cientificas de Isaac Newton, depois de Benjamin Franklin, do químico Antoine Lavoisier, do astrônomo William Hershel, da filosofia de John Locke e Immanuel Kant, da inspirada irreverência de Voltaire, da sublime musica de Mozart, (Franklin, Voltaire e Mozart eram maçons. A última ópera de Mozart, denominada “A Flauta Mágica” é uma alegoria da iluminação espiritual que os iniciantes encontram na maçonaria.)

Naqueles tempos instáveis, quando novos conhecimentos pareciam, às vezes, apenas fazer realçar quanto ainda se ignorava, havia os que procuravam respostas fora das crenças e disciplinas racionais comuns.

Como sempre o mestiço tinha seus adeptos. Por volta de 1730, havia lojas maçônicas na Bélgica, Rússia, Itália, Alemanha e na Suíça. No entanto a seita parecia ter apelo especial na França, em parte devido ao furor que causavam todas as coisas inglesas nesse país. Em 1735, havia cinco lojas em Paris, em 1742 eram 22 lojas.

Cerca de 45 anos depois, às vésperas da Revolução Francesa, havia cerca de 100 mil maçons na França.

Na constituição original, os maçons exigiam um curso de sete anos de instrução e aprendizagem para iniciados antes de conceder-lhes a condição de membro pleno do oficio. Entre os membros de pleno direito o mais respeitado era o mestre maçom, encarregado do projeto de construção. Três estágios que correspondiam mais ou menos a aprendiz, membro e mestre, continuavam existindo no modelo da maçonaria inglesa do século XVII, permitindo que os membros progredissem através de três graus de crescente prestigio na loja.

O desenvolvimento de graus barrocos, combinada a uma busca cada vez mais febril de ligações a cultos antigos, começou a preocupar os soberanos da França e da Bavária, onde a toda poderosa Igreja Católica Romana almejava à vassalagem exclusiva de seus súditos. A constituição inglesa original da ordem advertia que um membro “nunca deveria envolver-se em complôs e conspirações contra a paz e o bem-estar da nação”.

Somente o grão-mestre podia acender a petição que permitia a abertura de uma nova loja. O mestre proposto e os membros da nova loja eram então apresentados ao grão-mestre que declarava diante dos peticionários reunidos que a loja estava aberta.

No inicio do século XVII as reuniões costumavam ser realizadas em uma sala particular, hospedaria ou taverna, tratavam de questões administrativas, iniciação, e concessão de graus ou ordens elevadas para mestres existentes.

Fonte: JBNews - Informativo nº 134 - 08/01/2011

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