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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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quinta-feira, 23 de junho de 2022

OS INSTRUMENTOS DE TRABALHO DO COMPANHEIRO

OS INSTRUMENTOS DE TRABALHO DO COMPANHEIRO
Djalmir de Jesus Farias - Comp∴M∴

O trabalho é sobre as principais ferramentas de trabalho do grau de Comp∴M∴, que constitui-se inicialmente da Régua de 24 polegadas, Malho e Cinzel, Esquadro e Compasso, e Alavanca, ferramentas indispensáveis no burilar da Pedra Cúbica.

INTRODUÇÃO

A Maçonaria, a partir do Séc. XVIII torna-se oficialmente Especulativa, (modo de trabalho dos Pedreiros Livres de forma alegórica e simbólica), porém, para que chegasse a tal patamar, precisou de todo o empirismo, cientificismo e esoterismo (I), dos conhecimentos adquiridos na Antiguidade e Idade Média. Na antiguidade, temos o exemplo Clássico das grandes construções em pedra do Egito, da Grécia, Roma, e podemos ir muito mais além com os zigurates e a torre de Babel da Bíblia. Na primeira Idade Média, os construtores medievais, Free Masons, (Pedreiros Livres), trabalhavam diretamente com a madeira, já na alta Idade Média, a Pedra Bruta substituía definitivamente a madeira, que, certamente levou os modos de construção a modernizarem suas ferramentas de trabalho e aperfeiçoamento nas construções; é a chegada da arquitetura Gótica. O trabalho antes realizado nas guildas medievais, denominamos de Maçonaria Operativa.

AS FERRAMENTAS DO COMPANHEIRO:

Uma construção sem as suas devidas ferramentas não chegará a lugar algum, e, ferramentas sem manuseios corretos, não fará progresso nenhum. Os princípios básicos do Comp∴M∴ é o polimento da pedra Cúbica, o seu refinamento, sua lapidação.

Hoje a pedra bruta é o ser humano cheio de imperfeições, vícios impurezas e etc... Ao entrar na Maçonaria, o Neófito, recebe alegoricamente, duas ferramentas de trabalho para desbastar a sua Pedra Bruta: o Malho e o Cinzel, o Comp∴M∴ para poli-la, recebe: Régua de 24 polegadas, Malho e Cinzel, Esquadro e Compasso, e Alavanca. Percebe-se que a o Malho e o Cinzel continua nas ferramentas do Comp∴M∴, isso quer dizer que sempre teremos que desbastar a nossa Pedra Bruta, temos que está atento a qualquer aresta que apareça. Para um bom manuseio das ferramentas, é preciso conhecê-las e saber qual a finalidade de cada:
  • Régua de 24 Polegadas: A régua é um instrumento que serve para aferir pequenas medidas e para auxiliar no desenho de segmentos de reta. Na maçonaria simboliza as unidades de medidas e o aperfeiçoamento, simbolizando, cada polegada, uma hora do dia. A régua é o símbolo da Lei, da Ordem e da Inteligência, a determinar a direção e a regular a aplicação de vossos estudos.
  • Malho: martelo, normalmente composto com cabo de madeira e sua cabeça de madeira ou de aço, usado para golpear.
Segundo Lavagnini (2008, p. 97) “Precisamos querer antes de poder fazer, e também para fazer e poder fazer, sendo a Vontade a força primária da qual podem considerar-se derivadas todas as demais forças e, portanto, aquela que a todas pode dominar, atrair e dirigir.”
  • Cinzel: ferramenta de corte manual. 
De acordo com Lavgnini (2008, p. 97-98)

O propósito inteligente que deve dirigir a ação da vontade é o que representa precisamente o cinzel, como instrumento complementar do malho na Obra maçônica. Essa faculdade que determina a linha de ação de nosso potencial volitivo não é menos importante que isto, dado que de sua justa aplicação, iluminada pela Sabedoria que se manifesta como discernimento e visão ideal, dependem inteiramente a qualidade e bondade intrínsecas do resultado: uma formosa obra de arte sobre a qual se estabelecerá a admiração dos séculos, ou a obra tosca e mau formada que revela uma imaginação doente e um discernimento ainda rudimentar.”

Obs.: o cinzel tem algumas variações:

Buril: Trabalhos finos em metal, muito usado para abrir sulcos em matrizes tipográficas.

Formão: Trabalhos e entalhes em madeira Ponteiro:

Perfurar rocha, cimento ou concreto.

Punção: Furar ou marcar um ponto ou alguma inscrição em metal

Sovela: Perfurar couro, madeira ou tecidos animais.

Talhadeira: Cortar, esculpir ou gravar em rocha, cimento ou concreto.

Fonte: Wikipédia. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Cinzel> acessado em: 19/03/2019 às 17:38h.
  • Esquadro: O Esquadro é um instrumento de desenho utilizado em obras civis e que também pode ser usado para fazer linhas retas verticais com precisão para 90°. Resulta da união da linha vertical com a linha horizontal. Simbolicamente demonstra retidão e também a ação do Homem sobre a matéria e da ação do Homem sobre si mesmo. Significa que a conduta deve ser guiada pela linha reta. Emite a ideia inflexível da imparcialidade e precisão de carácter. Simboliza a moralidade, retidão e as coisas concretas. O Esquadro é a joia do Venerável Mestre.
Fonte: Wikipédia. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADmbolos_ma %C3%A7%C3%B4nicos> acessado em: 19/03/2019 às 18:38h.
  • Compasso: O Compasso é um instrumento de desenho que faz arcos de circunferência e também para tomar e transferir medidas. Sob o ponto de vista intelectual, o Compasso simboliza o pensamento nos diversos círculos que percorre. O maior ou menor afastamento de suas pernas nos mostra as diversas modalidade do raciocínio, que, conforme as circunstâncias podem ser abundantes, precisas ou estreitas, sempre, porém, claras e positivas.

  • Alavanca: Na física, a alavanca é um objeto rígido que é usado com um ponto fixo apropriado (fulcro) para multiplicar a força mecânica que pode ser aplicada a um outro objeto (resistência). Isto é denominado também vantagem mecânica, e é um exemplo do princípio dos momentos. O princípio da força de alavanca pode também ser analisado usando as leis de Newton. Simbolicamente, a Alavanca, símbolo da força, serve para levantar os mais pesados fardos. Em moral, ela representa a firmeza da alma, a coragem inquebrantável do homem independente, bem como o poder invencível que desenvolve o amor da liberdade nos homens inteligentes. Sob ponto de vista intelectual, a Alavanca exprime a força do raciocínio, a segurança da lógica; é a imagem da Filosofia, cujos princípios invariáveis não permitem fantasia nem superstição.
"Dê-me uma alavanca que moverei o mundo".
(Arquimedes de Siracusa. 287 a.C. – 212 a.C.).

O individuo era iniciado como Aprendiz, ao fim do seu aprendizado tornava-se uma pessoa com um ofício, sendo recebido como Companheiro tinha mais respeito e prestígio, era o Aprendiz direto do Mestre e o seu auxiliar no ensino aos noviços Aprendizes, seu nome é sinônimo das suas competências, o Companheiro de ambos. Em uma longa e árdua jornada podia vim a se tornar um Mestre. Os Pedreiros Medievais, Pedreiros Livres (Free Masons), tinham acesso livre para ir e vir a cada condado ou reino que desejasse, era um passaporte com visto livre para os dias atuais, por isso sua denominação. Chegado o Aprendiz em um nível de domínio das ferramentas, com certo tempo de experiência, subiria de cargo, ao de Companheiro, este, já com uma notável experiência, domina uma maior quantidade de ferramentas, além do malho e o cinzel que o acompanha desde o seu aprendizado, sendo que, seu uso torna-se mais refinado, com seu melhor domínio, seu avental antes com a abeta levantada para se proteger no desbaste da Pedra Bruta, o Companheiro não necessita, pois foi instruído e aprendeu corretamente o domínio da ferramenta, trabalha no refinamento, deixando milimetricamente o retângulo das pedras em perfeição, para ser polida. Notamos que uma ferramenta necessita da outra, cada uma em sua especificidade,

REFERÊNCIAS

CAMINO, Rizzardo da. O Aprendizado Maçônico. São Paulo. Editora: Livraria Maçônica Paulo Fuchs, 2001.

FALCON, Francisco. RODRIGUES, Antônio Edmilson. A formação do mundo moderno: a construção do Ocidente dos séculos XIV ao XVIII. Rio de Janeiro: Editora: Campos, 2006.

LAVGNINI, Aldo. Manual do Companheiro Maçom: A Maçonaria Revelada. Porto Velho–RO, 2007.

LAVGNINI, Aldo. Manual do Aprendiz Maçom: A Maçonaria Revelada. Porto Velho – RO, 2008.

LE GOFF, Jacques. Os Intelectuais na Idade Média. Tradução: Marcos de Castro – 3a edição. Rio de Janeiro. Editora: José Olympio, 2010.

MACEDO, José Rivair. Movimentos Populares na Idade Média. São Paulo. Editora: Moderna, 2003.

PAIS, Marco Antônio de Oliveira. O Despertar da Europa: A Baixa Idade Média. São Paulo. Editora: Atual, 1992.

PAIS, Marco Antônio de Oliveira. A Formação da Europa: A Alta Idade Média. São Paulo. Editora: Atual, 1992.

RICHARDS, Jeffrey. Sexo, Desvio e Danação: As Minorias na Idade Média. Tradução: Marcos Antônio Esteves da Rocha e Renato Aguiar. Rio de Janeiro. Editora: Jorge Zahar, 1993.

SERGIPE, Grande Loja Maçônica do Estado de. Ritual de Companheiro: Rito Escocês Antigo e Aceito. Relevo Gráfica e Editora. Sergipe. 2012.


Wikipédia. Disponível em:
 <https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADmbolos_ma%C3%A7%C3%B4nicos> acessado em: 19/03/2019 às 18:38h.

Disponível em: <http://www.lojamad.com.br/index.php/eventos/item/232-as-ferramentas-de- companheiro-e-as-cinco-viagens> acessado em: 19/02/2019 às 22:00h.

Fonte: https://fraternidadesergipense.mvu.com.br

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