(da Folha Maçônica – Edição de novembro nr. 269)
Há muita necessidade de silêncio nos dias atuais...
As pessoas ansiosas por se fazer ouvir, falam cada vez mais alto, como se issobastasse para que os outros as escutassem.
Em restaurantes, shoppings, filas, salas de espera, salões de beleza, aeroportos, se ouvem os falatórios. E para aumentar o ruído, em alguns lugares tem um som ambiente mais alto ainda...
E quando não se tem alguém para falar, o celular serve. A pessoa faz uma ligação e se esquece de que está dividindo o ambiente com outros indivíduos que não estão interessados no seu assunto.
Além de ser um grande desrespeito aos ouvidos alheios, essa gritaria torna impossível um diálogo entre pessoas de voz moderada, nesses ambientes comuns.
Mas não é só a falta de silêncio exterior que assola muitas pessoas hoje em dia. É também a falta de silêncio interior. Poucos indivíduos ouvem a própria voz e analisam seus pensamentos antes de exteriorizá-los.
O hábito de meditar antes de expor uma opinião ou um julgamento, é muito pouco cultivado em nossa sociedade. E isso tem sido motivo de desarmonia e intrigas, de mal-entendidos e hostilidades.
Saber calar, saber ouvir, ser senhor de suas palavras e de seus sentimentos é um desafio que merece ser pensado. Talvez foi por ter percebido essa necessidade em nosso meio, que um Espírito amigo nos trouxe a mensagem abaixo:
Aprenda a silenciar a palavra que sai gritada de seus lábios, ferindo a sensibilidade alheia e lhe deixando à mercê das companhias inferiores.
Aprendamos a calar...
Aprendamos a silenciar a palavra suave, mas cheia de ironia que sai de sua boca ridicularizando, humilhando a quem se dirige e que nos intoxica, provocando a dor de estômago, as náuseas ou a enxaqueca.
Aprendamos a calar...
Aprendamos a silenciar o murmúrio que sai entre dentes, destilando raiva e rancor e atingindo o alvo, que fere como punhal ao tempo em que nos fragiliza a ponto de não se reconhecer, de se assustar consigo mesmo.
Aprendamos a calar...
Aprendamos a calar o pensamento cruel que lhe passa na mente e que, por invigilância, se detém nele mais do que deveria. Nos ficaríamos assustados se pudéssemos ver a nossa máscara espiritual distorcida.
Aprendamos a calar...
Aprendamos a calar o julgamento que extrapola o que vê e o que sabe, levando-o a conjeturar sobre o outro, o que não sabe e não viu, plasmando idéias infelizes que são aproveitadas pelos opositores daquele que é julgado.
Aprendamos a calar...
Aprendamos a calar todo e qualquer sentimento indigno, zelando pelas nascentes do nosso coração, para que não macule e não seja maculado. Aprendamos a vigiar os sentimentos para que cada dia, mais atento e vigilante, saia da esfera mesquinha a que se aprisiona voluntariamente, e possa alçar vôos mais altos e sublimes.
Aprendamos a calar...
E, enquanto não consegue deixar de gritar, falar, murmurar, pensar cruelmente e julgar, insistamos em orar nesses momentos. Nem que as frases lhe pareçam desconexas e vazias de sentimento. Insistamos na oração até que, um dia, nos outros oremos não com palavras nem pensamentos, mas todo o nosso sentimento, de amor, amor puro e verdadeiro em ação, dinâmico, envolvendo os outros e a si mesmo, verdadeiro discípulo que conseguirá ser.
Aprendamos, definitivamente, a calar!
Fonte: JBNews - Informativo nº 0087 - 26/11/2010
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