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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

CARTA DE FREDERICO, REI DA PRÚSSIA EM 1786

CARTA DE FREDERICO, REI DA PRÚSSIA EM 1786

NOVOS INSTITUTOS SECRETOS E FUNDAMENTAIS DA MUITO ANTIGA E VENERÁVEL SOCIEDADE DOS ANTIGOS MAÇONS LIVRES ASSOCIADOS, OU ORDEM REAL E MILITAR DA FRANCO-MAÇONARIA

Nós, Frederico, por graça de Deus, Rei da Prússia, Margrave de Brandebourg, etc. etc. etc.

SOBERANO GRANDE PROTETOR, Grande Comendador, Grão-Mestre Universal, e Conservador da Muito Antiga e Venerável Sociedade dos Antigos Maçons Livres Associados, ou Ordem Real e Militar da Franco-Maçonaria:

A todos os nossos ilustres c muito amados IIr. que as presentes letras virem.

TOLERÂNCIA, UNIÃO E PROSPERIDADE
A nossa convicção e os deveres conservadores e soberanos que temos contraído para com a muito antiga e respeitável instituição, conhecida em nossos dias com o título de Franco-Maçonaria, de Fraternidade, ou Ordem dos Antigos Maçons Livres Associados, a tem feito, como cada um sabe, objeto de nossa proteção e da nossa solicitude especial.

Pura em seu dogma e nas suas doutrinas fundamentais; sábia, prudente e moral em suas lições, em suas práticas, em suas vistas e seus meios, esta instituição universal, cuja origem remonta àquela da sociedade humana, se recomenda principalmente pelo fim eminentemente filosófico, social e filantrópico a que se tem proposto: a união, felicidade, progresso e bem estar da humanidade em geral, de cada um em particular, tal é seu fim, e o único digno dela e para o qual devem tender constantemente todos os seus esforços.

Atravessando às idades a sua organização e unidade de seu regime primitivo, têm sofrido graves alterações pelo efeito das catástrofes e das grandes revoluções que têm transtornado, mudando alternativamente a face do mundo, e dispersado os franco-maçons pelos diversos pontos do globo, em diferentes períodos dos tempos antigos e modernos. Esta dispersão operou as divisões que hoje existem debaixo do nome de ritos, cujo complexo compõem a Ordem.

Porém, algumas divisões, destacadas do seio destas primeiras, têm dado lugar a novas associações, algumas das quais não têm de comum com a Franco-Maçonaria senão o nome, e algumas fórmulas conservadas pelos seus fundadores para disfarçarem vistas secretas, muitas vezes exclusivas, algumas outras até perigosas, e quase sempre em oposição aos princípios e doutrinas sublimes e tradicionais da Franco-Maçonaria.

As perturbações que estas novas associações têm acarretado, e muito tempo entretido na Ordem, são conhecidas, e a tem excessivamente exposto a suspeitas, à desconfiança de quase todos os governos e até à perseguição de alguns.

Os esforços dos maçons virtuosos têm conseguido aplacar estas perturbações, e todos seus votos reclamam há muito tempo uma geral medida que obste a outras novas, e conforme a Ordem, restituindo-lhe a unidade do seu regime, da sua organização primitiva e da sua antiga disciplina.

Colhendo nós este voto, que também é o nosso desde a nossa iniciação completa em todos os mistérios maçônicos, não temos podido, entretanto, dissimular nem o número, nem a natureza delicada, nem a'grandeza real dos obstáculos que seria preciso vencer para seu cumprimento. A nossa intenção tutelar era meditar os meios e combinar com os IIr. mais influentes e chefes da fraternidade, em todos os países, aquelas medidas que fossem mais próprias a conseguir este fim útil, sem violar dependência alguma, nem algumas das verdadeiras liberdades maçônicas, particularmente aquelas das opiniões, que é a primeira, a mais suscetível e a mais sagrada de todas.

Até o presente, os nossos deveres mais especiais de Monarca, e o numerosos e graves acontecimentos que têm assinado o curso do nosso reinado, têm paralisado as nossas intenções a esse respeito, e nos têm desviado deste projeto.

Ao tempo, à sabedoria, às luzes e ao zelo dos Irmãos, que brevemente nos sucederão como tudo no-lo anuncia, é que pertence completar esta obra, tão bela, tão grande quanto necessária. Nós lhes deixamos em legado esta tarefa, e lhes recomendamos que trabalhem sem descanso, mas com prudência e doçura.

Todavia, as recentes e instantes representações que nos têm sido dirigidas de todas as partes, nestes últimos tempos, nos demonstram a urgência que há de pôr um dique forte aos progressos do espírito de intolerância de seita, de sisma a de anarquia, que modernos inovadores se esforçam por introduzir entre os IIr., com vistas mais ou menos restritas, refletidos ou repreensíveis, e apresentadas debaixo de fórmulas especiosas, capazes de desorientarem do seu fim a verdadeira Maçonaria, desnaturalizando-a, e chegarem, destarte, ao aviltamento e aniquilamento da Ordem.

Nós mesmos reconhecemos esta urgência, pelo que se passa hoje nos Estados vizinhos da nossa monarquia.

Estas razões e outras considerações de uma gravidade não menos importante nos induzem, portanto, a reunir e associar, em um só corpo maçônico, todos os ritos do regime Escocês, cujas doutrinas são geralmente reconhecidas como as mais idênticas àquelas da instituição primitiva, cujo fim é o mesmo, e que sendo ramos principais de uma só árvore não diferem entre si senão por pontos de fórmulas já entre muito combinadas ou fáceis de combinar. Estes ritos são conhecidos pelas denominações de Antigo de Héredom, ou Héredom de Kilwening, do Oriente de Santo André, dos Imperadores do Oriente e Ocidente, Príncipes do Real Segredo ou da Perfeição Filosófica, e do Rito muito Moderno, chamado Primitivo.

Portanto, adotando nós, por base da nossa reforma conservadora, o título do primeiro deste ritos, e o número dos ggr∴ hierárquicos do último, os declaramos todos unidos e associados de hoje em diante em uma só Ordem, a qual professando o dogma e as doutrinas puras da Franco-Maçonaria primitiva, abrangerá todos os sistemas do Escocesismo, combinado debaixo do título de Rito Escocês Antigo e Aceito.

Dar-se-á, nele, a instrução maçônica com 33 graduações ou ggr∴ , divididos em 7 tempos ou classes, pelos quais todo maçom será obrigado a passar sucessivamente, antes de chegar ao mais sublime, e último, e em cada gr∴, sofrerá os tempos e examesde provas exigidos pelos institutos, estatutos, e antigos e novos regulamentos da ordem da perfeição.

O primeiro gr∴, será submetido ao segundo, o segundo ao terceiro, e sucessivamente até o mais elevado (o trigésimo terceiro e último), o qual vigiará, examinará e mandará em todos os outros, e cuja assembléia, ou capítulo será o Grande Conselho Soberano, dogmático ou protetor e conservador da Ordem, o qual governará, regerá, administrará, em virtude dos presentes, e das constituições que serão imediatamente feitas.

Todos os ggr∴ do Rito acima associados, desde o primeiro até o décimo oitavo, serão classificados na sua escala correspondente, e, segundo sua analogia ou semelhança, nos dá a perfeição, e fixarão os dezoito primeiros ggr∴ do Rito Antigo e Aceito; o décimo nono gr., do Rito chamado Primitivo será o vigésimo da Ordem, o vigésimo e o vigésimo terceiro ggr∴ da perfeição, ou o décimo sexto e vigésimo quarto do Rito Primitivo serão o vigésimo primeiro e vigésimo oitavo da Ordem; os Príncipes do Real Segredo tomarão escala no trigésimo segundo gr∴, debaixo dos Soberanos, Grandes Inspetores Gerais 33, e último gr∴ da Ordem; os Grandes Juizes Comendadores tomarão escala no gr∴ trigésimo primeiro; os Grandes Comendadores, Grandes Eleitos Cavaleiros Kadosch formarão o trigésimo gr., o vigésimo terceiro, o vigésimo quarto, vigésimo nono serão os Chefes do Tabernáculo, Príncipe do Tabernáculo, Cavaleiros Grandes Comendadores do templo e Grandes Escoceses de Santo André.

Todos os altos ggr∴ aglomerados do dito regime Escocês serão pela mesma sorte, classificados nas suas escalas correspondentes, e segundo suas analogias ou identidades, naquelas do Rito Escocês Antigo e Aceito.

Porém, jamais, nem debaixo de qualquer pretexto, nenhum destes altos ggr∴ poderá ser assemelhado ao trigésimo terceiro e muito sublime gr∴ de Soberano Grande Inspetor Geral, protetor, conservador da Ordem, e último do Rito Escocês Antigo e Aceito. Nenhum poderá, em ocasião alguma, gozar dos mesmos direitos, prerrogativas e privilégios de que nós o investimos.

Assim, o havemos instituído em virtude dos nossos poderes soberanos e conservadores.

E, para sua firmeza e estabilidade, mandamos a todos os nossos caríssimos e bem amados, valentes e Sublimes Cavaleiros, e Príncipes Maçons, que assim o cumpram, e façam cumprir e guardar.

Dados em nossa residência real de Berlim, em 1º de maio do ano de graça 1786, e do nosso reinado 47.

(Assinado) – FREDERICO

Fonte: JB News - Informativo nº 093 - 02/12/2010

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