PAVILHÃO NACIONAL E COR DA GRAVATA
(republicação)
Em 29/11/2016 o Respeitável Irmão
Juvenal Cordeiro Barbosa, Loja Novo Tempo, 19, sem mencionar o nome do Rito,
Grande Oriente de Mato Grosso do Sul (COMAB), Oriente de Campo Grande, Estado
do Mato Grosso do Sul, solicita esclarecimentos para o seguinte:
PAVILHÃO NACIONAL E COR DA
GRAVATA
Se possível for, solicito
orientação sobre duas perguntas que abaixo segue:
1 - Por ocasião da recepção do
Pavilhão Nacional é formada uma comissão de treze membros, o porquê do numero
treze?
2 - O porquê Rito como Brasileiro,
Adonhiramita, utilizam gravatas que não do tradicional o preto.
1
- O número de 13 Irmãos na Comissão se resume na sua maior quantidade de
participantes para receber a maior autoridade em Loja que é o Pavilhão
Nacional.
Não existe nenhum motivo especial
pela adoção do número treze, já que a maior quantidade dos portadores de título
e autoridades que merecem recepção é simplesmente igual a treze. Entretanto há
um aspecto para ser considerado quanto a ser sempre um número ímpar (embora até
já tenham inventado um número par de integrantes), isso porque as duas fileiras
da Comissão que ocupam o Norte e o Sul da Loja para receber a Bandeira têm, no
caso do Pavilhão os seus integrantes, além das espadas, a portarem também
estrelas, cuja origem dessa prática está em um passado distante e era o ato de
alumiar o caminho de acesso aos Irmãos nos recintos apropriados para o trabalho
- à época não existiam lâmpadas alimentadas por energia elétrica. Nesse sentido
as estrelas relembram os archotes e os tocheiros que iluminavam o caminho.
Com o advento da Moderna
Maçonaria e o seu contingente doutrinário especulativo fez com que as Lojas e
seus respectivos Templos na maioria dos Ritos representassem simbolicamente um
canteiro de obras especulativo sobre um segmento do solo terrestre situado
sobre o equador, o que daria ao recinto orientação Norte, Sul, Oriente e
Ocidente.
Nesse particular, associado à
doutrina iniciática, a representação do deslocamento do Sol para o Sul na sua
eclíptica, o topo do Norte (mais distante do equador imaginário) do Canteiro,
ou a Loja, assume a conotação de ser o lado mais escuro.
Como a Maçonaria floresceu e se
solidificou primeiro no Hemisfério Norte da Terra, leva-se sempre em
consideração de que o ponto de vista de observação do deslocamento imaginário
do Sol na sua eclíptica é sempre a partir do Hemisfério Norte. É devido a esse
conjunto alegórico que o deslocamento do Sol no solstício de inverno se dá em
direção ao Sul fazendo que simbolicamente a Coluna do Sul seja mais iluminada
do que a do Norte.
Foi com base nessa alegoria que a
Comissão de Treze Membros dividida em duas colunas teve o seu número maior de
integrantes posicionados ao Norte, ou seja, com sete integrantes. Isso porque o
Norte (mais escuro) careça de mais iluminação, daí as sete estrelas, empunhadas
pelos sete integrantes, alegoricamente iluminem mais a banda setentrional do
recinto, ficando os outros seis (menor número) ao Sul por possuir maior
iluminação (Meio-Dia).
Devida essa representação da
Natureza é que, dentre outros, instituiu-se também o número ímpar para a
Comissão de Recepção com maior número de integrantes a Norte. A partir desse
número de componentes da Comissão é que vai se reduzindo o seu número (sempre
ímpar) de componentes conforme exige o protocolo de recepção das Obediências.
Cabe mencionar que a iluminação
simbólica com estrelas só existe na Comissão de Treze Membros (Pavilhão
Nacional), já que na redução de integrantes para receber outras autoridades ou
portadores de título de recompensa, as respectivas Comissões de Recepção não
portam estrelas, entretanto executam a abóbada de aço.
2 - Quanto à cor das gravatas,
ela é particular aos Ritos que compõem a Maçonaria. Não existe nada de tão
significativo para o caso, senão quando da fundação dos Ritos, os modelos e
cores foram adotados na indumentária. Menciono isso sob o ponto de vista
autêntico, porém não me surpreenderia encontrar algumas ilações e fantasias
sobre o tema.
Acredito que deva até existir uma
justificativa plausível para a cor grená da gravata do Rito Brasileiro e a
branca para o Rito Adonhiramita, cujas explicações, se existirem, devem fazer
parte documental dos seus nascimentos - eu não as possuo no momento.
A propósito, cor tradicional do
traje na Maçonaria e um caso bastante discutível, já que esses princípios não
são unânimes na universalidade da Ordem. Unanimidade mesmo é o Avental. Agora
terno e parelha pretos, gravatas pretas, etc., embora muito sedutores e
sugestivos para alguns, está muito longe de ser regra universal.
T.F.A.
PEDRO JUK jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br
O traje original é o Balandrau. A Maçonaria especulativa é que passou a usar terno.
ResponderExcluir