TRANSMISSÃO DA PALAVRA SAGRADA
( Republicação)
Em 17/03/2016 o Respeitável Irmão Fernando Viana, Loja
Justiça e Perfeição, REAA, GOB-RS, Oriente de Porto Alegre, Estado do Rio
Grande do Sul, solicita esclarecimentos para o que segue:
admfernandoviana@gmail.com
Favor enviar material sobre a transmissão da Palavra Sagrada no Grau de Aprendiz do REAA, incluindo a origem histórica dessa prática ritualística. Aproveito para informar que em minha Loja insistem em pronunciar a Palavra após enunciar letra a letra.
CONSIDERAÇÕES:
A origem da transmissão da Palavra Sagrada é um modo especulativo usado pela Moderna Maçonaria para reviver uma prática operativa que acontecia no início e no final das etapas das construções do passado medieval. Nesse caso essa prática é revivida pelo simbolismo do REAA∴
No passado operativo ao início das etapas das construções o Mestre da Obra assessorado pelos seus auxiliares imediatos - mais tarde seriam os Vigilantes - mandava os mesmos conferirem a marcação dos cantos da construção na sua aprumada e nivelamento. Desse modo os auxiliares, que se denominavam wardens (zeladores) na época, percorriam o canteiro, cada qual munido pelo nível e pelo prumo e faziam a verificação.
Estando tudo nos conformes (aprumado e nivelado) eles enviavam o mensageiro denominado Oficial de Chão (origem do Diácono) para comunicar o Mestre da Obra que estava tudo “justo e perfeito” no canteiro. Desse modo, o Mestre então determinava que os trabalhos fossem iniciados.
Ao final da etapa da obra, novamente os auxiliares imediatos eram convocados e percorriam o canteiro procedendo à verificação e a qualidade do serviço utilizando o nível e o prumo nos cantos elevados. Estando tudo de acordo, os wardens remetiam novamente o mensageiro ao Mestre com a notícia de que tudo estava de acordo, portanto “justo e perfeito”.
Por assim ser o Mestre da Obra mandava que fosse encerrada aquela etapa da obra e mandava fechar a Loja e em seguida pagar os obreiros despedindo-os contentes e satisfeitos, recomendando o seu retorno após o inverno para a retomada dos serviços.
Como hoje não vivemos mais na Maçonaria Operativa e sim na Especulativa, a matéria prima na Moderna Maçonaria deixaria de ser a pedra calcária e passaria a ser o Homem. Do mesmo modo, o canteiro passou a ser a Loja.
Revivendo esse costume ao modo dos Aceitos, o REAA∴ substituiu essa atividade literal de conferência da construção pela transmissão de uma Palavra que, em estando ela correta, significa que a Loja especulativa pode ser aberta ou fechada conforme a ocasião. É daí a origem do termo “justo e perfeito” mencionado pelos Vigilantes ao Venerável após a transmissão da Palavra.
Outro aspecto para se notar e que revive o passado operativo na Maçonaria atual é que os Vigilantes continuam sendo portadores do Nível e do Prumo (vide as joias), assim como também continua existindo a presença do antigo Oficial de Chão que é o atual Diácono, ou os Diáconos.
Dado esse breve resumo relacionado à tradição da antiga prática, há na Moderna Maçonaria, um modo peculiar de se transmitir a Palavra conforme o Grau de trabalho da Loja. É fato que essa transmissão não pode ser confundida com um Telhamento, ou procedimento de verificação da qualidade maçônica de alguém. O que ocorre na transmissão da Palavra não tem nada a ver com o Cobridor do Grau, porém é o modo figurado de procedimento que antecede uma prática litúrgica do Rito.
Assim, essa transmissão é feita apenas por Mestres, daí quem transmite a Palavra nesse caso a transmite conforme o costume do Grau (soletrada, silabada ou por inteiro), porém diretamente, o que significa que não existe nessa oportunidade o modo intercalado de transmissão entre os protagonistas. Quem transmite o faz transmitindo toda a Palavra para o receptor, apenas obedecendo a sua peculiaridade (soletrada ou silabada).
No que diz respeito a essa repetição da palavra por inteiro ao final transmissão é simplesmente um equívoco que deveria ser extirpado, até porque essa prática não faz sentido algum em se tratando do REAA∴
Outros comentários pertinentes: na transmissão da Palavra as Luzes da Loja serão sempre abordadas pelo seu ombro direito; durante a transmissão os protagonistas ficam sempre de frente um para o outro, isto é, o Venerável ou os Vigilantes, cada qual por sua vez, vira-se para a direita e fica de frente para o Diácono; se na oportunidade os protagonistas estiverem à Ordem, estes, durante a transmissão, desfazem o Sinal; independente de estar ou não a Loja aberta, os Diáconos obedecem à circulação ao ter que cruzar de uma para outra Coluna.
Finalizando, lembro que cargos em Loja são privativos de Mestres. Isso está inclusive previsto no Regulamento Geral da Federação (atualizado).
T.F.A.
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.193 – Florianópolis (SC) –
segunda-feira, 3 de outubro de 2016
A transmissão da PS do 1º grau dá-se então letra por letra!?
ResponderExcluir