RITOS DO GOB
(republicação)
Em 23/02/2016 o Respeitável Irmão Abel Naser, Secretário da Loja Terra Brasilis, 3.341, Rito Brasileiro, GOB-PR, Oriente de Maringá, Estado do Paraná, solicita as seguintes informações: tb3431@gob-pr.org.br
O Irmão teria algum trabalho ou literatura sobre: DIFERENÇAS RITUALÍSTICAS ENTRE OS RITOS ADOTADOS PELO GOB - oficiais e sua posição no templo, cobridor do Grau de Aprendiz, simbolismo no templo, etc.
CONSIDERAÇÕES:
Falar sobre os aspectos ritualísticos praticados no Grande Oriente do Brasil é uma empreitada longa e exaustiva. Primeiro pela sua própria complexidade e segundo, pelas deturpações e enxertos consignados ao longo dos tempos nos respectivos rituais que acabariam por macular a autenticidade e tradição.
O GOB adota as duas vertentes principais da Maçonaria, a francesa e a inglesa. Assim as diferenças culturais e doutrinárias são visíveis entre esses dois sistemas, até porque um é de vertente deísta (latino) e o outro teísta (anglo-saxônico).
Da vertente francesa – Rito Escocês Antigo e Aceito, Rito Moderno e Adonhiramita, além do Rito Escocês Retificado. Destes o Rito Escocês tem no seu próprio bojo cultural também uma forte influência anglo-saxônica devida o seu simbolismo ser oriundo de práticas hauridas das Lojas Azuis norte-americanas (veja seu primeiro ritual simbólico datado de 1804 na França). Ainda no REAA, existe a particularidade dos seus altos graus de origem eminentemente francesa.
De vertente inglesa temos os Trabalhos de Emulação, denominado e conhecido equivocadamente como Rito de York. Há que se considerar que a vertente inglesa em termos de Maçonaria é a mais antiga e tradicional.
Ainda dentro da vertente antiga, há o Rito Schroeder (alemão) que adota uma simplicidade simbólica de doutrina humanista, todavia é sem dúvida alguma, uma das concepções mais puras da Maçonaria.
Em termos de Rito originário do Brasil, temos ainda o Rito Brasileiro que foi criado muito com base nas concepções ritualísticas do REAA, todavia é um rito autenticamente brasileiro e de cunho nacionalista.
Enfim, cada Rito, ou Trabalho (os ingleses não adotam o título de Rito) possui a sua própria particularidade e conceito doutrinário – filosófico, embora todos eles mencionem um único objetivo, ou seja, o aperfeiçoamento humano.
Há que se considerar também que a Maçonaria Universal reconhecida atua apenas no franco maçônico básico, isto é, Aprendiz, Companheiro e Mestre. Assim, os graus ditos superiores adotados por alguns sistemas, não refletem a tradição, porém aspectos particulares de cada Rito.
O Grande Oriente do Brasil é uma Obediência simbólica, portanto não atua e nem se envolve com graus além do Terceiro, embora respeite todos os corpos filosóficos dos seus ritos. Cabe lembrar que Mestre Instalado não é grau, senão uma distinção honorífica do Simbolismo.
A despeito dessa concepção, nenhum Rito pode ser considerado melhor do que o outro por possuir graus complementares ou de aperfeiçoamento além do Grau de Mestre.
Plenitude maçônica adquire-se com a ascensão ao Terceiro Grau.
Quanto às diferenças ritualísticas e simbólicas entre eles, oriento o Irmão à pesquisa e aquisição de rituais pertinentes a cada costume, já que uma resposta dessas, mesmo generalizada, não tenha dúvida que ocuparia uma quantidade significativa de laudas.
Para que o Irmão possa ter uma visão ampla do tema, oriento-o a adquirir um livro intitulado Curso Básico de Liturgia e Ritualística – José Castellani, Editora Maçônica A Trolha. Essa obra aborda inúmeros ritos em seus aspectos litúrgicos. É possível também pesquisa em obras específicas para cada Rito, desde que observados autores confiáveis, assim como os rituais que devem ser comprometidos com a tradição.
T.F.A
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
JB News – Informativo nr. 2.172 – Florianópolis (SC) – segunda-feira, 12 de setembro de 2016
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