ENCERRAMENTO RITUALÍSTICO
(republicação)
Em 10/04/2016 o Respeitável Irmão
Eduardo Muzzolon, Loja Pensamento e Luz nº 2700, REAA, GOSP-GOB, Oriente de São
Paulo, Estado de São Paulo, solicita esclarecimentos para o que segue:
emuzzolon@gmail.com
Ocorreu-me uma dúvida na transmissão da Pal∴ Sagr∴ pelo 2º
Diác∴ no encerramento da Sessão: O 2.º Diác∴ desfaz o Sin∴ Gr∴, dirige-se ao 1º Vig∴, abordando-o pela direita da mesa, sobe os dois degraus, saúda-o e é respondido, recebe a Pal∴ Sagr∴ da mesma maneira que o 1º Diác∴ a recebeu do V∴ M∴ (DEVE ENTÃO SAUDAR O 1º VIG∴ APÓS O RECEBIMENTO DA PAL∴ SAGR∴?) Circula pelo lado N∴ do Painel do Gr∴, leva-a ao 2º Vig∴ (SAUDANDO-O, PASSANDO A PAL∴ SAGR∴ E SAUDANDO NOVAMENTE?) da mesma forma que o 1º Diác∴ a levou ao 1º Vig∴.
O trecho foi copiado do MDR, as dúvidas são as maiúsculas em negrito,
e imagino ser este o procedimento correto já que a Loja ainda está aberta.
CONSIDERAÇÕES:
Existe nesse caso uma contradição no uso do
termo “saudação”. À bem da verdade, o Ritual em vigência apenas prevê saudação
quando da entrada ou saída do Oriente faz-se a saudação ao Venerável Mestre e
na oportunidade do ingresso formal em Loja após a Marcha do Grau quando se saúdam as Luzes da Loja (Venerável Mestre,
Primeiro e Segundo Vigilantes). Assim, de acordo com Ritual, são apenas essas
as saudações em Loja aberta pelo Sinal.
Ocorre, entretanto, que existe uma
regra consuetudinária no Rito Escocês de que se um obreiro estiver em pé e
parado em Loja aberta ele estará obrigatoriamente à Ordem. Devido a esse
procedimento é que durante a transmissão da Palavra no encerramento os
Diáconos, o Venerável e os Vigilantes ao ficarem em pé e parados estarão
compondo o Sinal (à Ordem).
Durante a transmissão da Palavra, por uma questão
de praticidade e conforto, os protagonistas no ato desfazem o Sinal. Terminada
a transmissão da Palavra, voltam à Ordem novamente.
Essa prática de desfazer o
Sinal e voltar a compô-lo outra vez na forma de costume, não pode se confundida
com “saudação”, senão um procedimento de costume para compor e desfazer o
Sinal. Como os movimentos são análogos, já que saudação em Loja também é feita
pelo Sinal, acaba-se por confundir o título do ato de saudar com o do afixo de
se estar à Ordem.
Comentando os Procedimentos Ritualísticos, o GOB/PR no último
Congresso Maçônico realizado em maio próximo passado no Oriente de Guarapuava,
dado a necessidade e independente das ponderações suspensivas, relançou os dois
volumes atualizados e editados para o Primeiro e Segundo Grau do REAA, nos
quais eu fiz a revisão, atualização e aperfeiçoamento. Nessa oportunidade fiz
também a correção desse elemento contraditório aqui comentado que envolve a
saudação e prática de estar à Ordem. Estou agora terminando os Procedimentos
para o Terceiro Grau.
Retomando o raciocínio, tenho dito pela minha experiência
que rituais, manuais, ritualística e liturgia maçônica têm sido ao longo do
tempo motivo para especulações e falta de atenção. Infelizmente nossos
legisladores e “ritualistas” ainda não se aperceberam disso. Assim, ditam
normas, baixam atos e decretos sem analisar o conteúdo como um todo. É desse
modo às contradições se espalham como ervas daninha pelos rituais e manuais
maçônicos brasileiros.
T.F.A.
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 2.224– Florianópolis (SC) –
quarta-feira, 2 de novembro de 2016
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