É de fundamental importância, a nosso ver, admitirmos que o Maçom, como formador de opinião, é um ser político por excelência.
É de conhecimento geral, ainda, as insatisfações atuais de um expressivo número de maçons com o afastamento (ou não-engajamento) da Maçonaria nas decisões políticas nacionais são notórias.
A discussão sobre o envolvimento dos maçons na política, assim como nas de cunho religiosos, vem desde os tempos da Constituição do Reverendo James Anderson, nos idos de 1723. E a nossa Ordem vem, sabiamente, mantendo o equilíbrio, afastando estes temas desagregadores de dentro de suas Lojas.
Obviamente, devemos separar a “posição” política (ou religiosa) do seu sentido Aristotélico (para Aristóteles), sendo o Homem um ser eminentemente social, é naturalmente político, isto é, vinculado à Polis (à cidade, à comunidade, ou seja: à nação e à humanidade). E, nesse sentido, o Homem ( e o Maçom, por conseguinte) não pode deixar de ser político sem se tornar um ser socialmente alienado.
Baseando-nos no axioma Aristotélico, se somos “essencialmente” seres sociais e, conseqüentemente, políticos, “todas” as nossas ações são “necessariamente” sociais e políticas.
De há muito, que a Nação Brasileira passa por uma grave crise, mas antes de ser econômica, financeira e social é – primordialmente – uma crise moral.
A instrumentalização do poder em benefício próprio (ou de um “grupelho” qualquer), às do bem comum, como temos assistidos incrédulos e com sentimento de impotência, não é política; é politicagem; é um desserviço ao povo brasileiro; é um crime de uma minoria dominante contra toda uma população estupefata, ou mesmo indiferente; a depender do nível de esclarecimento ou de favorecimento clientelístico.
Mas, o que fazem os Maçons políticos, ou seja, os que já detêm cargos políticos (seja no âmbito municipal, estadual ou federal), atualmente?
Não existe um levantamento preciso, mas estima-se que os maçons têm representação de menos de 5% da classe política. E não é de se espantar, uma vez que os Maçons brasileiros representam apenas – aproximadamente – 1% da população (ou algo em torno de 170.000 Irmãos).
Nas eleições do dia 1º de outubro deste ano (1o turno), os votos dados nas urnas aos candidatos Maçons – salvo alguma honrosa exceção, que desconheço – foram irrisórios, pífios mesmo!
E por que isto ocorre? Porque há um desestímulo coletivo e, em especial no caso da Maçonaria, um entorpecimento (e mesmo dúvida) se deve prevalecer a máxima: “Maçom vota em Maçom”.
Na dúvida, se o Maçom pode ou não fazer política, afirmamos: Ele DEVE fazer política! Política de qualidade, em que sejam destaques: o bem comum, a partir dos “bons costumes”, com Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
O fato é que, a despeito dos fatos narrados na introdução deste trabalho, desde o início do século XX – em particular no caso do Brasil, onde a Maçonaria nasceu primordialmente com fins políticos (antiescravagista, emancipacionista etc.) – esta vocação norteia os destinos de nossa Sublime Instituição.
Apesar dos longos anos de totalitarismo, nos quais foi notório o imobilismo da Ordem, além do – apesar de bem-intencionado – zelo de alguns Irmãos mais conservadores, é inadiável começarmos a praticar Maçonaria também (e cada vez mais) fora dos Templos, sem falsos pudores.
É óbvio que a Maçonaria não precisa da política para se promover como instituição, ou projetar seus membros, porquanto este trabalho é feito dentro de suas Lojas, formando cidadãos que – em tese – sirvam de exemplo: sejam construtores sociais. No entanto, é a política que precisa da Maçonaria e de seus obreiros, porque temos muito ainda a fazer por esta Pátria, posto que sob a égide extraordinária de seus princípios, não nos permitimos qualquer tipo de sectarismo; somos patriotas em essência; possuímos um elevado espírito cívico.
Temos, pois, que nos engajar mais, nos mobilizar mais.
O Maçom e/ou o profano eleito com os créditos da Ordem Maçônica terá que, obrigatoriamente, ter um perfil que se coadune com os pressupostos maçônicos, ou seja: libertários, igualitários e fraternos, além de –precipuamente – ético e de elevado conceito moral.
Podemos até priorizar o voto no Maçom político, mas sem nos esquecermos de priorizar essencialmente o nosso voto no político compromissado com os preceitos éticos, morais, de justiça, de probidade e humanitários, mesmo sendo ele profano.
Acredito num Brasil melhor! Expurguemos, através do voto consciente estes párias que sugam as riquezas deste maravilhoso país!
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