Conduzido novamente ao altar diante do qual deve, como antes, postar-se em atitude coerente com a importância do ato que será realizado deve o recipiendário confirmar novamente suas obrigações, após o que o Ven∴Mestre com a espada flamejante sobre a cabeça daquele, pronuncia a fórmula da consagração, acompanhada pelos golpes misteriosos do grau. Isto feito faz com que se levante e abraça-o, dando-lhe por primeira vez o título de Irmão, dizendo ao cingir-lhe o avental:
"Recebe este avental, distintivo do Maçom, mais honroso que todas as Condecorações humanas, porque simboliza o trabalho, que é o primeiro dever do homem e a fonte de todos os bens, ele que dá o direito de sentar-vos entre nós, e sem o qual nunca deveis estar em Loja".
A espada flamejante, emblema do Magistério, e o avental de pele, que caracteriza todo maçom, são dois símbolos que merecem toda a nossa consideração.
Encontramos tanto este como aquele nos versículos 21 e 24 do terceiro capítulo do Gênesis, aonde foi dito que o Eterno fez túnicas de pele para Adão e sua mulher e os vestiu. E depois de ter expulsado o homem do Jardim do Éden "para que trabalhasse a terra" colocou no Oriente do mesmo Jardim do Éden uns querubins, que mostravam uma espada flamejante, "para custodiar o Caminho da Árvore da Vida".
É evidente que as túnicas de pele, às quais aqui se faz menção, simbolizam o corpo físico do homem, do qual se reveste a consciência individualizada (Adão) e seu reflexo pessoal (sua mulher) ao serem enviados do estado de beatitude edênica (o mundo mental ou interior) sobre a terra (ou realidade objetiva) para trabalhá-la, ou nela expressar suas qualidades divinas.
Da mesma forma, a espada flamejante que se encontra com os querubins anjos ou Mensageiros do Divino no homem no Oriente, ou origem do Mundo Mental ou interior da consciência, é um símbolo manifesto do Poder Divino, "que é poder criador" latente em todo ser humano, e que é privilégio do Magistério realizar, ou recuperar, manifestando assim as mais elevadas possibilidades da vida, cujo Caminho abre e custodia.
O avental que recebe, e com o qual se reveste todo maçom, é um emblema do próprio corpo físico com o qual vimos para trabalhar sobre a terra, com o objetivo de adquirir aquelas experiências que nos transformarão em artistas verdadeiros e acabarão por dar- nos o magistério ou domínio completo sobre nosso mundo.
A percepção deste avental, ou túnica de pele, como simples traje ou envoltório exterior, assim como da essência de nosso próprio ser, é conseqüência da visão espiritual que conseguimos através da busca da Luz, desde o Ocidente dos sentidos ao Oriente da Realidade. Mas isto não deve conduzir-nos a desprezá-lo, por ser parte integrante e necessário à perfeita manifestação do homem na vida terrestre, mediante a qual deverá ir depurando-se, escalando graus em prol de uma existência divina.
Nota do Editor - Magistério refere-se à arte de ensinar. Todo Mestre Maçom, teoricamente, seria um professor. Todavia, o manuseio da Espada Flamejante é exclusivo de Mestres Instalados e não de Mestres somente diplomados. O sentido de “Emblema do Magistério” que o autor quis dar a Espada Flamejante, possivelmente, seja pelo fato do Venerável, como representante da coluna da Sabedoria ser, de fato, o MESTRE da Loja.
*Matéria extraída do site da Sociedade das Ciências Antigas.
Uma colaboração do nosso Irmão Renato Burity
Fonte: Revista Arte Real nº 8
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