(republicação)
O Respeitável Irmão Gilmar Dietrich, Venerável Mestre da Loja Perseverança e Vigor, 2.638, GOB, REAA, Oriente de Rio Claro, Estado de São Paulo apresenta as questões seguintes:
gil@cr.cnt.br
Gostaríamos de esclarecer, para que não incorramos em erros ou desrespeitos, e por isso solicitamos vossa ajuda. Conforme o “Manual de Dinâmica Ritualística”, editado pelo GOB, fruto de um trabalho consciente e sério da Grande Secretaria Geral de Orientação Ritualística, então, dirigida pelo Eminente Irmão Álvaro Gomes dos Santos, com a inestimável colaboração do Poderoso Irmão Fuad Haddad, Grande Secretário Geral Adjunto da mesma Grande Secretaria, especificamente, na parte “NORMAS GERAIS DE COMPORTAMENTO RITUALÍSTICO”, no paragrafo 23 consta: “23 -Aprendizes e Companheiros não podem ter acesso ao Oriente (exceto na Iniciação e Elevação) que é o fim da escalada iniciática, só acessível aos Mestres. Da mesma maneira, os Aprendizes não devem ter acesso à Coluna dos Companheiros; perguntamos:
Em ocasiões em que os Aprendizes e Companheiros, devam receber certificado (ex. Certificado de conclusão do ERAC, ou outra coisa qualquer, como um mimo) efetuado em Loja, os mesmos deverão se postar entre Colunas, ou em seus devidos lugares, ou seja, Coluna do Norte aos Aprendizes e Coluna do Sul aos Companheiros? Entendemos ser totalmente errado, coloca-los no Oriente!
Outro ponto que estamos em dúvida é quando da circulação do Saco de Propostas e Informações e ou Tronco de Beneficência, quando o Irmão Mestre de Cerimonias ou Hospitaleiro são auxiliados pelos seus adjuntos. Ao término do giro, o Mestre de Cerimonias ou Hospitaleiro devem permanecer entre colunas “aguardando” ordens. Nesses casos os Adjuntos que auxiliaram na circulação, devem permanecer entre Colunas em Pé e a Ordem, ou podem retornar diretamente aos seus lugares, permanecendo entre Colunas somente o titular?
E ainda sobre a circulação do Saco de Propostas e o Tronco, o primeiro a depositar é sempre o Venerável, depois os Vigilantes e assim por diante. Quando temos além do Venerável, o Ex Venerável sentado ao lado, deve ser colhido dele, junto com o Venerável, ou deve-se respeitar a circulação e apenas depois recolher do Ex Venerável?
CONSIDERAÇÕES:
1 - Realmente Aprendizes e Companheiros em Loja aberta não têm ingresso no Oriente. Essa questão de apenas na Iniciação e Elevação é resquício ainda das extintas Lojas Capitulares que no seu bojo ritualístico elevaram o Oriente e o dividiram por uma balaustrada nos primórdios do Século XIX. Após a sua extinção, infelizmente as coisas não voltaram ao normal no simbolismo, permanecendo a balaustrada e o desnível do Oriente. Sob essa premissa ainda permanece essa desculpa de que apenas na Iniciação e Elevação há essa possibilidade. Em linhas gerais a boca se entortou conforme o hábito do cachimbo. Realmente Aprendizes e Companheiros lá não ingressam por ser o final da escalada iniciática – o Oriente é privativo dos Mestres. Como permaneceu consuetudinariamente a balaustrada e o Altar dos Juramentos fica verdadeiramente bem próximo e na frente do Altar ocupado pelo Venerável, à contradição virou a desculpa de que lá adentram os dois primeiros graus somente nas respectivas cerimônias de Iniciação e Elevação – se não existisse essa divisão de quadrante não existiria esse ato equivocado. O primeiro ritual simbólico do Rito Escocês datado de 1.804 na França mostra perfeitamente a realidade (a não existência de degraus e balaustrada no limite do Oriente – apenas o sólio se eleva por três degraus). Também pelo formato iniciático está o fato de os Aprendizes se posicionarem na Coluna do Norte e Companheiros na Coluna do Sul. É nesse sentido que os cargos em Loja são ocupados apenas por Mestres. Assim, Aprendizes tomam assento no topo do Norte e os Companheiros no topo do Sul. Obviamente que a regra do bom senso deve prevalecer, já que na hipótese do Templo ser coberto aos Aprendizes, eles em retirada passam pelo Sul (circulação), o que não significa que eles venham permanecer iniciáticamente na Coluna do Sul.
2 – Somente se houver necessidade pelo grande número de Irmãos presentes, aplicada à ação do bom-senso, o procedimento de auxiliares adjuntos para o Mestre de Cerimônias e Hospitaleiro podem exercer ofício. Nesse caso, primeiro o titular completa os seis cargos de costume para em seguida o auxiliar executar assistência no ofício. Há que se observar uma disposição que não se contraponha ao ato do giro horário de uma para outra Coluna. Dadas essas considerações e concluída a circulação, ambos se posicionam entre Colunas (do Norte e do Sul) no extremo do Ocidente. O auxiliar, ou adjunto entrega a sua bolsa ao titular e retorna ao seu lugar. Estando de posse das bolsas o titular, o Segundo Vigilante informa conforme disposto no ritual.
3 – Não importa quem esteja porventura sentado ao lado do Venerável. Durante a circulação da bolsa, o titular aborda primeiramente os que detêm os respectivos malhetes por ordem hierárquica, posteriormente o Orador, o Secretário e finalmente o Cobridor Interno. Ato seguido todos os do Oriente, a começar por aquele que porventura esteja tomando assento ao lado do Venerável. Na sequência conclui-se então a circulação no Ocidente na forma de costume. É oportuno salientar que os primeiros seis cargos mencionados não possuem qualquer relação com uma pretensa estrela de seis pontas, símbolo este que nem mesmo é abordado Maçonaria de vertente francesa. À bem da verdade os primeiros seis cargos abordados referem-se às cinco Dignidades na Maçonaria francesa (Luzes, mais o Orador e o Secretário) somadas ao cargo tradicional do Cobridor. Esses seis cargos mais o Oficial circulante compõem os Sete Mestres para abertura de uma Loja. Infelizmente aqui no Brasil, além de ainda se mencionar a tal “estrela de seis pontas” (difícil de desenha-la pelos cargos percorridos) ainda somam o Chanceler e o Tesoureiro como Dignidades. O equívoco em relação às verdadeiras cinco Dignidades e os primeiros cargos estão em confundir outros dois eletivos com Dignidades da Loja. Dignidades legitimamente são cinco, nunca sete. Sete verdadeiramente é o número mínimo de Mestres para a abertura de uma Loja. Finalizando não me furtaria aqui a mencionar o belíssimo trabalho elaborado pelos Irmãos Álvaro e Fuad.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.116 - Florianópolis (SC) – domingo, 22 de setembro de 2013
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