(republicação)
Em 09/05/2017 o Respeitável Irmão Flávio Augusto Batistela, Loja Solidariedade e Firmeza, 3.052, REAA, GOSP-GOB, Oriente de Dracena, Estado de São Paulo, formula a questão seguinte:
ESTANDARTE DA LOJA
Estava lendo seu blog, e no post onde o Irmão tira a dúvida sobre circulação em loja, se ela existe no templo sem que a loja esteja aberta, no final o irmão faz a seguinte consideração:
"É oportuno mencionar que existem duas características na existência de uma Loja. Uma é a de que ela existe como pessoa jurídica e como instituição regularizada na Obediência pela carta constitutiva. A outra é que ela existe como Corporação Maçônica e depende da liturgia para a sua abertura. A Corporação Maçônica é representada pelo Estandarte da Loja, cujo qual deveria ser desfraldado no momento em que a Loja (Corporação) fosse declarada aberta e sendo recolhido assim que declarada fechada. É pena que essa tradicional ritualística tenha sido suprimida nos nossos rituais. A exposição e o recolhimento do Estandarte explicariam o porquê e a razão de muitos procedimentos que compõem a ritualística maçônica, dentre os quais, certamente os momentos em que se dá a circulação em Loja no REAA∴."
Gostaria de mais explicações quando o irmão fala da prática de exposição do estandarte, onde se explicaria vários procedimentos que compõem a ritualística do REAA. Quais procedimentos são esses?
Agora entendo os motivos de termos um Porta-Estandarte e só ser usado na sagração dos templos. (risos)
Aproveito e coloco em anexo, prancha convite da sessão de instalação e posse desse que vos escreve.
Mesmo depois de instalado, continuarei a defender que a plenitude maçônica ocorre quando galgamos o grau de mestre e não quando somos instalados. Aprendi isso com o irmão.
CONSIDERAÇÕES:
Explicaria a existência de um oficial, cujo ofício é o de ter sob a sua responsabilidade o Estandarte da Loja (guarda e condução). Afinal, ele não está ali apenas para preencher o lugar.
A exposição e recolhimento ritualístico do Estandarte pelo seu condutor representam a Loja em atividade e a Loja em o descanso respectivamente. Infelizmente a imensa maioria dos rituais da atualidade não dá a merecida atenção que o lábaro da Oficina e o seu condutor merecem.
No tocante à abordada circulação do lábaro, como uma espécie de guia presencial da Loja, ela se prende ao seu trajeto de ingresso, hasteamento e retirada. Esse costume fora haurido das corporações militares, religiosas ou de famílias reais na época do florescimento das guildas de construtores na Idade Média. A palavra “circulação” mencionada nesse parágrafo, nada tem a ver com o giro no sentido horário, comum no Rito, quando dos deslocamentos de uma para outra Coluna no Ocidente.
Sob o aspecto individual, o conteúdo do Estandarte é como um sistema de escrita de natureza icônica representando de modo velado, e até mesmo simplificado, a realidade, a história e os propósitos da Loja Maçônica da qual ele é o símbolo. Em síntese, seus emblemas e dizeres expressam a realidade existencial da Corporação.
Sob o aspecto ritualístico ele é um símbolo de formalidade cerimonial para a sessão e não apenas um objeto estático posicionado no canto do Oriente. Pelo seu valor representativo ele não é algo que possa passar despercebido.
A título de ilustração, e para demostrar que o Estandarte não é um mero objeto decorativo, eu vou transcrever um trecho a ele referente escrito em um excelente ritual denominado “Instalação de Venerável Mestre e Investidura de Posse das Dignidades e Oficiais de Uma Loja”, edição de 1989, que infelizmente não é o aprovado atualmente no GOB. Nele então consta na página 85 no momento em que o Venerável Mestre dá posse ao Porta-Estandarte:
“Irm∴Porta Est∴, entrego-vos a joia do vosso cargo... O Estandarte é a bandeira da nossa Loja, representando simbolicamente esse Templo consagrado à Virtude. Deverá ele estar presente em nossas cerimônias, para que receba as homenagens dos maçons que compreendem e respeitam nosso esforço em prol do engrandecimento da Sublime Instituição”.
Como se pode notar, o texto por si só exprime a razão de existir do Estandarte em Loja.
Em vários países pelo mundo, onde é comum a participação da Maçonaria em desfiles cívicos, o séquito possui sempre um Irmão conduzindo o Estandarte à frente.
Enfim, quando eu me referi na resposta mencionada acima sobre os “porquês e as razões dos procedimentos” foi simplesmente para despertar nos leitores, sem ilações fantasiosas, o interesse pelo Estandarte na liturgia dos ritos maçônicos.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com.br
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br
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