A MAÇONARIA EM NÓS

A MAÇONARIA EM NÓS

Charles Evaldo Boller

Recebi o comentário do Irm∴ Cláudio, abaixo, e este corrobora com minha posição que algo não anda bem em relação aos estudos dos MMestr∴ MMaç∴.

Tem muito Mestr∴ Maç∴ que esqueceu de sua principal função: o ensino.

Na maioria das vezes é apenas blá, blá, blá, blá... Ou pior, reina silêncio em ambas as CCol∴!

Não tenho tempo. Assuntos de maior importância me impedem. É complicado. É difícil. Sou tímido. Tenho receio de me expor; medo e errar; de ser criticado...

O pior caso é aquele que se considera tão sábio que, do alto de seu pedestal, majestosamente, concede chances aos outros de ensinar, e em sua incomensurável sabedoria apenas ouve e critica o Trab∴ de outros.

Numa inversão de papéis, na maioria das OOf∴, apenas AApr∴ e CComp∴ ensinam. MMestr∴ MMaç∴ apenas ouvem ou blá, blá, blá, blá... Isto quando o sábio Mestr∴ Maç∴, cansado das lides profissionais do dia, não cochila durante a apresentação!

Quando foi a última vez que você, Mestr∴ Maç∴, apresentou uma Peç∴ de Arq∴ em sua Loj∴? Algo de própria lavra, resultado do próprio esforço?

Quando foi a última vez que você, Mestr∴ Maç∴, leu um livro de assunto maçônico, de filosofia, de relações interpessoais, de sociologia, de antropologia, de psicologia, de pedagogia... Já leu alguma vez na vida um livro com um conteúdo destes?

Quando foi a última vez que você, Mestr∴ Maç∴, recolheu-se em silêncio e meditou sobre os problemas da família, da sociedade... ?

Podem atirar pedras os que não pecaram...

Do dicionário:

Mestre substantivo masculino.
1 pessoa dotada de excepcional saber, competência, talento em qualquer ciência ou arte. Ex.: <Said Ali foi um m. da filologia> <é um dos grandes m. da música>
2 indivíduo que ensina, que dá aulas em estabelecimento escolar, ou particularmente
3 (sXIII) aquele que obteve o mestrado ('grau')

4 o artífice em relação aos que são seus oficiais ou aprendizes Ex.: <m. sapateiro> <m. carpinteiro>

5 (sXIII) chefe ou iniciador de um movimento cultural

6 diretor espiritual; mentor

7 Regionalismo: Nordeste do Brasil. título dado a todo bom instrumentista, esp. aos bons tocadores de sanfona Ex.: m. Severino

8 Regionalismo: Nordeste do Brasil. aquele que dirige um trabalho na qualidade de patrão, que é responsável por um serviço e pela direção e andamento de uma tarefa.

9 Rubrica: história da arte. Diacronismo: obsoleto. artista, pintor ou escultor que dirigia um ateliê e formava discípulos que trabalhavam muitas vezes numa mesma obra. Ex.: os artistas da Renascença costumavam morar no ateliê do m.

10 Rubrica: história militar. Diacronismo: antigo. o chefe de uma ordem militar, o superior de uma ordem de cavalaria. Ex.: o m. da Ordem de Cristo

11 Rubrica: maçonaria. aquele que tem o terceiro grau na maçonaria

12 Rubrica: termo de marinha. suboficial ou sargento, ger. o mais antigo do navio, que orienta e dirige os trabalhos marinheiros de bordo [Tem o tratamento de "senhor" dado mesmo pelos oficiais.]

13 Rubrica: termo de marinha. nas embarcações mercantes, marítimo qualificado que comanda e dirige a tripulação do convés

14 Rubrica: termo de marinha. oficial marinheiro que, nos navios, tem a seu cargo o aparelho e o velame
15 Rubrica: termo de marinha. Diacronismo: antigo. comandante de navio mercante; capitão

16 Rubrica: música. o violeiro que canta a primeira voz ('parte') e dirige a coreografia

17 Rubrica: religião. Regionalismo: Piauí. na encanteria, chefe espiritual e administrador da casa, responsável pelo culto

18 tudo que se constitui em fonte de ensinamento, que contribui para qualquer tipo de aprendizado Ex.: o tempo é um grande m.

19 Regionalismo: Rio Grande do Sul. o mourão mais grosso colocado no ângulo do aramado

■ adjetivo 

20 que é o mais importante; principal, fundamental Ex.: pilar m.

21 que ultrapassa os limites habituais; enorme, fantástico Ex.: passou-lhe uma descompostura m.

22 que serve de base, de guia Ex.: desenho m. de uma obra

23 Derivação: sentido figurado. hábil, destro Ex.: mãos m.

Meus IIrm∴, por vezes nos vemos a volta tentando conceituar a Maçonaria. 

A Maçonaria tem sido definida por vários modos: 

"É uma uma associação de homens sábios e virtuosos que se consideram irmãos entre si e cujo fim é viver em perfeita igualdade, blá, blá, blá, blá blá."

"É uma instituição que tem por objetivo tornar feliz a Humanidade, blá, blá, blá, blá, blá."

"Blá, blá, blá, blá, blá."

Façamos um exercício olhando para nós mesmos. Façamos uma comparação entre nós profanos, e nós Maçons. Deixem aflorar os verdadeiros sentimentos pré e pós conhecermos a Verdadeira Luz. 

Voltemos no tempo, lembremo-nos de como Éramos sem os conhecimentos que hoje temos. Feito isso, comparemos como somos hoje. 

O que mudou em nossas vidas? O produto dessa equação é o nosso verdadeiro conceito do que é maçonaria. 

Não adianta tentarmos conceituar com palavras alheias. 

A verdadeira essência da Maçonaria está embutida em nós mesmos, e cada qual tem o seu conceito.

Meus irmãos desculpem-me se escrevi besteiras, mas é o que penso. Gosto de ver em Loja trabalhos feitos de próprio punho pelos irmãos, relatando suas impressões pessoais, suas percepções. Sei que as pesquisas e os registros históricos são muito importantes, e sem eles nossa Ordem talvez não existisse, mas penso que igualmente importantes são nossas visões, nossos sentimentos pessoais, pois isso também compõe nossa Egrégora Maçônica.

T∴ F∴ A∴

Cláudio Américo