(republicação)
O Respeitável Irmão Denilson Sauer Belão, Mestre Maçom da Loja Estrela de Morretes, 3.159, GOB-PR, Oriente de Morretes, Estado do Paraná, apresenta a questão que segue:
O Respeitável Irmão Denilson Sauer Belão, Mestre Maçom da Loja Estrela de Morretes, 3.159, GOB-PR, Oriente de Morretes, Estado do Paraná, apresenta a questão que segue:
Gostaria de saber qual a razão de que em algumas Lojas existe no Altar dos Juramentos uma decoração com chifres nos seus cantos. Também tenho lido artigos maçônicos publicados que abordam o tema, porém sem uma explicação satisfatória de como isso está ligado com a Maçonaria.
Pergunto: O Altar dos Juramentos da Loja é símbolo ligado ao Altar dos Sacrifícios da religião hebraica? Nas Lojas que visitei e encontrei esse símbolo, perguntei o seu significado e não obtive resposta alguma. Você poderia me ajudar a esclarecer essa dúvida?
CONSIDERAÇÕES:
Mano Denilson, vou lhe passar uma resposta que dei recentemente, embora essa não tenha sido publicada devido à mesma me ter sido feita de maneira velada. Não vou citar o nome de quem me perguntou anteriormente, todavia acredito que essa resposta possa lhe ser útil. Vou quebrar esse sigilo em nome do esclarecimento. Segue então o que escreví:
Esses são os absurdos que encontramos na Sublime Instituição partindo de certos “entendidos” que enxertam nossos costumes que “a posterior” não se encontra explicação e muito menos justificativa para tal.
Certamente, alguns confundem o Altar dos Juramentos da Maçonaria com o Altar dos Sacrifícios mencionado em várias passagens do Antigo Testamento. Para esses, inexplicavelmente, os fatos são confundidos de forma, eu diria às vezes inocente e por outras, irresponsável. Seguem algumas citações bíblicas:
O chifre sempre simbolizou a força de um animal, ou o poder de uma pessoa ou nação. “(Sl 89:17) Pois tu és a glória da sua força; e no teu favor será exaltado o nosso poder (chifre)”. “(Lam 2:3) No furor da sua ira cortou toda a força (chifre) de Israel; retirou para trás a sua destra de diante do inimigo; e ardeu contra Jacó, como labareda de fogo que consome em redor”. “(Exôdo 29:12) Depois tomarás do sangue do touro, e o porás com o teu dedo sobre as pontas (chifres) do altar, e todo o sangue restante derramarás à base do altar. Havia poder ilimitado no sangue que foi borrifado nos chifres”. Também porque o sangue representa vida, e o sacrifício era um substituto, por causa de um, os pecadores viveriam com Deus. Havia uma união de sangue entre o altar, os chifres, e o pecador. A misericórdia de Deus também é vista aqui: “(1Rs 1:50) Porém Adonias temeu a Salomão; e levantou-se, e foi, e apegou-se às pontas (chifres) do altar”. Os sacrifícios também eram amarrados relutantemente com cordas aos chifres: “(Sl 118:27) Deus é o SENHOR que nos mostrou a luz; atai o sacrifício da festa com cordas, até às pontas (chifres) do altar”. "(Êxodo 27:1, 2) Farás também o altar de madeira de acácia; de cinco côvados será o seu comprimento, e de cinco, a largura, (será quadrado o altar), e de três côvados, a altura. Dos quatro cantos farás levantar-se quatro chifres, os quais formarão uma só peça com o altar”.
O significado dessas palavras é para levantar quatro chifres, os quais formarão uma só peça. Embora despercebido por muitos, a Bíblia comenta os chifres do altar, mais profundamente do que qualquer outra coisa. Note no Antigo Testamento, que quando as pessoas temiam por ter cometido pecado, elas pegavam os chifres para receberem o perdão.
(Levíticos capítulo 4) está escrito para pegar o sangue com o dedo e passar nos chifres do altar do incenso quando os sacerdotes e todo o povo de Israel pecassem. E quando os patriarcas, e as pessoas comuns pecasse, disse para passar o sangue nos chifres do altar do holocausto.
(Jeremias, 17:1) está escrito que gravou os nossos pecados nas pontas dos altares. "O pecado de Judá está escrito com um ponteiro de ferro e com diamante pontiagudo, gravado na tábua do seu coração e nas pontas dos seus altares." Deus habita nas colunas de nuvens e nas colunas de fogo. O altar ficava entre Deus e entre o povo de Israel, por isso geralmente quando o povo de Israel olhava para Deus, não se lembravam do pecado. Mas somente indo diante de Deus, eles acabavam ficando perturbados por se lembrarem dos pecados que estão gravados nos chifres. Antigamente quando sacrificavam a oferta pela redenção, às pessoas que haviam cometido o pecado faziam a imposição de mão na ovelha, e a ovelha morrendo, o pecado era remido.
E por fim, o trabalho dos sacerdotes era apagar o pecado que estava gravado. Por isso passava o sangue da ovelha nos chifres do altar para que tanto nós como Deus não enxergasse nem um pingo de pecado. Ainda outras citações:
“Abraão, levantando os olhos, viu atrás dele um cordeiro preso pelos chifres entre os espinhos; e, tomando-o, ofereceu-o em holocausto em lugar de seu filho”. (Gênesis 22,13)
“Se um boi ferir mortalmente um homem ou uma mulher com as pontas dos chifres, será apedrejado e não se comerá a sua carne; mas o dono do boi não será punido”. (Êxodo 21,28)
“Porás em seus quatro ângulos chifres, que farão corpo com o altar; e o cobrirás de bronze”. (Êxodo 27,2)
“Depois tomarás do sangue do novilho, e com o dedo o porás sobre os chifres do altar e derramarás o resto ao pé do altar”. (Êxodo 29,12)
“Glória a esse touro primogênito! São chifres de búfalo os seus chifres; com eles agride todos os povos até os confins da terra! Tais são as miríades de Efraim, tais os milhares de Manassés”. (Deuteronômio 33,17)
“Sedecias, filho de Canaana, fez para si uns chifres de ferro, e disse: Eis o que diz o Senhor: com estes chifres ferirás os sírios até que sejam exterminados”. (I Reis 22,11)
“Sedecias, filho de Canaana, tinha feito para si chifres de ferro, e disse: Eis o que diz o Senhor: Com estes chifres ferirás os sírios até exterminá-los”. (IICrônicas 18,10)
“Salvai-me a mim, mísero, das fauces do leão e dos chifres dos búfalos”. (Salmos 21,22)
“E isto a Deus será mais agradável que um touro, do que um novilho com chifres e unhas”. (Salmos 68,32)
“Finalmente, como eu contemplasse essas visões noturnas, vi um quarto animal, medonho, pavoroso e de uma força excepcional. Possuía enormes dentes de ferro; devorava, depois triturava e pisava aos pés o que sobrava. Ao contrário dos animais precedentes, ostentava dez chifres”. (Daniel 7,7)
“Como estivesse ocupado em observar esses chifres, eis que surgiu entre eles outro chifre menor, e três dos primeiros foram arrancados para dar-lhe lugar. Este chifre tinha olhos idênticos aos olhos humanos e uma boca que proferia palavras arrogantes”. (Daniel 7,8)
“Quis ser informado sobre os dez chifres que tinha na cabeça, bem como a respeito desse outro chifre que havia surgido e diante do qual três chifres haviam caído, esse chifre que tinha olhos e uma boca que proferia palavras arrogantes, e parecia maior do que os outros”. (Daniel 7,20)
Como se pode notar, existe certo mistifório e eu acredito que esse costume proferido por alguns de colocar, ou decorar os cantos do Altar dos Juramentos na Maçonaria é puro equívoco quando o confundem com o Altar dos Sacrifícios bíblico.
Ora, nada tem uma coisa a ver com a outra. Altar dos Juramentos na Maçonaria é o local onde o Maçom presta a sua obrigação, a despeito que um Templo Maçônico não é e nunca foi o Tabernáculo e, por conseguinte o Templo de Jerusalém.
Na verdade o Altar de Juramentos na pura Maçonaria era a mesma mesa, hoje chamada de altar, que ficava diante do Venerável, ou o Mestre da Loja.
Posteriormente foi criada uma extensão deste como conhecemos atualmente e que normalmente fica no Oriente, salvo alguns costumes como é o caso do Rito de York (americano) que situa o mesmo no centro do Ocidente.
Por assim ser, fica muito difícil explicar essa invenção dos chifres no local onde os Maçons prestam a sua obrigação.
Talvez, alguns desavisados pensem que pelas penas simbólicas proferidas no ato da promissão, o Altar dos Juramentos seja uma espécie de altar dos sacrifícios. Isso é mero exercício de imaginação que deve fazer com que os nossos antepassados se revirem nos seus caixões.
Infelizmente assim seguem as invencionices que fazem alguns confundirem Maçonaria com religião e o que é pior: nem mesmo sabem esses dar uma explicação plausível.
Finalizando, no significado bíblico o chifre correspondia à força e o sangue a vida da carne. Assim, fica realmente assaz complicado fazer qualquer associação da acepção bíblica com o local onde os maçons prestam a sua obrigação, ou o juramento.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 402 Florianópolis (SC) 07 de outubro de 2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário