ESTRELA FLAMÍGERA
Ir∴ Antonio Jorge dos Santos Ramos
O dicionário Ilustrado de Maçonaria do Autor Sebastião Dodel dos Santos, define a Estrela Flamígera como: “Uma estrela de cinco pontas cuja simbologia está ligada ao culto dos números sagrados, em que era estudada apenas do ponto de vista da geometria. Da escola pitagórica passou à simbologia dos maçons construtores. Sua denominação “ Estrela de cinco Pontas” deve-se aos membros de uma seita gnóstica do século II, em que a serpente simbolizava o Messias. Os participantes da seita denominavam-se Ofitas. Para designar o microcosmo face ao macrocosmo, os gnósticos ainda deram à estrela o nome de “ Pentagrama”, figurada no homem em pé , sendo que a cabeça é a ponta superior, os braços as pontas laterais e os pés as pontas inferiores.
A ignorância de uns e a maldade de outros fizeram acreditar que a figura estrelada aqui citada quando colocada em posição inversa, isto é, de cabeça para baixo, significa a desordem, a loucura, o mal, pois assim agiam os adeptos da magia negra. Dando expansão às suas torpezas, os maldosos centravam a figura com a cabeça de bode, transformando – a num emblema grosseiro e significativo de baixas atitudes. Daí falarem em “bode preto”, em “Baphomet” e em outras tolices só concebíveis pela insânia de que estão possuídos tais detratores. A Estrela Flamígera é o emblema que marca o companheirismo, o astro que deve iluminar a Loja do Grau 2 (dois).”
Como se sabe, e nunca é demais repetir, toda a ritualística do Segundo Grau gira em torno da Letra G, da Estrela Flamígera e do Número 5.
Os rituais das diversas obediências ensinam que a Estrela Flamígera é o símbolo do Companheiro por que:
“O Companheiro é chamado a tornar-se um foco ardente, uma fonte de luz e calor. A generosidade de seus sentimentos deve incitá-lo ao devotamento sem reservas, mas com o discernimento de uma inteligência verdadeiramente esclarecida, porque está aberta a todas as compreensões”.
A Estrela Flamígera que ilumina a Loja representa o Sol que clareia o mundo físico, a ciência que resplandece sobre o mundo intelectual e a Filosofia Maçônica que ilumina o mundo moral.
Chegado ao quinto degrau de sua simbólica ascensão, o Iniciado adquire aquela iluminação ou visão espiritual, que faz dele um epopta (Entre os gregos, o iniciado nos mistérios de Elêusis (Ceres)) ou vidente e o capacita para discernir a Estrela Flamígera que brilha diante e por cima de si mesmo, na parte mais íntima de seu ser.
Esta Luz Ideal, proveniente de seu Ser Espiritual o ilumina agora com toda claridade e guia com acerto seus passos no Caminho do Progresso, que o converterá em "mais que homem", em verdadeiro Mestre em toda a extensão da palavra.
A Estrela (emblema do homem perfeito ou do Arquétipo Divino do Homem, do verdadeiro Filho de Deus feito ou emanado diretamente DELE e, por conseguinte, a sua imagem e semelhança) tem cinco pontas, que correspondem aos quatro elementos e à quintessência, ou seja, dos metais ordinários ou faculdades comuns do homem: o chumbo de seus instintos materiais, o estanho de sua compostura vital, o cobre de seus desejos e o ferro de sua têmpera, aos quais se une o mercúrio filosófico da Inteligência Soberana, que a tudo amalgama e domina.
Representa em si aquele místico pentagrama que foi escolhido pelos Magos como símbolo do Poder Soberano do Iniciado, ante o qual toda a natureza se inclina e obedece, reconhecendo aquela Imagem Divina que, refletindo a Verdade e a Nobreza, faz fluir longe de si, com apenas sua presença, todos os demônios dos preconceitos e dos enganos, dos instintos e das paixões.
Quando a maçonaria quer que a pedra bruta se transforme em pedra cúbica, ela está lembrando ao iniciado que ele deve manter uma luta progressiva e sem tréguas pelo domínio de si mesmo, colocando o próprio ego sobre o mais absoluto controle.
Que o Companheiro ao fitar a Estrela Hominal se lembre que quando conseguirmos o controle total sobre nós mesmos tornamo-nos inteiramente livres e responsáveis e estamos realmente preparados para o exercício da arte real. Isto é difícil de ser alcançado, daí a necessidade de que a luta seja diuturna e sem esmorecimentos.
Leibniz, filósofo que viveu no Século XVIII, já dizia: “Só Deus é perfeitamente livre; as criaturas o serão, mais ou menos, na medida em que se coloque acima das paixões”.
O Pentagrama pode comportar, simbolicamente, várias interpretações, todavia, e antes de mais nada, ele representa a luz da inteligência que nos faz enxergar os problemas interiores e os meios para enfrentá-los, e, por vezes corrigi-los ou vencê-los.
Para o Maçom, a Estrela Flamígera constitui o emblema do gênio que eleva a alma para a realização das supremas tarefas, ela também simboliza a “Estrada Luminosa” da Maçonaria, a luz que ilumina os discípulos, o símbolo dos livres pensadores, a eterna vigilância e a proteção objetiva do G∴ A∴ D∴U∴ .
O conteúdo falando sobre a Estrela Flamígera é muito extenso e variado, sendo necessário não um trabalho, mas provavelmente uma monografia ou artigo científico para falar sobre todas as suas vertentes.
Referências:
O que fica de ensinamento deste trabalho é que na escada do aprendizado maçônico, não devemos ter a certeza do significado de algum símbolo, mas sim tirar proveito do que melhor nos enobreça a mente e a alma.
- Ritual de Companheiro – Rito Escocês Antigo e Aceito – GLMSE - Fev-2018. - Manual de Companheiro – ALDO LAVAGNINI (MAGISTER)
- José Castelani e Raimundo Rodrigues – Editora Maçônica “A Trolha” Ltda.
- https://focoartereal.blogspot.com/2014/10/estrela-flamejante.html
- CAMINO, Rizzardo da. Introdução à Maçonaria.
- Santos, Sebastião Dodel – Dicionário Ilustrado de Maçonaria – Ed. Essinger.
Fonte: https://fraternidadesergipense.mvu.com.br
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