Em 27.07.2022 o Respeitável Irmão Pedro Arruda, Loja Universitária Pés Vermelhos, sem mencionar o Rito, GOB-PR, Oriente de Londrina, Estado do Paraná, apresenta a dúvida seguinte:
PADRINHO NA MAÇONARIA
Gostaria de sua ajuda para elucidar uma questão: Qual a origem histórica do Padrinho na Maçonaria, me refiro a nossos ancestrais ainda na Idade Média, nos canteiros profissionais, ou somente na Maçonaria especulativa temos esta figura?
CONSIDERAÇÕES:
No que tange aos primórdios da Maçonaria, nela não existia propriamente a figura poética de um padrinho como conhecemos atualmente na Moderna Maçonaria.
Na Maçonaria Operativa, ou de Ofício, o Aprendiz Admitido comumente ficava sob a tutela do dono do canteiro de obras. Geralmente ele aprendia o ofício de esquadrejar a pedra durante três anos e levava mais dois para receber a recomendação que o levaria a ser recebido na classe dos Companheiros do Ofício. Um Companheiro trabalhava sete anos e mais para receber sua carta de contrato.
Era comum que o Aprendiz no período dos dois últimos anos ressarcisse ao Mestre da Obra as despesas da sua estada naquele período no canteiro, devolvendo, inclusive, os valores gastos com a sua alimentação e vestuário inerente ao tempo do aprendizado. Então nessa época não havia virtualmente a figura poética do padrinho protetor, tutor, etc.
Vale lembrar que na Maçonaria primitiva (a partir do século X) não existiam graus iniciáticos, mas classes de operários, isto é, a classe dos Aprendizes Admitidos e a dos Companheiros do Ofício. Não existia o grau especulativo de Mestre Maçom, mas apenas o Mestre dirigente da obra, cujo qual era escolhido entre os Companheiros mais experientes.
Com o advento da Maçonaria Especulativa (dos Aceitos) a partir do século XVII e a Moderna Maçonaria a partir do século XVIII, por circunstâncias organizacionais passou-se a exigir alguém que apadrinhasse o candidato a ingressar na Ordem, ou seja, a figura do maçom apresentante do proposto à Iniciação. Era essencialmente quem indicava.
De certo modo o apresentante é o padrinho e é o tutor do iniciado, guiando-o até a sua maioridade maçônica, no caso, até quando ele atingir a plenitude maçônica ao alcançar o 3º Grau.
É bem verdade, contudo, que nem sempre é isso que acontece, pois atualmente alguns “padrinhos” desconhecem por completo esse dever - eu poderia citar como exemplo o meu padrinho na Ordem que só assistiu a minha iniciação e depois desapareceu completamente da Loja.
Ao concluir, lembro que o grau especulativo de Mestre Maçom somente apareceu em 1725 na Moderna Maçonaria e foi oficializado na Inglaterra em 1738. Assim, é impossível se imaginar grau de Mestre Maçom nos tempos primitivos da Maçonaria.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: http://pedro-juk.blogspot.com.br
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