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quarta-feira, 22 de julho de 2020

IRMÃO MOZART: DEPOIS DE UM QUARTO DE MILÊNIO

IRMÃO MOZART: DEPOIS DE UM QUARTO DE MILÊNIO

Nota: Este documento foi encomendado pelo Sacro capítulo do Arco Real, São João e São Pedro, quando foi lido pelo autor durante uma sessão ordinária. É uma revisão crítica da relação do H∴ Mozart com a Franco-Maçonaria, e inclui esclarecimentos sobre os mitos que se têm originado sobre sua vida. Estes incluem o mito do que foi assassinado pelos maçons, a tempestade que despencou quando morreu, seu sepulcro sem marca, e um comentário sobre o conteúdo maçônico de sua ópera A Flauta Mágica. 

A Política e a Maçonaria na Áustria de Mozart

Em 1784 a grande Loja da Áustria tinha 66 Lojas. Oito delas estavam em Viena. Esta Grande Loja havia sido constituída graças aos esforços de nada menos que o Arcebispo Católico Romano de Breslau, o Conde Schaffgotsh. Isso apesar do fato de que a Igreja Romana através de Papa Clemente XII havia condenado a Ordem em 1738. O fato real é que vários países católicos se recusaram a aplicar o édito que ordenava estas condenações. As razões foram diversas.

Uma das mais evidentes é o fato que pessoas que ostentavam os mais altos cargos nesses países, como os reis e príncipes coroados entre outros, pertenciam à Ordem. Estas pessoas em altos cargos pensaram que seria melhor unirem-se eles mesmos à Ordem e assim mantê-la na legalidade. Ao fazê-lo, estariam numa melhor posição para manter controlados aos seus membros. Vale a pena considerar que a Maçonaria era fruto da Ilustração e de suas ideologias, entre elas a Fraternidade, a Igualdade e a Liberdade, e por princípio, de monarquia constitucional. O regicídio estava ainda muito longe de acontecer. Em Áustria mesma, a Imperatriz Maria Teresa, instigada por seus confessores, era muito contrária à Ordem, porém, embora muito influente no destino da política austríaca, nunca o foi suficientemente para lograr que seu esposo, ou mesmo seu filho depois, ordenassem as condenações da Igreja. O melhor que ela pode alcançar foi limitar o número de Lojas no ano 1781. Uma história breve citada pelo Conde de Newcomb, Grau 33 da Loja Oásis de Hiram de Minnesota conta: "A Imperatriz Maria Teresa havia sido uma das opositoras da Maçonaria e, em 1743, havia ordenado fechar uma Loja vienense, forçando seu esposo e Venerável Mestre, Francisco I, a escapar por uma escada secreta”. 

Outro fator que deve ser considerado é o fato que várias Ordens haviam sido criadas durante o Século XVIII como resultado da Ilustração. Entre estas se contam: a Franco-Maçonaria, a Estrita Observância, os Illuminati e os Rosascruzes. Outras Ordens haviam sido constituídas por reformadores com estilo próprio, como Cagliostro, que se inclinou em direção à Maçonaria Egípcia, colocando mais para trás no tempo os origens da Franco-Maçonaria, como os Ritos de Memphis e Misraim. Estes dois Ritos foram combinados faz algumas décadas, precisamente em 1959, sob o nome de Rito de Memphis e Misraim. 

Eu gostaria de observar que se alguém tivesse que localizar as mais antigas origens operativas sobre as quais pode estar baseado o simbolismo maçônico, teria que referir-se aos templos de Tarxien, Malta, com 6.000 anos de antiguidade. Ali o iniciado encontrará simbolismos e paralelismos inconfundíveis. O ar mesmo está engravidado de simbología maçônica. 

Devo comentar neste ponto a situação em que a Maçonaria se encontrava nessa época, a de Mozart, citando as notas de um documento da Telarc International Corporation.

“A insistência da Maçonaria de cercar de segredos seus trabalhos internos operou contra ela, já que o código de silêncio permitiu que seitas florescessem dentro da Ordem e ao mesmo tempo permitiu que oficiais governamentais imaginassem excessos maçônicos muito maiores que os que em realidade aconteciam. Ao final, o Imperador sentiu que não tinha mais alternativa que a de ilegalizar à Maçonaria. 

Provavelmente a mais virulenta seita antimonárquica da Maçonaria era a dos Illuminati, fundada na Bavária pelo professor universitário Adam Weishaupt em 1776. Weishaupt ingressou na Franco-Maçonaria e rapidamente se aliou aos Illuminati. O propósito inicial da seita era combater o mal e defender as boas causas, porém rapidamente evoluiu em direção a sentimentos anticlericais e antimonárquicos. Os Illuminati operaram só durante uma década e provavelmente nunca tiveram mais de 2.000 membros, porém atemorizaram à realeza, que começou a suspeitar de toda Maçonaria. 

As cabeças coroadas tinham boas razões para ligar as Lojas maçônicas com as atividades revolucionárias. Muitos dos líderes da revolta das colônias americanas contra o Rei Britânico em 1776 eram maçons, incluindo a George Washington, Benjamin Franklin e Thomas Jefferson. Em França os Maçons estiveram por trás de golpe em favor de um governo republicano que levou à Revolução Francesa (que incidentalmente foi muito mais longe que o que aqueles inteligentes aristocratas haviam previsto e que tornou à maioria deles suas vítimas). O Imperador Austríaco escutou os rumores de sublevação em primeira mão por sua irmã, a Rainha Francesa Maria Antonieta.

Os intentos austríacos para controlas aos maçons incluíram o decreto de 1781 de Joseph II que proibia a qualquer Ordem o submeter-se a autoridades estrangeiras. Isso levou a romper os laços com a grande Loja de Inglaterra e a criar um próprio corpo administrativo austríaco, a grande Loja de Áustria. Em 1785 outro édito imperial centralizou as Lojas de país e limitou sua autonomia. A proliferação de Lojas locais se reduz (só três ficaram em Viena), e os membros de cada uma delas foram limitados a 180. Informes regulares das reuniões das lojas e da assistência social que prestavam tinham que ser enviados à Polícia Imperial.

Em 1790 Joseph II morreu e foi substituído por seu irmão Leopoldo II. Com a Revolução Francesa em pleno auge, o governo de Áustria estava demasiadamente alarmado sobre sentimentos antimonárquicos no país e especialmente nas Colunas Maçônicas. Nesse mesmo ano, uma Loja dos Illuminati foi descoberta em Praga e os nomes de altos oficiais foram mencionados nos informes da Polícia secreta ao Imperador. Como Landon anota, a "Áustria rapidamente se estava convertendo num Estado policial". 

Mozart e os Franco-maçons. 

Chegando por fim ao H.·. Mozart: ele viveu plenamente estes acontecimentos. Este autor considera que é fútil trazer aqui a biografia de Mozart, já que existe uma multidão de trabalhos sobre o tema. De qualquer maneira, alguns aspectos de sua vida devem ser aclarados. Estes se referem à sua vida como maçom. Esteve envolvido com a Franco-maçonaria desde muito pouca idade. Basta dizer que sua segunda ópera, Bastien und Bastienne, que está baseada no trabalho de Rosseau "Le Devin du Village" de 1752, foi composta e executada nos jardins da vila vienense do Dr. Anton Mesmer, o inventor do "mesmerismo" ou hipnotismo em 1768. O Dr. Mesmer era um proeminente Franco-maçom. 

Mozart se relacionou com eminentes francos-maçons desde muito cedo, porém sua real participação na Ordem começou quando tinha 16 anos e compôs dois trabalhos Maçônicos: o primeiro, uma canção maçônica chamada "O Holy Band", o segundo dois coros para uma peça chamada "Thamos", por Tobias Philip Gebler, outro destacado Irmão. Teve muitos protetores e amigos que eram Maçons, porém a culminação destas relações chegou quando foi iniciado na Loja "Beneficência" de Viena em 14 de dezembro de 1784. Tinha 28 anos de idade. Menos de um mês depois, a 7 de janeiro de 1785, foi passado a Companheiro em outra Loja: "A Verdadeira Amizade" e um dia depois foi exaltado a Mestre na mesma Loja. 

Depois disso, depois de compor outras peças maçônicas, animou a amigos músicos a unirem-se à Ordem. Isso mostra também que Mozart foi um Maçom muito ativo. Um destes novos maçons foi seu pai, Leopoldo, iniciado na Loja Beneficência em abril e Franz Joseph Haydn, na "Verdadeira Amizade", um pouco antes, em fevereiro. 

Mozart demonstrou também ser um inovador na época em que se aproximava a crise da Franco-Maçonaria. Havia começado a advogar pela inclusão de mulheres na Ordem, o que se reflete em sua ópera “A Flauta Mágica”, na qual tanto o herói como a heroína são iniciados juntos; mesmo assim Mozart só foi responsável pela música e não pelo libreto. 

MITOS E LENDAS

Cabe agora mencionar a morte de H.·. Mozart por duas razões. Primeiro, se discutirá a causa de sua morte e as implicações de francos-maçons com sua partida. John Stone ao escrever no "Mozart Compendium" enumera onze enfermidades graves que arruinaram a curta vida de nosso Irmão. A primeira, em 1762, foi a febre escarlatina. Mozart tinha só 4 anos. Ao ano seguinte sofreu dois ataques de febre reumática. Sofria acessos de tosse que quase o sufocavam, febre tifóide, hepatite, e vários ataques de febre reumática entre outras enfermidades. Parece que a enfermidade que acabou com sua vida começou a finais de agosto de 1791. Provavelmente se lhe agudizou devido a cansaço nervoso. Mozart confiou à sua esposa que talvez havia sido envenenado. Sofria de lumbagos e sentia que a debilidade se apoderava de todo seu corpo. Este dor e debilidade o haviam afetado desde maio ou junho. A 20 de novembro caiu de cama. Sua enfermidade fatal foi diagnosticada e certificada em seu óbito como febre militar. Esta enfermidade, também conhecida como enfermidade de sudoração, se caracteriza por uma grande inchação generalizada e uma alta taxa de mortalidade. Era tanto seu inchaço, que sua cunhada Sophie Haibel teve que coser-lhe uma camisa de noite que se podia pôr de frente, já que ele não podia virar-se. Esta Sophie Haibel teve um importante papel na morte de Mozart, e não só porque ele espirou em seus braços à uma da madrugada enquanto ela lhe secava o suor da fronte com um lenço empapado em água e vinagre. Outras enfermidades possíveis podem ser diagnosticadas a partir dos sintomas registrados, como a síndrome de Henocxh-schoenlein e febre reumática. O que também é certo é que em Viena se apresentou por essa época uma epidemia de cólera. 

Quando alguém considera o número de enfermidades que podem ajustar-se aos sintomas que Mozart aparentava, não sobre outra opção que descartar e considerar um mito o rumor de que Mozart foi envenenado, ou por Salieri ou pelos maçons. É natural para alguém que sofre de problemas nos rins comparar seu estado com o envenenamento. É natural que Mozart o haja pensado assim e que expressasse o que sentia. E ele mesmo deu origem à lenda de seu envenenamento. A primeira fonte desta lenda data de 1928, se originou em Munique e foi ressuscitada com grande veemência em 1936. Havia um artigo de Matilde Ludendorff com o título "Mozarts Leben und gewaltsamer Tod ("A Vida de Mozart e sua Morte Violenta”). O trabalho assegura que Mozart, assim como Lutero, Lessing, Schiller e muitos outros, havia sido assassinado por haver invadido den Tempel Salomos, das heisst die Judenherrschaft (O Templo de Salomão, o centro do Império Judeu). As implicações dos judeus na Franco-Maçonaria e o assassinato de tantos Gigantes Alemães faz alguém pensar na credibilidade que tal tese teria na Alemanha Nazista, ainda assim foi revivida por Kuess-scheichelbaur em 1959.

Por dois séculos têm havido rumores e especulações no sentido do que Mozart foi assassinado pelos maçons por revelar segredos, porém isso parece improvável por várias razões. Seu colaborador e irmão maçom, Schikaneder, que foi quem escreveu o libreto da Flauta Mágica e seria então o único responsável por qualquer revelação de segredo maçônicos, se existiu alguma, sobreviveu a Mozart por duas décadas. A proximidade pessoal de Mozart com líderes maçônicos de alto categoria está bem documentada em suas cartas e é improvável que ele houvesse desafiado as estruturas da Ordem ou que não estivesse seguro sobre o que poderia dizer-se em público e o que não podia ser revelado. Schikaneder havia sido enxotado da Ordem devido à vida que levava que desprestigiava à Maçonaria. Por que este homem não foi assassinado pelos maçons? Por que teria que haver sido Mozart o que ficasse com as culpas?

Ao iniciado, será óbvio que muito poucos dos assim chamados segredos, se acaso há algum, se revelam no libreto da ópera. Estes são a recorrência de número 3 (golpes, luzes, etc.), e a reticência e o segredo impostos pela mordaça nos lábios de Papageno. De fato a obrigação de guardar os segredos maçônicos não é só bem conhecida pelos inimigos da maçonaria como também pelos não maçons, senão que é também a razão básica para os ataques contra a Ordem. Outros também consideram o desvanecimento da principal personagem Tamino como uma alusão à Cerimônia de Exaltação. Em realidade, o libreto se ajusta em grande parte ao trabalho literário "Sethos" de Abbe Ferrasson, que estava muito em moda entre os maçons, já que pretendia ser um relato histórico sobre os rito de Isis e Osíris, traduzido de um antigo papiro egípcio. No século XIX se provou que era um engano. 

Voltando à participação de Sophie Haibel nos últimos dias de Mozart, Chailley anota que ela esteve buscando insistentemente alguns padres católicos para que assistissem a Mozart em seu leito de morte. O fato de que ela houvesse procurado a muitos significa que muitos se recusaram a atendê-la. De outra maneira, por que solicitar a tantos? Nunca estaremos seguros se algum deles acedeu. O que sim é certo é que os restos de Mozart receberam os últimos ritos em frente à Capela do Crucifixo dentro da Catedral de St. Stephen em Viena às três da tarde, e foram depois enterrados numa sepulcro sem identificação no adro de St. Marx num subúrbio de Viena. E que não houve nenhuma agitação na noite de sua morte. Os boletins de clima reportaram bom tempo essa noite (Chailley, 1971). O mito difundido e a lenda produzida foram usados para satanizar ao H.·. Mozart, querendo dizer que ele morreu em meio de trovões e centelhas causados pelos cães que haviam vindo arrastar sua alma aos Infernos. Tudo se encaixa. 

Porém por que foi sepultado tão longe do centro de Viena? O que alguém pode pensar é que nos países católicos como Malta e Áustria, os excomungados da Igreja romana não podem ser sepultados em cemitério. No cemitério de Malta, chamado Maria Addolorata, existe uma área não consagrada onde tais pessoas eram enterradas. Esta área foi muito usada durante a guerra político-religiosa dos anos 60 do século XIX entre Dom Mintoff do Partido dos Trabalhadores e a Igreja Católica. (Mintofff tinha reputação de haver sido iniciado Maçom quando era estudante em Rhodes, no Reino Unido, porém isso não possui confirmação). Voltando ao solo não consagrado, essa era a área na qual os não arrependidos (publicamente, para satisfazer à Igreja) e os membros de Partido dos Trabalhadores Maltês eram enterrados. Em Malta essa área se conhece como "Il-mizbla", "lixo espiritual". Isso quer dizer, que se alguém é excomungado, a Igreja (que prega a caridade, o Perdão, e blá blá blá ao lânguido e subalterno) considera que os cadáveres destes não arrependidos só têm de servir como albergue do "lixo espiritual". Como isso afeta ao defunto não se pode saber, porém é um grave estigma social e uma desonra para os seus amigos sobreviventes, para que não tem indulgencia, sem importar que eles mesmos sejam bons católicos praticantes. Como observou o cardeal arcebispo das Filipinas, a igreja deve observar extremo cuidado ao tratar tais casos para não ferir a "inocentes". Devemos mencionar também que o Pai da Língua Maltesa, Mikiel Anton Vassalli, foi enterrado no "adro Braxia", um campo protestante nas arredores de Valletta, tanto porque ele havia traduzido ao Maltés a Bíblia Protestante quanto, e extra-oficialmente, porque era tido por Maçom. Disso também não se tem prova. Com respeito ao H.·. Mozart, o ser enterrado num sepulcro sem identificação (poderia não ser consagrado?) distante de rogos e rezas depois de haver sido abençoado numa igreja católica, pode haver sido uma solução negociada alcançada para preservar a identidade de seus parentes. 

Os Irmãos de sua Loja realizaram uma Sessão Fúnebre em sua honra e a Oração foi publicada. 

Notas bibliográficas:

AUTEXIER, P. A., Freemasonry em The Mozart Compendium (H. C. Robbins Landon ed.), London: Thames and Hudson, 1990
BLOM, ERIC, Mozart, em Grove's Dictionary of Music and Musicians (Blom, E., 5th ed. Vol. 5: 923-983), London: Macmillan, 1977
BLOM, ERIC (Ed.), Mozart's Letters, London: Penguin Books, 1956
CHAILLEY, JACQUES, the Magic Flute, Masonic Opera, tr. Weinstock, Herbert, Novo York: Alfred A. Knopf, 1971 (originally publish em French, 1968) 
CONDEE, NEWCOM, Bro Mozart and the Magic Flute. (Unpublished papeleta retrieved from the website of the Hiram's Oásis Lodge
DENT, EDWARD J., Mozart's Operas: A Critical Study, 2nd ed., London: OUP, 1960
MILNES, RODNEY, "Singspiel" and Symbolism', em John, Nicholas, ed., The Magic Flute, London: John Calder, 1980 
ROBBINS LANDON, H.C., Mozart and the Masons, London: Thames & Hudson, 1982
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STONE, JOHN, Mozart's Opinions and Outlook em The Mozart Compendium (H.C. Robbins Landon ed.), London: Thames and Hudson, 1990

by W.Bro. Frank Galea 
Lodge of St. John and St. Paul No 349 (EC), 
Malta Count Roger of Normandy Lodge, 
Sovereign Grand Lodge of Malta.
TR Alonso Berrío Cárdenas.
V.·.M.·.R.·.L.·.S.·. Armonía No. 39.
Or.·. Medellín.
Gran Logia de Colombia
Ir∴ JOÃO CARLOS DA SILVEIRA, MM
Pod∴ Grão-Mestre
Ir∴ FRANCISCO C.L. PUCCI, MM
Gr∴ Bibliotecário

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