DEÍSMO
Sistema
filosófico ou atitude dos que aceitam a existência de um Deus destituído de
atributos morais e intelectuais e que poderá ou não haver influído na criação
do Universo. O deísta crê em Deus, mas não aceita religião nem culto,
rejeitando toda espécie de revelação divina e, pois, a autoridade de qualquer
Igreja.
Em
maçonaria os sistemas ritualísticos podem ser divididos em ritos deístas,
teístas e adogmáticos. Determina essa diferenciação o texto do ritual relativo
à qualidade de consciência da presença de Deus nos trabalhos maçônicos e a
interpretação dos Princípios morais simbolizados na lenda da cerimônia
e no ornamento da Loja. Exemplo de rito deísta, o Rito Schröder foi
concebido desde sua origem com um conjunto de símbolos e cerimônias que
guardam eqüidistância de religiões. Seus praticantes têm autonomia de
opção pessoal a partir da crença em Deus. O Rito Schröder selecionou da
ritualística inglesa dos chamados "modernos" algumas
referências à construção do Templo de Jerusalém, por Salomão, sem,
contudo, ultrapassar os limites das analogias pontuais.
O
sistema ritualístico inglês caracteriza, hoje, o conteúdo teísta. Em 1717, a
ritualística da primeira Grande Loja foi deísta, quando abriu as portas das
Lojas para variadas opções religiosas pessoais dos seus filiados, sem
especificar uma a ser obedecida. Em 1815, após o surgimento da Grande Loja
Unida da Inglaterra, a primitiva Constituição de Anderson foi alterada,
tornando-se dogmática e impositiva, atendendo preferência dos representantes da
segunda Grande Loja de Londres, auto-proclamados "antigos".
O
Rito Moderno representa o segmento ritualístico adogmático. Foi um rito teísta
a partir da sua estruturação com sete graus e assim permaneceu durante 91 anos.
Em 1877, decidiu em convenção, a supressão da afirmação dogmática da existência
de Deus e da imortalidade da alma. Adotou o princípio do respeito absoluto à
liberdade de consciência da fé.
O
Rito Escocês Antigo e Aceito começou teísta, na afirmação documental de Albert
Pike, em nome do Supremo Conselho jurisdição Sul dos Estados Unidos. No
entanto, em 1875, Supremos Conselhos sediados em países católicos, reagindo às
fortes ações antimaçônicas, planejaram levar à Convenção de Lausanne, prevista
para 1878, a proposição de tornar as definições do Grande Arquiteto do Universo
não exclusivamente teístas, abertas a outras aproximações da espiritualidade
dentro do respeito da liberdade de consciência individual. A proposição foi
aprovada e incluída na Declaração de Princípios do rito. Com essa decisão o
REAA tornou-se deísta durante poucos dias. Em seguida ao encerramento da
Convenção de Lausanne, o Supremo Conselho - Sul dos Estados Unidos contestou a
Convenção e, apoiado pelos Supremos Conselhos da Escócia e da Grécia,
recomendou aos Corpos irmãos do mundo a reformulação da Declaração de
Princípios a respeito da consciência livre sobre a compreensão do Grande
Arquiteto do Universo. Fixou o sentido teísta, impondo as crenças em um Deus
pessoal e no dogma cristão da imortalidade da alma. A divisão no REAA
persiste até o presente, alimentada pelo antagonismo dualista entre
Supremos Conselhos teístas personalistas e deístas não personalistas. (Desconheço autor)
Nenhum comentário:
Postar um comentário