ENSAIO SOBRE AS ORIGENS DOS RITUAIS E GRAUS SIMBÓLICOS
Tradução – S.K.Jerez
por André DORE 33° – setembro 1979
As ignorâncias e as incertezas são os principais obstáculos enfrentados pelos pesquisadores que analisam a história da Maçonaria. Daí a singular complacência a que se permitem os assim chamados historiadores, para com uma verdade obstinada que se esconde atrás de uma sucessão de lendas operativas, templárias, salomônicas, rosacruzes, herméticas, etc., religiosamente repetidas por dois séculos e meio. Pois, apesar de alguns fatos específicos, tudo permanece obscuro quanto à origem da Ordem Maçônica, o que fez com que se levassem adiante muitas colocações do tipo “Parece que…”
O que é chamado de Maçonaria especulativa se organiza em Londres, em 1717. Diz-se que é filha da Maçonaria Operativa. Na realidade, ela sucede uma Maçonaria “aceita”, criada como tal no final do século XVI para admissão, no seio das confrarias de pedreiros, de pessoas estranhas ao meio e que serão chamados, na segunda metade daquele século, de “Maçons Aceitos”. É certo que as Lojas[1] – já que havia Lojas na corporação – de bom grado adotavam um protetor, de preferência um nobre ou religioso, que se tornava responsável pelo trabalho administrativo que o canteiro de obra exigia, pois os trabalhadores eram quase todos analfabetos. Às vezes, este protetor era um capelão, e, mais tarde, fornecedores que gravitavam em torno do empreendimento. Este processo nasceu na Escócia, mas embora naquele país os pedreiros aceitos fossem apenas uma pequena minoria durante o século XVII, na Inglaterra aconteceu o contrário, criando-se Lojas estritamente “aceitas” e que, desde os primeiros anos, já não tinham mais profissionais do ofício. Parece que a mais antiga remonta a 1600, mas, a partir do segundo quarto daquele século, a sua existência é comprovada por documentos indiscutíveis. Elas coexistiram com as semi-operativas, “semi-aceitas” e viram, pouco a pouco, desaparecerem os profissionais da força de trabalho destas, devido à diminuição dos grandes canteiros de construções religiosas e feudais, que foram se transformando, com algumas exceções, em lojas especulativas entre 1700 e 1730. Então, surge a pergunta: que justificativa dar ao fato de ter estranhos ao ofício integrados aos agrupamentos profissionais, se não existiam lojas, ou se não houvesse ofício a apoiar?
Os documentos não respondem, mas seu conteúdo, confrontado com o clima intelectual da época em que estão inseridos, provavelmente sugere as explicações exatas. Sobre isso há quatro tipos de documentos, rigorosamente autenticados:
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Fonte: https://bibliot3ca.com
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