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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

SÍMBOLOS MAÇÔNICOS - O RITUAL E O SAGRADO

SÍMBOLOS MAÇÔNICOS – O RITUAL E O SAGRADO

Este trabalho compõe-se de duas partes: a primeira é uma coletânea de significados de Símbolos Maçônicos mais próximos da compreensão de um Aprendiz Maçom; a segunda parte arrisca uma reflexão filosófica sobre símbolos. Não será feita a listagem de muitos símbolos, por dois motivos: há mais de uma explicação sobre o significado dos Símbolos Maçônicos, encontrados nas pesquisas efetuadas, o que não cria antagonismos (mas complementação), mas tornaria mais extensos os textos seguintes a cada símbolo, se citados todos os detalhes; são muitos os símbolos, o que tornaria sua leitura completa inadequada para o tempo disponível para apresentação de trabalhos durante as Oficinas.

Começaremos lendo o significado dos seguintes símbolos: Compasso, Esquadro, Livro da Lei, Pavimento Mosaico, Colunas Zodiacais e Painel Simbólico da Loja de Aprendizes. Em seguida, leremos um comentário sobre os símbolos, o ritual e o sagrado. Vamos a eles!
SIMBOLOS MAÇÔNICOS

Entre os principais Símbolos Maçônicos, que devem ser conhecidos no Grau de Aprendiz, estão os seguintes:

COMPASSO – representa a Justiça, pela qual devem ser medidos os atos do homem. Simboliza, também, o comedimento na busca, já que, traçando círculos, delimita um espaço bem definido, símbolo do todo, do Universo. No plano esotérico, o Compasso é a representação das qualidades espirituais e do conhecimento humano. No Grau de Aprendiz, os ramos do Esquadro cobrem as hastes do Compasso, mostrando que a materialidade suplanta a espiritualidade, ou que a mente ainda está subjugada pelos preconceitos e pelas convenções sociais, sem a necessária liberdade para pesquisar e procurar a Verdade.

ESQUADRO – simboliza a Equidade, a Justiça, a Retidão de Caráter. Esotericamente representa a matéria ou o corpo físico. Retidão é a qualidade do que é reto, tanto no sentido físico quanto no moral e ético. Assim, à retidão física, emanada do Esquadro, corresponde a retidão moral, caracterizada pelas ações de acordo com a Lei, com o direito e com o dever e a virtude de seguir retamente, sem se desviar, a direção indicada pela equidade. É a Jóia-Símbolo do Venerável Mestre.

LIVRO DA LEI – simboliza a Lei Divina. Quando da cerimônia de abertura do Livro e leitura e um trecho, espiritualiza-se a Loja e os presentes.

PAVIMENTO MOSAICO – de origem sumeriana simboliza, com seus quadrados branco e negros, os opostos da vida do homem: a boa e a má sorte, a virtude e o vício, a riqueza e a miséria, a alegria e a tristeza etc. Representa mistura de raças, das condições sociais e do dualismo.

COLUNAS ZODIACAIS – os signos zodiacais, assim como todos os mitos solares e agrários da antiguidade, representam a morte e a ressurreição anual da natureza. Por isso, eles simbolizam o Iniciado, desde que, como Candidato, ele é encerrado na Câmara de Reflexão, representado por Áries, passo inicial da renovação da natureza pelo Fogo, simbolizando o fogo interno, o ardor do Candidato à procura da Luz, até o cume da sua caminhada maçônica, quando recebe o Grau de Mestre, representado por Peixes, a total renovação da natureza, a volta do Sol e da Vida, pronto para mais um ciclo. Os signos relacionados com o Grau de Aprendiz são: Áries, Touro, Gêmeos, Câncer, Leão e Virgem.

PAINEL – o Painel Simbólico da Loja de Aprendizes mostra o Pórtico e as Colunas Vestibulares, simbolizando a entrada no Templo; a Pedra Bruta, a Pedra Cúbica e a Prancha de Traçar, símbolos dos três Graus Simbólicos: Aprendiz, Companheiro e Mestre, respectivamente; o Compasso e o Esquadro entrecruzados, o Nível e o Prumo, simbolizando as três Luzes da Oficina: o Venerável Mestre e os 1º e 2º Vigilantes, respectivamente; o Maço e o Cinzel, instrumentos de trabalho do Aprendiz no desbastamento da Pedra Bruta; três janelas simbolizando a marcha do Sol; a Corda de Nós, e uma Orla Dentada, enquadrando todo o conjunto, simbolizando os opostos.

O Ritual e o Sagrado

“Se você elevar o seu pensamento a Deus e vier à sua mente qualquer idéia de forma, afasta imediatamente esta idéia.” Estas são palavras atribuídas a Santo Agostinho. Pensemos nelas. O que podemos elaborar a partir destas palavras? Vamos refletir no âmbito do Sagrado. 

O que é Sagrado? O que é “O SAGRADO”?

É Sagrado aquele objeto, aquele lugar, aquela palavra, aquela atitude, qualquer coisa que, por alguma forma de relação, pela sua forma, pela sua cor, pela sua sonoridade, pela sua história ou por outros detalhes, adquire um significado e provoca uma emoção, suscitando um estado de consciência ligado a algo que está além. É um símbolo, pois reúne um aspecto material, aliado a um significado, a algo mais que o transcende. Neste caso o objeto é sagrado porque foi CONSAGRADO, relacionado a algo maior. 

“O SAGRADO” é esse algo maior, que está muito além do objeto consagrado, do símbolo, mas que é por ele suscitado. “O SAGRADO” é sagrado por si mesmo, não por ter sido CONSAGRADO.

O homem, porém, tem necessidade de materializar , de representar “O SAGRADO” por meio de objetos CONSAGRADOS, de símbolos, por associação, por sugestão ou por alguma outra forma de correspondência, que podem ser atributos ou funções ou a própria história do que foi CONSAGRADO. Lembremos o exemplo do Santo Graal.

O que Santo Agostinho nos lembra é que não podemos confundir “O SAGRADO” com o CONSAGRADO, sob pena de subverter o verdadeiro valor de um e a finalidade do outro.

O Ritual pode, então, ser definido com o uma busca de comunhão com “O SAGRADO”, por meio do CONSAGRADO. Ritual: uma ocasião especial e um lugar especial. Vestes, falas, invocações, músicas e sons especiais. Acima de tudo, um querer especial, a consciência daquilo que se busca. Mais ainda: consciência daquele “SAGRADO” com que se quer harmonizar. Consciência daquilo que se quer suscitar.

Objetos, deslocamentos, atitudes, tudo sempre da mesma forma e no mesmo ambiente, quase sempre .Repetição. Esta repetição de tudo o que foi descrito tem que ter, também, uma outra componente, ainda mais especial porque, assim como não devemos confundir o CONSAGRADO com o “SAGRADO”, a repetição que caracteriza o Ritual tem que ser “nova” a cada vez que é repetida. 

Isto sim é o Ritual: repetir para evoluir. A finalidade precípua de um ritual como os de natureza mística, ligados objetivamente à busca mística, é REPETIR para MUDAR. Na harmonização com o “SAGRADO”, pelo contato com o CONSAGRADO, o buscador procura tornar-se, cada vez mais, semelhante ou, pelo menos, cada vez mais próximo do “SAGRADO”.

Uma idéia que, cremos, tem que estar presente neste processo é que quem participa de um Ritual (repetição) precisa de um querer bem definido. Este querer é sua própria atitude de participar. Precisa, também de um saber. Este saber é ter uma noção daquilo que busca. Cada um precisa desenvolver este saber. Ele é indispensável para a mudança, para não cair na monotonia de uma repetição sem objetivo.

Ritual é uma repetição em busca de evolução!

Irmão Sergio Elifas A∴M∴
Oriente de Araguari MG
União Araguarina 0924 GOB

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