Em 15/10/2018 o Respeitável Irmão Marcelo Guazzelli, Loja Fraternidade VII, REAA, GORGS (COMAB), Oriente de Caxias do Sul, Estado do Rio Grande do Sul, solicita esclarecimento para o seguinte:
INCENSO NO REAA
Qual sua opinião sobre o uso de incensos em lojas do REAA? Creio que já li alguma prancha do Irmão dizendo que essa prática não faz parte desse rito, nem mesmo o uso deles no átrio.
Entretanto, recebi por esses dias uma prancha mencionando inclusive os perfumes a serem utilizados e até mesmo uma pequena cerimônia de descarte das cinzas.
É mesmo lamentável o que alguns “entendidos” tentam impor à ritualística maçônica.
Ora, ora, ora, não existe cerimônia de incensação nem no Átrio nem dentro do Templo em se tratando do verdadeiro REAA. Mas pior ainda é a existência dessa esdrúxula cerimônia de descarte das cinzas! Sinceramente, essa como dizia Eça de Queirós, é mesmo d’escrachar!
Vivemos de há muito numa luta hercúlea para trazer a tona os verdadeiros propósitos da ordem, todavia consumir carcaças de dinossauro realmente não é fácil, principalmente quando essas carcaças tratam até de “cerimônia de descarte das cinzas” na ritualística maçônica.
O que eu posso afirmar é que originalmente, no REAA, não existe cerimônia de incensação, por conseguinte, muito menos alguma coisa ligada ao descarte das suas cinzas. Descartar cinzas me parece mais apropriado aos crematórios e não ao REAA.
Penso que isso é resultado de inclusões e enxertos. No caso do simbolismo do REAA existe em muitos rituais um indevido Altar dos Perfumes, altar esse que não serve para nada, pois no escocesismo puro não existe cerimonial de incensação de Templo. Então se pergunta, para que esse altar? Na verdade ele acaba servindo mesmo é de vetor para essas invenções. De fato, Obediências criam rituais especiais e incluem indiscriminadamente na Sagração de Templo, independente do rito, essas cerimônias que utilizam incensação, o resultado acaba dando nisso – incensação indevida e um altar inapropriado.
A despeito desses comentários, é preciso que se diga que a Maçonaria não deve servir de palco para credos contemplativos, não pelos credos em si, mas principalmente pelo respeito à liberdade de crença dos outros. A grande Arte está em convivermos fraternalmente, todavia sem imposições desse gênero. A Maçonaria não proíbe, assim como também nos ensina que cada um deve procurar conforto das suas próprias crenças, porém igualmente nos ensina a não fazer da Maçonaria um palco para sectarismo religioso.
Concluindo, ratifico que originalmente no REAA não existe nenhum cerimonial de incensação de Templo, por conseguinte muito menos essa tal “cerimônia de descarte das suas cinzas”.
E.T. – Meus comentários se prendem à originalidade do Rito em questão e não na existência, por ventura, de rituais em vigor que mencionem o contrário (eu não creio nas bruxas, mas que elas existem; ah! Elas existem!).
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: pedro-juk.blogspot.com.br
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