IDENTIFICAÇÃO DOS PONTOS CARDEAIS
(republicação)
Em 13/03/2014 o Irmão Amauri Motta Rocha, Loja Mahatma Shimoya, 69, REAA, GLMMG, Oriente de Viçosa, Estado de Minas Gerais formulou a seguinte questão:
amrochai@gmail.com
Estou preparando um trabalho sobre os pontos cardeais e a minha pergunta é: Os pontos cardeais são um símbolo, ou cada ponto é um símbolo? Uma alegoria? Onde e como identificamos estes pontos em Loja, além de sabermos que o Altar está no Oriente e através dele identificamos os outros pontos da Loja? Caso a resposta saia no JB News, e não puder replicá-la neste mail, peço a gentileza de me avisar em qual deles sairá à resposta. Agradeço e prometo citá-lo como mais uma fonte em meu trabalho.
Em linhas gerais os pontos cardeais como um todo constituem uma alegoria de orientação oriunda dos canteiros medievais desde a Maçonaria Operativa e que se reporta à marcha da Luz. Na Maçonaria Especulativa essa orientação se apresenta em maior ou menor grau de acordo com a proposta doutrinária do Rito. Assim cada ponto cardeal constitui um sentido orientativo dentro do canteiro especulativo (Loja).
À bem da verdade os cultos solares da antiguidade sempre amparam as relações entre o homem e o divino o que lhes deu a base de todas as religiões terrenas e, a Maçonaria, pelo seu ecletismo adota essas manifestações, não como religião, entretanto como base moral, ética e até política social – a Maçonaria não é religião, senão os seus integrantes religiosos. Embora existam as questões doutrinárias e culturais nos ritos maçônicos a orientação dos seus Templos (Canteiros, ou Lojas) haurida dos costumes da Igreja Católica consiste em Oriente e Ocidente, assim como o Norte e o Sul, ou para alguns sistemas, Colunas do Norte e do Sul.
Devido à amplitude do tema, seguem algumas particularidades do assunto no REAA, rito de vertente francesa que, por extensão, adota na sua doutrina a relação Homem – Natureza, comparando-o no seu aperfeiçoamento às Leis Naturais, ou os ciclos da Natureza. Nesse sentido os pontos cardeais se coadunam com esses Ciclos relativos ao hemisfério norte da Terra – Primavera e o Verão a partir de 21 de março indicadas pelas Colunas Zodiacais no topo do Norte e o Outono e o Inverno a partir de 21 de setembro pelas Colunas Zodiacais no topo do Sul.
Essa alegoria indica à morte a ressurreição da Natureza e o Homem como matéria prima especulativa do Canteiro, passível do aprimoramento como sua parte integrante – morrer para renascer. Assim todo esse teatro iniciático está simbolizado na disposição topográfica da Loja, com seus quadrantes, topo das Colunas, circulação, marcha diária do Sol, trópicos de Câncer e Capricórnio, constelações, equador, solstícios e equinócios – em resumo o Iniciado morre e renasce na alegoria dos ciclos da infância, juventude, maturidade e morte (primavera, verão, outono e inverno).
Nas suas questões propriamente ditas em relação aos pontos cardeais, estes individualmente podem possuir o seu próprio simbolismo de acordo com o rito maçônico, todavia independente dos ritos eles sempre se apresentação na marcha do Ocidente para o Oriente (o lugar do Venerável).
Quanto ao Altar dos Juramentos ele pode se apresentar de acordo com o Rito no Oriente, ou mesmo no centro do Ocidente. Via de regra, o Aprendiz sempre parte do Oriente para a plenitude total da Luz (o Mestre no Oriente). O Obreiro no extremo do Ocidente olhando para o Oriente terá à sua direita o Sul, ou Meio-Dia e a sua esquerda o Norte. Ainda para a sua orientação a Loja do simbolismo escocês representa um segmento da superfície terrena sobre o equador tendo à frente o Leste (Oriente), às costas o Oeste (Ocidente), à direita o Sul (Meio Dia) e o trópico de Capricórnio indicado pela Coluna Solsticial J e à esquerda o Norte e o trópico de Câncer apontado pela Coluna Solsticial B. O piso é o solo terrestre e a abóbada o firmamento.
T.F.A.
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.387 Florianópolis (SC) – quarta-feira, 25 de junho de 2014
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