ESTUDOS SOBRE OS TRÊS PONTOS MAÇÔNICOS, ORIGEM DO SINAL
As abreviaturas eram tão comuns na Idade Antiga e Média, apareciam em todos os manuscritos e se multiplicavam de maneira extraordinária.
Os três pontos usados pelos Maçons em seus documentos e impressos têm, portanto, a sua origem nas abreviaturas, tradição antiguíssima que a Maçonaria trouxe até nós.
Entretanto, posteriormente os três pontos foram relacionados com outros símbolos Maçônicos, recebendo interpretações simbólicas e esotéricas e foram usadas na assinatura dos Maçons. Mas esta é uma prática que não foi adotada pela Maçonaria Inglesa.
O uso dos três pontos teve início na França, onde foram utilizados como abreviaturas em documentos Maçônicos, e o costume foi geralmente adotado, espalhando-se gradativamente em muitos países, inclusive nos Estados Unidos.
Os três pontos foram utilizados pela primeira vez na Circular de 12 de agosto de 1772, onde se lia “G∴O∴ de France”, o Grande Oriente informava às Lojas de sua jurisdição que transferira sua sede (Ragon).
Todavia, uma corrente defendida por Chapuis contesta Ragon, afirmando que dez anos antes ao serem mencionadas eleições de 03 de dezembro de 1764, já estavam dispostas nos documentos de quatro maneiras diferentes:
1º - Triângulo repousando sobre a base (∴)
2º - Em ângulo reto: dois pontos sobre outro (:.)
3º - Em triângulo cujo vértice ficava à direita (:.)
4º - Em forma de reticências (...)
Há quem supõe que os três pontos também tenham sido uma herança deixada à Maçonaria pelos Rosa-Cruzes do século XVII. Nada porém apóia esta suposição.
A transformação da abreviatura em símbolo
Embora os três pontos fossem, no início, uma simples forma de abreviatura, não tardaram os simbolistas a se apoderarem deles, transformando-os em símbolo, ao qual foi dado as mais variadas interpretações.
Inicialmente, o emprego da abreviatura dos documentos Maçônicos deve ter sido sugerido pela preocupação do segredo.
Os três pontos tornaram-se pois um símbolo, o símbolo da discrição, o que constantemente é trazido à lembrança dos Maçons no momento em que o integram às suas assinaturas. Acredita-se, entretanto, que a idéia de transformar os três pontos em símbolo foi provavelmente sugerido pelo caráter sagrado com o número três, e foi revestido em todos os tempos.
Mas os três pontos, na forma do triângulo eqüilátero geralmente usado pelos Maçons nas abreviaturas, unido às linhas produzem o triângulo, a primeira figura das superfícies geométricas e origem da trigonometria, base de todas as medidas.
O triângulo
Daniel Ramée, antes da obra “História Geral da Maçonaria”, refere:
O triângulo composto de três linhas e três ângulos, forma um todo completo e indivisível.
Todos os outros polígonos se subdividem em triângulos e estes por sua vez são compostos de triângulos. Este é, pois, o tipo primitivo que serve de base à construção de todas as superfícies, é por esta razão ainda que a figura do triângulo é o símbolo da existência da divindade, bem como da sua potência produtiva e da evolução.
Por isto o triângulo, um dos mais antigos símbolos da humanidade, figurava pra os antigos a idéia de geração, de criação.
Os símbolos davam ao triângulo a idéia de eternidade ou Deus eterno. Os três ângulos significam pra eles Sabedoria, Força e Beleza, tributos de Deus e representam também, o Sol, o Enxofre e o Mercúrio, segundo os hermenistas os princípios da obra de Deus. Os três ângulos representam ainda os reinos da Natureza (animal, vegetal e mineral) e as três fases da revolução perpétua (nascimento, vida e morte).
Interpretação simbólica dos três pontos
Sendo o triângulo a mais simples das figuras geométricas, tornou-se a representação gráfica da idéia ternária à qual foi ligado como também os três pontos: Pai, mãe e filho; dia, noite e aurora; doce, amargo e neutro; quente, frio e morno; sentir, pensar e agir; vontade, sabedoria e inteligência.
Para muitos, os três pontos representam a divisão Maçônica: Liberdade, Igualdade, Fraternidade. Para Ragon, um dos grandes mestres do simbolismo, os três pontos representam e significam: Passado, Presente e Porvir.
Os três pontos são uma imagem que evoca a idéia de ponderação e conseqüentemente de tolerância; representa de fato os dois extremos e o justo meio. E este é o símbolo correspondente realmente às idéias Maçônicas.
Alguns comentários sobre os três pontos
A obra de Octaviano de Menezes Bastos tece o seguinte comentário:
“Estes três pontos, como o Delta Luminoso e Sagrado, são um dos nossos emblemas mais respeitáveis. Eles representam os ternários conhecidos e especialmente as três qualidades indispensáveis do Maçom: Vontade, Amor e Sabedoria, Inteligência”.
Vê-se, pois, que todo o Maçom que quiser ser digno desse nome deve cultivar essas três qualidades, representadas pelos pontos que apõe ao seu nome, quais as três estrelas que brilham no OR∴ da Loja.
Conclusão aos aprendizes
O número três acha-se intimamente ligado ao Aprendiz, através do simbolismo das viagens, da marcha, da idade, etc. Ao induzir a colocar os três pontos após o nome, a Maçonaria pretende relembrar-lhes os compromissos assumidos no dia da iniciação e particularmente o guardar segredo sobre tudo que visse ou ouvisse.
Aos Mestres
A função dos símbolos Maçônicos é adestrar e disciplinar. O Maçom deve estudar com interesse a aplicação, pois nele encontrará inesgotável fonte de ensinamentos que servirão no constante aperfeiçoamento moral, e ao mesmo tempo exercerão influência genética na vida social e sobretudo na vida espiritual. É um constante aprendizado.
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