GIRO E INGRESSO NO ORIENTE
(republicação)
Em 20.04.2014 o Respeitável Irmão Rogério Coelho da Costa, Secretário da Loja Vale do Tietê, REAA, sem declinar o nome da Obediência, Oriente de Mogi das Cruzes, Estado de São Paulo, solicita orientações no que segue:
rogeriocoelhodacosta@gmail.com
Uma dúvida que muito ocorre com os Irmãos de minha Loja é que:
1) Sobre o giro ritualístico, alguns dizem que primeiro passa o saco pelo Cobridor Externo para depois pegar do Interno, passando em volta do painel, mas na maioria das Lojas de REAA passa-se pelo Cobridor Interno e em seguida Externo. Qual a forma correta?
2) Também muitos antes de entrar no Oriente fazem a saudação um degrau antes da balaustrada, o certo não seria na balaustrada a saudação, uma argumentação é de que se deve pedir permissão para entrar no Oriente, acredito que não se pede permissão para entrar no Oriente, esta permissão já foi dada pelo Ritual ou por ordem do Venerável Mestre. O correto não seria fazer a saudação na balaustrada?
Sou obrigado primeiramente a me manifestar pelo que exara um ritual em vigência legalmente aprovado. Assim quaisquer misteres por ele indicado devem ser cumpridos rigorosamente, mesmo havendo algum equívoco em relação à verdadeira tradição do ato.
Nesse sentido cabe a quem inseriu e aprovou a prática dar sobre ela as explicações e as justificativas convincentes.
No tocante ao item 01 da sua questão segue a seguinte consideração embasada no que é tradição, ou que pelo menos deveria ser seguido por rituais inerentes ao REAA.
No que concerne à Bolsa, seja ela das Propostas e Informações, ou da Solidariedade (beneficência), ou ainda das urnas para o Escrutínio Secreto, enfim, de qualquer giro que envolva abordagem pelos respectivos Oficiais da Loja, prescreve-se a seguinte forma e justificativa:
No Rito Escocês Antigo e Aceito a circulação da bolsa (que não tem nada a ver com uma esdrúxula e pretensa estrela) por primeiro segue os detentores dos malhetes por ordem hierárquica – Venerável Mestre, Primeiro e Segundo Vigilantes.
Ato seguido as Dignidades do Orador e Secretário e por fim o Cobridor, ou Cobridores se ambos estiverem presentes (primeiro abordado é sempre o Interno e imediatamente após o Externo). O cargo de Cobridor assume uma importância ímpar na constituição de uma Loja na sua tradição, uso e costume.
Posterior a esse circuito colhe-se dos que estiverem no Oriente começando pelos que porventura ocupem lugar ao lado esquerdo e direito do Venerável, Mestres do Sul, do Norte, Companheiros e Aprendizes.
Por fim o próprio oficial circulante ajudado pelo Cobridor deposita a proposta ou o óbolo se for o caso (geralmente auxiliado pelo Cobridor Interno).
Ainda no tocante aos Cobridores, existem rituais que preveem assim a circulação – Luzes, Orador, Secretário e Cobridor Interno, em seguida os do Oriente, Mestres do Sul, do Norte e aqui se inclui o Cobridor Externo, Companheiros e Aprendizes.
Com apenas essa variação do Cobridor Externo junto com os Mestres do Norte, ambas são as tradicionalmente mais praticadas.
A título de esclarecimento a minha referência à “esdrúxula estrela” se prende ao fato de que existem algumas justificativas capengas de que é necessário primeiro se completar uma estrela de seis pontas.
Ora, esse símbolo (estrela hexagonal) nem mesmo está previsto no Rito Escocês, já que o símbolo previsto mesmo é aquele que se refere à estrela hominal, ou pitagórica (Estrela Flamejante) que possui cinco pontas e é objeto de estudo do Companheiro, portanto nada tem a ver com circulação em Loja e mesmo com muito esforço de imaginação ficaria difícil projetá-la, alegando-se uma ligação entre os seis primeiros cargos topograficamente situados no espaço do Templo. Agora se imagine então uma estrela de cinco pontas.
Ratifico: as seis primeiras abordagens se relacionam apenas e tão somente aos cargos mais importantes para a Loja nessa situação e Rito, nunca a nenhum evento relacionado a qualquer estrela.
Ainda para reforçar, a Estrela de Seis Pontas é símbolo inerente ao Craft, ou ao sistema inglês de Maçonaria. Neste a estrela é conhecida como “Magsen David” ou “Blazing Star”.
Acrescente-se ainda à justificativa que nesse sistema (o do Craft) não existe nenhuma circulação para essa finalidade, além do que o Rito Escocês, que possui a prática dessa circulação, é filho espiritual da França, portando da vertente francesa (latina) da Sublime Instituição.
Quanto ao item nº 2. Em Loja aberta o Obreiro circulante ao ingressar no Oriente, que sempre é feito pelo lado nordeste deste, assim que nele ingressar, tomando como referência a linha da balaustrada, estando com as mãos desocupadas, este para e saúda o Venerável pelo Sinal Penal. Ato seguido prossegue no seu destino.
Empunhando algum objeto de trabalho, o circulante fará apenas uma parada rápida e formal, sem maneios com a cabeça e nem inclinação com o corpo.
Em Loja aberta quando da retirada do Oriente que será feita sempre pelo lado sudeste deste, o Obreiro para antes de descer (no limite da balaustrada), vira-se de frente para o Venerável e, estando com as mãos livres, saúda-o pelo Sinal Penal. Ato seguido volta-se novamente para o Ocidente e prossegue em retirada do Oriente.
Empunhando um objeto de trabalho, com a mesma postura, o Obreiro fará também apenas uma parada rápida e formal, sem maneios e inclinação.
Quanto à questão de permissão para entrar no Oriente o Mano está coberto de razão, já que no procedimento já está implícito o ato quando executado pelo protagonista.
Confesso que eu mesmo já me atrapalhei em tempos dantes com essa qualificação, todavia eu já revi os meus conceitos e deles me asseguro com o que descrevi no parágrafo anterior.
Finalizando e ratificando. A saudação é feita sempre ao lado da balaustrada.
T.F.A.
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.431 Florianópolis(SC) sexta-feira, 15 de agosto de 2014.
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