PRÁTICA ALIENÍGENA
(republicação)
Em 01.05.2014 o Respeitável Irmão Aécio Speck Neves, Orador da Loja Nereu de Oliveira Ramos, nº 2744, REAA, GOB-SC, oriente de Florianópolis, Estado de Santa Catarina, formula a questão seguinte: aeciospeckneves@hotmail.com
Primeiramente espero que o caro Irmão esteja muito bem de saúde! Agora, consulto o Irmão quanto a uma inovação feita pelo Venerável Mestre da minha Loja, que instituiu um tempo de 10 minutos, logo após a Ordem do Dia, para qualquer Irmão fazer as perguntas que achar necessário. Isto sem ritualística, cada um falando do seu lugar e sentado, sem observar-se qualquer precedência, por coluna ou grau. Pergunto: É possível isso?
O Ritual não prevê. Aguardo resposta para me posicionar em Loja, visto ser o atual Orador. Diga-se, a bem da verdade, que alguns Irmãos elogiaram a medida, mas a maioria permaneceu calada (eu inclusive).
Aproveitando o ensejo: É necessário acender-se uma vela, antes da entrada dos Irmãos para a sessão ritualística?
Para ser a mesma utilizada pelo Mestre de Cerimônias, no devido momento, para acender as velas do altar do Venerável e mesas dos Vigilantes? Um M∴I∴ diz que aprendeu assim. Normalmente ela é acesa quando vão ser acessas as outras, na abertura ritualística.
Antecipo agradecimentos pelas respostas porventura enviadas, como, aliás, o Irmão sempre fez! Muitíssimo obrigado!
01 – Tempo instituído. Na forma como o Irmão relata o acontecimento é completamente ilegal, pois não está prevista essa prática que agride a ritualística e, por conseguinte o Ritual. O uso da Palavra deve em qualquer situação obedecer ao respectivo giro da mesma, nunca à vontade com cada qual falando aleatoriamente, e muito menos sentados os que por dever devem sempre falar em pé, mesmo com o pretexto de instituir um tempo para esse absurdo.
Como dito, em qualquer situação o uso da palavra, seja para perguntar, responder, argumenta, informar, etc., deve seguir a praxe ritualística inerente ao Rito. Salvo se o ritual determine o contrário, no Ocidente, exceto os Vigilantes, todos falam em pé, portanto à Ordem.
Ainda no Ocidente, por conseguinte nas Colunas, o uso da palavra é condicionado à solicitação e autorização pelo respectivo Vigilante. No Oriente geralmente falam sentados o Orador e o Secretário, além do próprio Venerável. Obreiros ali posicionados pedem a palavra ao Venerável e também não podem falar aleatoriamente.
Nenhum Venerável tem o poder de passar por cima do que exara um ritual em vigência. Assim é ilegal essa “estória” de instituir tempo para se falar à vontade, mesmo sendo aplaudida por alguns.
02 – Chama auxiliar - Essa chama (labareda) se existir não é luz litúrgica. Em algumas Lojas o Arquiteto, antes do início da Sessão acende uma pequena vela para servir posteriormente ao Mestre de Cerimônias no ofício de acender as Luzes litúrgicas (do Venerável, e dos Vigilantes).
Esse artifício é apenas para facilitar o procedimento facilitando o Oficial que dela se serve para conduzir a chama sem a necessidade de procurar na oportunidade fósforos, ou isqueiro.
Cumprida a missão, o Mestre de Cerimônias deve apaga-la imediatamente, já que ela é apenas “auxiliar” e não faz parte de nenhum cerimonial no Rito, portanto não é uma “Luz”.
Graças ao bom senso já vai longe aquela “invenção” de manter uma chama acesa sobre o ara, justificando sua presença como a Luz Divina! Assim essa chama auxiliar não é uma regra e nem fere a ritualística, daí nem todas as Lojas usam esse artifício, porém as que desse costume se servem não devem confundi-la como uma passagem ritualística ou qualquer cerimônia identificada como “acendimento das Luzes”, prática inexistente no Rito Escocês Antigo e Aceito.
Ainda sobre a “luz auxiliar”, ou a “chama auxiliar” - também é inexistente a prática de a vela com a labareda auxiliar ter que ser acesa junto com as demais (litúrgicas) na abertura ritualística como argumenta o Mestre Instalado por vós citado.
Atitudes desse naipe tendem à condução de falsas interpretações e dão margem para uma pretensa cerimônia. Se essa chama auxiliar fosse litúrgica ela estaria mencionada no Ritual, o que não acontece, fato que reforça a inexistência de qualquer cerimônia de acendimento de luzes no Rito em questão.
Ademais, as luzes litúrgicas no simbolismo do Rito em questão – três, cinco e nove – obedecem a sequencia que sugere a doutrina de aperfeiçoamento (mais luz, mais esclarecimento).
Assim, outras luzes que porventura venham aparecer, se for o caso, são exclusivamente auxiliares e nunca ritualísticas. Luzes auxiliares estão inclusive previstas no próprio ritual (página 16, segundo parágrafo) como é o caso das que auxiliam a leitura para o Orador e o Secretário, todavia essas não merecem nenhum procedimento especial para o seu acendimento.
Finalizando. O que aconteceria nas Lojas que preferem usar energia elétrica para alimentar as luzes (isso está previsto)? Haveria porventura alguma cerimônia nessa situação?
T.F.A.
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
JB News – Informativo nr. 1.441 Gibraltar, segunda-feira, 25 de agosto de 2014.
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