SINDICÂNCIA NÃO É ENTREVISTA
De um modo geral, há entre nós uma incompreensão da responsabilidade em se trazer ao ambiente da Maçonaria informações sobre um candidato. O Irmão já se deu conta do que realmente significa SINDICAR? A semântica da palavra SINDICAR é a síntese da instrução maçônica para este ato: SINDICAR: tomar informações por ordem superior, inquirir, INVESTIGAR. O sindicante, ou seja, o investigador tem a obrigação de ir atrás da informação ou da sua confirmação. A palavra investigação provém do latim (in + vestigium) que significa “ir atrás de pegadas”, ”seguir o rastro de alguém”. Um exemplo claro é se perguntado ao candidato se faz uso de bebida alcoólica, alguém em sã consciência acreditaria que ele responderia que seu apelido é “Paud’agua”, que bebe todas e que chegar bêbado em casa é uma tradição de anos? O que todos nós sabemos, segundo as ENTREVISTAS feitas, é que 99,99% dos candidatos bebem socialmente. Há também o grande equívoco cometido por muitos: O Venerável Mestre convoca um MM para fazer uma sindicância e lhe entrega um questionário. O Mestre Maçom pensa que as perguntas constantes no formulário são para o candidato responder.
ENGANO! As respostas são orientações para o sindicante responder com base nas investigações feitas sobre a pessoa do candidato. Há sindicantes, que, por desconhecimento, cometem a irresponsabilidade de mostrar ou até mesmo entregar o formulário para o candidato preencher. Uma informação de sindicância fica incompleta quando o sindicante descobre o clube que o candidato frequenta e registra apenas o nome do clube na ficha e ponto final. Qual a importância para a Maçonaria saber o clube que o candidato freqüenta? Nenhuma. Essas informações sevem para avaliarmos o entorno de conivência social do candidato. O sindicante procura saber do candidato se ele freqüenta algum clube para ir lá investigar sua conduta naquele ambiente e para com os demais sócios. Os formulários de sindicâncias que as Potências/Obediências prepararam são apenas um script básico para orientar o MM. É indispensável que cada sindicante acrescente algo e confirme a veracidade das respostas. QUE OS OBREIROS TENHAM A CONSCIÊNCIA: TODOS NÓS SOMOS SINDICANTES. AO SER LIDO O NOME DO CANDIDATO, FIQUEMOS ATENTOS À SUA PROFISSÃO, ENDEREÇO, CLUBE E QUE CADA UM, DENTRO DE SEUS RECURSOS, INVESTIGUE A VIDA DAQUELE QUE ASPIRA SER TRATADO COMO IRMÃO E SER RECEBIDO COMO TAL NO SEIO DE NOSSA FAMÍLIA. Sindicar é investigar; e não entrevistar. Este artigo foi inspirado no livro “ENCONTROS" da Loja “Fraternidade Brazileira” de Estudos e Pesquisas. 2010, onde na página 136, o Irmão Geraldo Ribeiro da Fonseca apresenta um ponto de vista muito interessante para o debate em Loja. “Condenável sob todos os aspectos é, no entanto, o contato direto do sindicante com o Candidato em verdadeiras entrevistas. Qualquer contato com o candidato implica que o Maçom se faça dele conhecido, tornando-se, em caso de recusa, alvo direto de questionamentos.”
Neste nono ano de compartilhamento de instruções maçônicas, mantemos a intenção primaz de fomentar os Irmãos a desenvolverem o tema tratado e apresentarem Prancha de Arquitetura, enriquecendo o Quarto-de-Hora-de-Estudo das Lojas. Precisamos incentivar os Obreiros da Arte Real ao salutar hábito da leitura como ferramenta de enlevo cultural, moral, ético e de formação maçônica.
Fraternalmente
Quirino Sérgio Quirino - ARLS Presidente Roosevelt 025
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