Um cognome do próprio Hiram, mas nem a Bíblia, nem os Rituais admitem a confusão, embora ela exista, pois Cassard, grande estudioso maçônico distingue na maioria de seus escritos o seguinte:
“A verdadeira palavra é HIRAM ou ADONHIRAM, composta do pronome ADON (Dominus) que os Hebreus usam freqüentemente quando falam de Deus. Este pronome agregado à palavra HIRAM, faz-se ADON/HIRAM, que significa: HIRAM o consagrado ao Senhor, o bom Senhor ou o Divino Hiram, donde veio o título de “MAÇONARIA ADONHIRAMITA””.
Relativo à controvérsia existente entre vários autores, ficamos com a versão do Amado Irmão DEMOSTENES relativo à figura central da Lenda: “A explicação que hoje se dá sobre ADONHIRAM, como sendo a fusão de ADON (que significa Senhor) e HIRAM, o arquiteto, parece-nos apenas uma fórmula de conciliação com os demais Ritos, onde este personagem é a figura central da Lenda do Terceiro Grau, tal explicação foi à fórmula encontrada para que o Rito não fosse tido como irregular e, por isso, viesse a ser banido da prática nas diversas Obediências”. Ao longo dos anos essa interpretação acabou sendo aceita, e nem sequer é contestada.
A verdade, porém, é que ADONHIRAM não é HIRAM e o Rito jamais abriu mão dessa verdade, inclusive porque nunca a renegou.
“É importante lembrar que HIRAM, o filho da viúva, era o arquiteto, o homem que cuidava dos projetos, dos cálculos e a quem cabia apenas a orientação e fiscalização da obra. Já ADONHIRAM era a pessoa que recrutava os operários, selecionava-os, dividia-os, segundo suas capacidades ou necessidades da obra e, por certo, também lhes pagava o salário, até porque era o Tesoureiro de Salomão. Diante disso, é mais provável que eventuais divergências com os operários tivessem lugar com ADONHIRAM e não com HIRAM, coisa que os Mestres Maçons podem entender facilmente, em função de seu conhecimento da Lenda do Terceiro Grau”.
II - RITO ADONHIRAMITA
A Maçonaria Adonhiramita surgiu com a publicação, em 1744 da primeira edição e, logo a seguir, a segunda edição, em 1747, do trabalho de Louis Travenol, que com o nome de Leonardo Gabenon, mandou imprimir o seu “CATECHISME DE FRANC-MAÇONS ou LE SECRET DES FRANC MAÇONS” (Catecismo dos Franco-Maçons ou Segredo dos Franco-Maçons) onde imputava o nome de Adonhiram sobre o qual o grau de Mestre deveria ser fundado, trocando-o pelo de Hiram.
Em 1780 foi republicado, na França, o “Catechisme de Franco-Maçons” por outro autor que quase nada acrescentou ao já existente, sem citar o nome do autor das primeiras edições, fato que veio provocar grande irritação em um eminente historiador da época, que usando o nome histórico de Louis Guilleman de SAINT-VICTOR procurou produzir algo sério. Após exaustivos estudos e pesquisas sobre as religiões e os mistérios da antiguidade, escreveu em 1781 a “Recueil Precieux de la Maçonnerie Adonhiramite” (Compilação Preciosa da Maçonaria Adonhiramita) publicada a primeira parte em 1782 abrangendo os quatro (4) primeiros graus.
A Coletânea foi completada com a publicação, em 1785, da segunda parte, relativa ao Altos Graus do Rito, cuja hierarquia se apresenta desde então como se segue:
- Primeiro grau: APRENDIZ;
- Segundo grau: COMPANHEIRO;
- Terceiro grau: MESTRE;
- Quarto grau: MESTRE PERFEITO
- Quinto grau: PRIMEIRO ELEITO ou ELEITO DOS NOVE;
- Sexto grau: SEGUNDO ELEITO ou ELEITO DE PERIGNAM
- Sétimo grau: TERCEIRO ELEITO ou ELEITO DOS QUINZE
- Oitavo grau: APRENDIZ ESCOÇÊS ou PEQUENO ARQUITETO
- Nono Grau: COMPANHEIRO ESCOÇÊS ou GRANDE ARQUITETO
- Décimo grau: MESTRE ESCOÇÊS
- Undécimo grau: CAVALEIRO DA ESPADA ou CAVALEIRO DO OCIDENTE / DA ÁGUIA
- Duodécimo grau: CAVALEIRO ROSA CRUZ
No final da edição de 1785 Louis Guillemain de SAINT-VICTOR publicou ainda a versão do alemão para o francês de um Rito chamado de Noaquita ou Cavaleiro Prussiano de autoria de um Maçom de nome Berage. Esta publicação fez com que Tory e Ragon classificassem este Rito como o décimo terceiro grau da Maçonaria Adonhiramita. Entretanto no dizer de Mackey, esta classificação feita por ambos é totalmente errônea já que não existe qualquer ligação deste último grau com a série precedente e que o próprio SAINT-VICTOR declarou positivamente que o grau de CAVALEIRO ROSA-CRUZ é o “necplus ultra” – o ápice e o término – de seu Rito.
Em 1787, na Filadélfia (EUA) a Editora Philarethe, situada a rua I’Equere Aplomb, publicou, em francês, as duas edições do Recueil Precieux de la Maçonnerie Adonhiramite, edição esta, que tornou-se a “ BÍBLIA” dos Maçons Adonhiramita.
A partir desta edição, o Rito Adonhiramita teve ampla expansão na Europa, particularmente na França, sua terra de origem, e de onde se difundiu para Portugal, chegando a dominar o Grande Oriente Lusitano e exportando a todas suas Colônias.
Todavia sua predominância foi efêmera, passando a desvanecer-se pouco a pouco, não só em conseqüência da dispersão de seus praticantes, engalfinhados em lutas partidárias, como também devido a uma série de eventos políticos que repercutiram danosamente contra organizações maçônicas de então.
Fonte: http://conhecendomaconaria.blogspot.com
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