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PERGUNTAS & RESPOSTAS

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terça-feira, 25 de junho de 2019

À ORDEM E FALAR SENTADO

À ORDEM E FALAR SENTADO
(republicação)

Em 19.11.2014 o Respeitável Irmão Marcio Pelegrini, Loja Luz da Verdade, 2.678, REAA, GOB-PR, Oriente de Chopinzinho, Estado do Paraná, solicita os seguintes esclarecimentos: 
lv2678@gob-pr.org.br 

Consulta encaminhada através do Respeitável Irmão Alsen Bocchi, Secretário Estadual da Guarda dos Selos do GOB-PR. 
alsenbocchi@bol.com.br 

Caro Irmão, minha Loja tem duas consultas sobre Ritualística que gostaria de sanar. Se o Irmão puder ajudar ou encaminhar para quem possa no GOB-PR ou GOB, agradeceríamos. Segue abaixo as questões referentes ao REAA.

1. Ficar a Ordem somente parado, em pé e sem portar nenhum objeto.

No Manual Ritualístico do Primeiro Grau lemos que não é correto ficar a Ordem quando há algum objeto à mão. O “objeto” em questão se refere a instrumentos de trabalho da Loja. Entendo pessoalmente que objeto se refere a “qualquer tipo de objeto, incluindo um livro, como por exemplo”. Mas, há Irmãos em nosso quadro que pensam de modo diverso. Como por exemplo: quando um aprendiz está entre Colunas segurando com a mão esquerda um trabalho que vai ser lido, deve ficar à Ordem usando a mão direita em Sinal Gutural? A instrução anteriormente descrita se refere apenas a instrumentos, tais como malhete, sacola, espada etc.? Ou, como penso, qualquer objeto?

2. A outra questão é sobre a Palavra a Bem e da Ordem. 

Lendo o Manual Ritualístico do Primeiro Grau, entendo que só devem usar a palavra ficando obrigatoriamente “em pé” os Irmãos que estão no Ocidente, inclusive o Chanceler e o Tesoureiro, exceção aos Vigilantes que podem usar a palavra “sentados”, se assim desejarem (facultativo). Os Irmãos que estão no Oriente podem usar a palavra sentados, ficando “em pé e a Ordem somente se desejarem”. A controvérsia se fundamenta em dois aspectos. Primeiro a questão do Tesoureiro e Chanceler. Por terem uma “mesa”, os Irmãos entendem que podem usar a palavra estando sentados. Finalmente, com relação ao Oriente, alguns Irmãos entendem que somente o Venerável, o Secretário e o Orador podem falar sentados, de modo que o Primeiro Diácono, como por exemplo, deve ficar “em pé”. O que seria correto para os dois casos segundo o REAA?

Considerações: 

01 – Alguns equívocos ainda pairam na questão de se “estar à Ordem”. 

Existe uma regra consuetudinária no REAA∴ de que todo aquele obreiro que esteja em pé e parado em Loja aberta estará à Ordem, o que significa primeiro estar com o corpo ereto e os pés em esquadria unidos pelos calcanhares. Complementa ainda a regra que em se estando à Ordem com as mãos livres (desocupadas), compõe-se o Sinal do Grau relativo ao trabalho da Loja na oportunidade (Gutural, Cordial ou Ventral – Sinais Penais). 

Como em qualquer hipótese um Sinal somente é composto com a mão (ou mãos se for o caso), não se faz Sinal com o objeto, ou outro qualquer instrumento de trabalho. Isto é: não se faz o Sinal usando o objeto para compô-lo ou desfazê-lo pela pena simbólica. Exemplo: um Mestre de Cerimônias não passaria o bastão na região gutural, porém um Cobridor com a espada embainhada compõe perfeitamente o Sinal com a mão. 

Assim, em pé e parado com as mãos desocupadas, à Ordem (corpo ereto e pés em esquadria) se compõe o Sinal na forma de costume. Já eventualmente com a mão, ou as mãos ocupadas (empunhando, segurando alguma coisa), mantêm-se o corpo ereto e os pés em esquadria (à Ordem), porém sem fazer o Sinal que obrigatoriamente só poderia ser feito com a mão, ou mãos, e nunca com algum objeto. 

Nesse sentido, o “objeto” é qualquer coisa que ocupe a mão ou as mãos, seja ele de trabalho, ou mesmo outro qualquer permitido, como é o caso, por exemplo, daquele portador que estivesse segurando um livro, um ritual, ou mesmo um texto para leitura. Nesse caso é sempre aconselhável que o protagonista durante a leitura tenha o texto seguro com as duas mãos para se evitar essa “estória” de se segurar com a mão esquerda e compor sinal com a direita. 

É dentro dessa premissa que existe a regra de se empunhar ou segurar um objeto de trabalho sempre com a mão direita (espada, malhete, bastão), reservada a postura tradicional de condução e abordagem com bolsa, seja aquela das propostas e informações ou a de solidariedade (beneficência), ou ainda na condução do mastro que suporta um pavilhão. 

É também aconselhável que outros objetos que não careçam das duas mãos para a sua condução e postura, que se dê sempre preferência para conduzi-los ou empunhá-los com a mão direita - isso certamente evitará procedimentos incorretos e os excessos de preciosismo. 

Vale a pena mencionar também que cultivamos ainda o costume de se identificar o Sinal do Grau com o dito Sinal de Ordem (sic), fato que tem colaborado um pouco para o mistifório, quando o Sinal do Grau se torna uma espécie de sinônimo de Sinal de Ordem (vide ritual) - no final acaba sendo tudo a mesma coisa. Melhor mesmo seria que fosse abolido esse título de Sinal de Ordem permanecendo apenas o intitulado original Sinal do Grau. 

Apenas ratificando: Nesse particular, objetos são os de trabalho do ofício ou outro qualquer necessário no desenvolvimento da Sessão. 

02 – Salvo as situações especificadas no Ritual em vigência, apenas têm o direito de falar sentados no Ocidente os Vigilantes. Entretanto se eles desejarem usar da palavra em pé, estes então deixam os respectivos malhetes e se posicionam à Ordem (corpo ereto, pés em esquadria, compondo o Sinal do Grau). 

Exegese 

Mesmo o Tesoureiro e o Chanceler, que também ocupam cargos eletivos, em qualquer situação em Loja aberta ao usar da palavra, falam impreterivelmente “em pé”, daí à Ordem – as suas respectivas mesas são móveis auxiliares para o ofício e não justificam pela sua presença que os ocupantes delas necessariamente estejam autorizados a falar sentados. 

No Oriente salvo em situações específicas emanadas do Ritual, têm o direito de falar sentados apenas o Venerável Mestre, o Orador e o Secretário. Da mesma forma, se estes desejarem falar em pé, então se posicionam à Ordem. 

Se a regra fosse bem compreendida não haveria dúvidas, pois as Dignidades de uma Loja tradicionalmente têm o direito de falar sentadas. Assim entenda-se que as Dignidades da Loja são efetivamente compostas por “cinco cargos” – as Luzes da Loja (Venerável e os Vigilantes) somadas aos cargos do Orador e do Secretário. Ocorre, entretanto que infelizmente no GOB legalmente ainda considera-se os “sete cargos eletivos” como Dignidades – daí a contradição de sete, em vez de cinco. Nesse embalo, alguns “acham” que mesmo no Ocidente o Tesoureiro e o Chanceler equivocadamente também podem falar sentados. 

Nunca é demais lembrar que essa menção é feita para Ritos de origem francesa - particularmente o REAA. 

Atualmente não mais está previsto no Ritual o procedimento indiscriminado de que todos os do Oriente falam sentados. Esse costume oriundo das longínquas e extintas Lojas Capitulares não possui mais guarida na atualidade. 

Finalizando devo salientar que desde 2.009 todos os Manuais de Dinâmica e Procedimentos Ritualísticos estão suspensos no GOB pelo Soberano Grão-Mestre Geral. 

T.F.A. 
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.622 - Florianópolis (SC) – domingo, 8 de março de 2015

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