SAUDAÇÃO AO DELTA
(republicação)
Em 18.09.2014 o Respeitável Irmão Ubaldo Santos, membro da Loja Romã do Progresso, 34, REAA, Grande Loja da Bahia, Oriente de Buerarema, Estado da Bahia, solicita o seguinte esclarecimento:
santosubaldo@ig.com.br
Saudação ao Delta.
Há muito tempo sou assinante de A TROLHA e com vivo interesse acompanho o Consultório Maçônico José Castellani, hoje brilhantemente mantido sob sua responsabilidade. Os ensinamentos ali contidos me tem sido de grande valia. Peço seu esclarecimento sobre a seguinte questão: A reverência ou a saudação ao Delta, em Sessão Aberta, constitui ou não idolatria?
Idolatria (substantivo feminino). Segundo bons dicionários do idioma vernáculo, o termo designa como culto prestado a ídolos, bem como amor ou paixão exagerada, excessiva – não é o caso do que ocorre nas práticas maçônicas.
Os fatos no REAA: houve tempos em que na evolução de alguns rituais franceses, mencionava-se a prática de ao se passar diante do lugar de onde provém a Luz (Oriente), em alusão ao esclarecimento (símbolo da Luz sem conotação religiosa) saudava-se - não como reverência - a aclaração e o aperfeiçoamento.Como a Luz desde as mais antigas civilizações sempre esteve intimamente ligada à alegoria da Criação e do próprio “Criador”, sintetizado pelo Triângulo Equilátero ou Delta, assinalava-se a saudação ao símbolo da Criação, intimamente ligado ao Sol (cultos solares da antiguidade).
Nesse caso em Moderna Maçonaria não há como se confundir o procedimento com idolatria, senão o respeito pelo objetivo perseguido pelo homem Maçom (esclarecimento e sabedoria).
Como o Delta concebe o “Criador”, mesmo sob a óptica deísta da Maçonaria francesa, criava-se o costume de se saudar o Símbolo ao se cruzar o eixo longitudinal (equador imaginário) do Templo sempre alinhado com o Delta no sentido Leste - Oeste.
Assim, alguns rituais preconizavam que a cada vez que o eixo fosse transposto, fazia-se a saudação pelo Sinal Penal, já outros, recomendavam apenas quando dessa transposição próxima ao Oriente.
Embora ainda possam existir alguns poucos rituais que promulguem essas práticas, elas não mais são recomendadas, justamente para não confundir e aparentar idolatria religiosa, muito embora esses atos sempre tenham se dado, à moda deísta, apenas como reverência, nunca idolatria (nesse caso reverência é tida como saudação respeitosa; mesura).
Outro fundamento histórico para esse procedimento teve origem nas cortes europeias alusivas à reverência ao rei. Esse costume não tardaria também a aportar nas Lojas maçônicas francesas no século XIX quando comparava figuradamente o Venerável a um monarca, não como ato de reverência, senão como uma saudação respeitosa, mormente feita pelos Sinais Penais maçônicos em lugar das reverências profanas compostas por inclinação do corpo e maneios de cabeça.
Assim o costume de se saudar pelo Sinal ao Venerável acabaria consuetudinariamente por se manter até os dias atuais quando o Venerável é saudado por todo aquele que eventualmente ingresse no Oriente, bem como aquele que dele se retire.
Em resumo, a saudação ao Venerável no ingresso e saída do Oriente se mantém corretamente como prática atual e é perfeitamente exequível, já ao Delta, em qualquer situação e na transposição do equador do Templo, não é mais recomendável.
Não confundir o aqui exposto com outras eventuais saudações pertinentes, como é o caso, por exemplo, daquelas executadas na oportunidade da entrada e saída formal da Loja (saudação às Luzes).
Dando por encerrado, é oportuno salientar que em Maçonaria, de modo genérico todos os procedimentos que envolvem o ato aqui aludido devem ser definidos apenas como saudação, formalidade protocolar, reverência, etc. menos como “idolatria”.
T.F.A.
PEDRO JUK – jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.592 - Florianópolis (SC) – sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015
Nenhum comentário:
Postar um comentário