PADRINHO E AFILHADO
(Desconheço o autor)
Sempre que alguma crise se abate sobre uma Loja, uma das primeiras deficiências que apontamos está relacionada com os critérios quanto à adoção de novos candidatos. Penso que não exista uma Loja sequer que não tenha experimentado questionamentos que tais na ordem do dia.
Geralmente encontra-se no padrinho o culpado pela evasão de irmãos e nos sindicantes a falta de empenho e investigação para poder detectar a tempo os candidatos que serão problemas no futuro.
Há forte dose de procedência nas afirmações. Mas o problema não pára aí. Ninguém traz um sinal escrito na testa certificando-o de ser portador de condições excepcionais, que afinal de conta é o que se deseja para os integrantes da Ordem.
Então, não há como saber de antemão se estamos diante da pessoa certa.
De outra banda, sempre que encontrarmos uma pessoa dotada daqueles requisitos excepcionais, a rigor, introduzindo-a na Ordem não estaremos acrescentando nada na sua formação moral. Apenas no campo cultural.
A busca a meu ver, deve ser direcionada para pessoas que representem por si só, pelo seu modo de ser, de viver, de conviver, terreno propício para receber novas sementes.
Uma dessas sementes é a gratidão, gratidão para com aquele que apadrinhou o seu ingresso na Ordem e das graves responsabilidades que assumiu perante os demais Irmãos quando indicou um profano.
Esta, me parece, ser a primeira análise que um MM deva fazer acerca de um profano. Será que o meu afilhado terá condições de aquilatar o tamanho da responsabilidade assumida por mim?
Se não estamos em busca de maçons sem avental, também não representamos uma instituição de regeneração, a ponto de querer transformar pessoas portadoras de instintos menores em exemplos de virtude.
Alguém já escreveu que o dia em que a Maçonaria alcançar o seu objetivo, estará decretado o seu extermínio, pois suas finalidades terão sido concretizadas. Dentro desta linha de pensamento, os candidatos devem ser escolhidos segundo as suas potencialidades, as suas possibilidades.
Que possibilidades, que potencialidades são essas?
Ser ao mesmo tempo líder e liderado?
Ser afeito ao estudo ou ser meramente operativo?
Ser receptivo a novas idéias?
Ser tolerante em relação às idéias dos outros?
As hipóteses são infinitas. Mas as qualidades do indicado devem ser pinçadas e demonstradas pelo padrinho, afim de facilitar o trabalho de reconhecimento do novo membro e com isso, minimizar-lhe as asperezas do caminho que irá empreender.
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