POSIÇÃO DA MAÇONARIA
(republicação)
Em 01.08.2014 o Respeitável Irmão Alfredo José Ribeiro Júnior, Loja Regeneração Catarinense, sem declinar o nome do Rito, Oriente (Cidade) e Estado da Federação apresenta o que segue:
alfredoribeiro@tjsc.jus.br
Gostaria de obter uma resposta para a seguinte pergunta:
Acerca dos desarranjos éticos e morais que permeiam, de forma rapineira, a grande maioria das instituições nacionais, indistintamente.
E que tal cheiro de carniça não é monopólio de um político ou de um partido político. Em face de tal constatação, por que a Maçonaria que levanta Templos à Virtude e Cava Masmorras ao Vício, está no mais profundo silêncio? Irmão. Lembre-se que em hipótese alguma o perquirimento por mim posto NÃO feriu sequer de raspão o inciso VII, art. 2º, da Constituição do Grande Oriente do Brasil, o qual passo a replicar:
“Art. 2º São postulados universais da Instituição Maçônica. [...] VII - a proibição de discussão ou comentário sobre matéria político-partidária, religiosa ou racial, dentro dos templos ou fora deles, em seu nome.”
Assim, posso afiançar que não trouxe a lume uma discussão político-partidária. Minha intenção era e é tão somente buscar uma resposta, uma posição de uma Instituição Secular, acerca dos fatos que ora pavimentam o bom senso do cidadão nacional. A Maçonaria, a meu sentir, que em muito iluminou os desígnios desta nação, está sonolenta. O que falta para que esse farol volte a dar um porto seguro para os homens de bem e de bons costumes?
Entendo que os maçons como construtores sociais deveriam estar mais presentes nessas questões. No meu modesto alcance essa participação deveria obter suporte nos ensinamentos maçônicos hauridos das fornalhas da Maçonaria.
Entretanto, penso que - para não mencionar mais - existem duas questões que têm obstado melhor esse aproveitamento. A primeira seria a falta de instrução maçônica (contudo maçônicas) nas Lojas, enquanto que a segunda é a falta do maçom conhecer com profundidade acadêmica o que é a Maçonaria e qual a sua verdadeira objetividade, ou propósito - desde a sua origem, sua transformação ao longo dos tempos até a atual Hodierna Maçonaria.
Infelizmente muitos integrantes da Ordem, quase que de modo geral, não a entendem como um organismo vivo e direcionado à ação nos conformes maçônicos. Uns ficam presos a discussões inócuas enquanto que outros ainda discutem que o que vale é o que está escrito. Assim se pergunta: será que o que tem estado escrito é verdadeiramente maçônico? Merece verdadeiramente crédito?
Entendo que a Maçonaria possui seu método próprio de aperfeiçoamento e este deveria ser rigorosamente respeitado, entretanto o que parece complicado mesmo é a compreensão e a percepção desse método velado por símbolos e alegorias – a prática maçônica é distinta, portanto não é procedimento profano (dos não iniciados).
Especialmente os maçons brasileiros, em nome do “só vale aquilo que está escrito”, esquecem o consuetudinário, as tradições, os usos e os costumes da Sublime Instituição. Compreender esse pormenor é substancial para a salutar construção do processo de ensinamento e trabalho maçônico. Independente de classe social, credo e raça o objetivo principal da Ordem é o de reconstruir um novo Homem, isso antes da ação desse Homem propriamente dita, todavia, basta uma análise superficial dos fatos e ver-se-á que não é bem isso o que tem acontecido.
Enfim, há que se compreender que na ordem natural especulativa dos fatos, primeiro estará o Homem aperfeiçoado; segundo esse Homem executando a Grande Obra – destarte, desde a Idade Moderna os maçons sempre estiveram presentes nos grandes movimentos libertários e nas conquistas sociais da humanidade.
Investigar a Verdade, aplicar Virtudes, exercitar a Moral são cadeiras básicas no currículo de um Maçom. Básico também é o despojo das vaidades e o exercício da tolerância, porém dessa sem comprometimento com a indulgência.
Abolir também anacronismos, fantasias e superstições são procedimentos de proa para o verdadeiro aprendizado maçônico.
Assim, se bem compreendida a Arte, o Maçom permanecerá presente e vivo na construção de uma sociedade justa, igualitária e fraterna. O campus dessa Instituição universal (universidade) que ensina essa Arte é a Loja – a questão é se as Lojas têm mesmo exercido esse propósito, já que em não raras vezes, dentre outros, somos obrigados a ver e ouvir – “pelo adiantado da hora está suspenso o período de instrução”.
Essa atualmente tem sido a minha opinião.
T.F.A.
PEDRO JUK - jukirm@hotmail.com
Fonte: JB News – Informativo nr. 1.565 Florianópolis (SC) – sábado, 10 de janeiro de 2015
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