Ir∴ Valdemar Sansão
“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina” (Cora Coralina)
a) O QUADRO DO APRENDIZ
01 – Três Degraus (Corpo, Alma e Espírito)
02 – Porta do Templo
03 – Delta Radiante com o OLHO SIMBÓLICO no meio
04 – Coluna J e Coluna B
05 – Romãs (a multiplicação e a União)
06 – Esquadro e Compasso (Justiça e Retidão) – O Compasso abre-se para o Céu
07 – Prumo ou Perpendicular
08 – Nível
09 – Pedra Bruta
10 – Pedra Cúbica
11 – Prancha de Traçar
12 – Malhete e Cinzel
13 – Sol (ativo)
14 – Lua (passiva)
15 – Janela de Grades fixas
16 – Corda de 7 Nós (Artes ou Ciências Liberais)
17 – Borlas
18 – Orla Denteada (ou corda de 81 Nós)
No início, qualquer local podia ser transformado em Templo. Bastava desenhar com giz, no chão, o “Quadro” simbólico do grau em que a Oficina trabalhava. Após cada reunião, esse “Quadro” era apagado.
Mais tarde, fez-se uso de uma tela pintada, que era desenrolada por ocasião das reuniões; atualmente, o Templo reproduz todos os símbolos do “Quadro”.
Esse “Quadro” comporta duas Colunas, encimadas por Romãs, enquadrando uma Porta à qual conduzem três Degraus; estes, seguidos de um Adro em mosaico.
Vêem-se ai também Três Janelas, uma Pedra bruta e uma Pedra cúbica pontiaguda. Uma corda com três nós emoldura esse “Quadro”, que compreende, além disso, o Sol e a Lua, as duas Luminárias, o Esquadro e o Compasso, a Perpendicular e o Nível, o Malhete e o Cinzel, a Prancha de traçar.
Este “Quadro” deveria figurar em todas as Lojas do Primeiro Grau e ser comentado pelos 1os Vigilantes, cuja missão é despertar nos aprendizes o sentido simbólico. Só quando o Aprendiz conhecer bem o simbolismo de tudo o que diz respeito a seu grau é que ele estará apto a galgar o segundo grau, que fará dele um Companheiro.
No Painel da Loja se condensam todos os símbolos que devemos conhecer; e, se bem os interpretarmos, fáceis e muito claras ser-nos-ão as Instruções subseqüentes.
A Loja Maçônica, possui três JÓIAS MÓVEIS que são: o Esquadro, o Nível e o Prumo, assim chamadas porque são transferidas, cada ano, aos novos Veneráveis e Vigilantes, com a passagem da Administração.
As JÓIAS FIXAS são três: a Prancheta da Loja, a Pedra Bruta e a Pedra Polida.
A Prancheta da Loja serve para o Mestre desenhar e traçar.
Simbolicamente, exprime que o Mestre guia os Aprendizes no trabalho indicado por ela, traçando o caminho que eles devem seguir para o aperfeiçoamento, a fim de poderem progredir nos trabalhos da Arte Real. (A expressão Arte Real é um termo que tem diversas definições). Entre elas: “A Maçonaria chama-se Arte Real, porque ensina aos homens a se governarem a si mesmos”; “a Arte Real é aquela que leva o homem à perfeição humana”.
A Pedra Bruta (no painel acima o 9), serve para nela trabalharem os Aprendizes, marcando-a e desbastando-a, até que seja julgada polida, pelo Mestre da Loja; A Pedra Polida ou Cúbica é o material perfeitamente trabalhado, de linhas e ângulos retos, que o Compasso e o Esquadro (06) mostram estar talhado de acordo com as exigências da Arte. Representa o saber do Homem no fim da vida, quando a aplicou em atos de piedade e virtude, verificáveis pelo Esquadro da Palavra Divina e pelo Compasso da própria consciência esclarecida.
b) A PEDRA BRUTA
À direita e à esquerda do “Quadro do Aprendiz” figuram uma Pedra Bruta e uma Pedra Cúbica pontiaguda. Se certos símbolos maçônicos provocaram poucos comentários, a Pedra bruta e a Pedra cúbica não estão nesse caso. Aqui as dissertações abundam e os cursos de moral se inflam, transformando-se em rios.
A Pedra Bruta simboliza as imperfeições do espírito e do coração que o Maçom deve se esforçar por corrigir.
A Pedra bruta, com efeito, pode ser considerada como o símbolo da Liberdade, e a Pedra talhada como o símbolo da Escravidão.
Vemos o profano apresentar-se à porta do Templo e pedir Luz. Uma Loja, justa e perfeita, proporciona-lhe essa Luz e, ao mesmo tempo, liberta-o iniciaticamente da servidão. Livre, o neófito simbolizará sua liberdade por uma “pedra bruta”, com a qual se identificará. E a Pedra talhada, terminada, feita de todos os preconceitos, de todas as paixões, de toda intransigência das fórmulas absolutas, aceitas sem controle como expressão de uma verdade inexpugnável e única, fazem do homem o escravo de seu meio.
Sim, o Aprendiz, pela Iniciação maçônica, que é um novo nascimento, reencontra o estado da natureza; ele se liberta de tudo o que ela lhe tirou de espontâneo e de bom. (No hermetismo, a pedra bruta simboliza a primeira matéria, a “matéria-prima” que servirá para a elaboração da “Pedra Filosofal”. – Hermetismo – Doutrina esotérica que tira o seu nome de Hermes Trismegisto e que os primitivos gregos teriam ensinado aos iniciados). Ele reencontra a “Liberdade de Pensamento”, e, com os “Instrumentos” que lhe são fornecidos, desbastará ele próprio a “sua pedra” e conseguirá torná-la perfeita, imprimindo-lhe um caráter de personalidade que será seu e único.
Na Maçonaria, contrariamente ao que ocorre na maioria dos outros agrupamentos humanos, cada Irmão conserva sua inteira liberdade; ele não pode nem deve receber nenhuma palavra de ordem suscetível de influenciar seus atos. Os anti-maçons, que pretendem o contrário, mostram com isso um desconhecimento total acerca da verdadeira Maçonaria.
c) TRATAMENTO FRATERNO
O tratamento fraterno de você (tratamento íntimo entre iguais) é geralmente adotado pelos Maçons.
O tratamento cerimonioso do mundo profano levanta uma barreira entre os homens e também entre os irmãos. O ideal seria a introdução obrigatória do tratamento coloquial na Loja, porque isso garante a igualdade de todos os irmãos e permite o nascimento de um verdadeiro sentimento de união. Se uma pessoa julgou-se digna de ser recebida como Franco-Maçom, ela é igualmente digna de ser colocada em pé de igualdade com todos os seus irmãos. Se ela se mostra indigna dessa familiaridade, é igualmente indigna de permanecer na Loja. Aquele que se nega a ser chamada de você dá provas de uma vaidade deveras deslocada em nosso meio.
Para a Maçonaria o maior será sempre aquele que mais disposto estiver a servir, o que mais se dedique ao bem comum.
EPÍLOGO
Coloquemos o Grande Arquiteto do Universo em nossas vidas, em nossas Lojas e não apenas em nossas palavras. Não recusemos a prece e o estudo.
Pratiquemos todo o bem de que sejamos capazes.
É preciso dedicação e estudo. Conhecimento e exercício. Sem exercitarmos o que parece termos aprendido jamais aprenderemos.
Somos igualmente iniciados para construir o Reino do Grande Arquiteto do Universo, a principiar de nós mesmos.
Trabalhemos por mais luz no nosso próprio caminho.
Fontes consultadas:
- Ritual do Aprendiz Maçom – GLESP;
- “A Simbólica Maçônica” – Jules Boucher;
- “O DESPERTAR PARA A VIDA MAÇÔNICA”
Fonte: JBNews - Informativo n. 081 - 20/11/2010
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